“O cristão vota com seriedade, responsabilidade, não anula seu voto, e ensina o mesmo a quem for possível”
A pior atitude que podemos tomar diante de uma situação difícil é fazer como o avestruz que, diante do perigo enfia a cabeça na areia para fugir do perigo, deixando, no entanto, todo o corpo de fora.
Algo semelhante acontece com as pessoas que julgam que diante do difícil quadro e sistema político do nosso país, especialmente por falta de bons políticos, a melhor solução seja o voto nulo ou em branco. É um grande engano e um verdadeiro perigo para a nação, pois facilita a eleição dos maus políticos. É verdade que faltam bons candidatos para a eleição em algumas funções públicas, faltam de fato verdadeiros líderes cristãos que trabalhem pelo “bem comum”, e que façam da política um verdadeiro sacerdócio em favor do povo, mas, jogar fora o voto é a pior opção e uma verdadeira traição a si mesmo e à nação.
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Sempre alguém será eleito para cada cargo público. Então, é necessário votar em alguém, ainda que não seja um candidato ideal. Quando estamos diante de uma situação difícil, da qual não temos outra saída, a moral católica manda optar pelo “mal menor”; isto é, escolher a solução menos mau. Isso deve ser aplicado na eleição. Vote no “menos ruim” se você acha que nenhum dos candidatos te agrada perfeitamente. Lembre-se de que não estamos votando para eleger um Padre ou um Bispo, mas um administrador honesto.
A democracia é a melhor forma de governo no mundo todo. Desde que Montesquieu elaborou a teoria dos três poderes independentes, tem sido a melhor forma de governo de maneira incontestável. Mas a democracia é como uma flor frágil, que só é bem mantida se o povo é educado, e vota com consciência, porque o voto é a vitamina, a arma, da democracia. Ela é o “governo do povo”, a palavra vem do grego “demos” (= povo) e “cratein” (= poder). É o poder exercido pelo povo, não diretamente como era na Grécia antiga, onde o povo se reunia na praça para decidir tudo; hoje isso não é mais possível. Então, o governo do povo é exercido por meio dos seus representantes eleitos. Mas, se o povo vota mal, não vota ou anula o voto, a democracia não se exerce em nome de todo o povo. Além do mais, em nosso país votar é uma obrigação legal.
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Deixar de votar ou votar mal ou anular o voto é uma falta contra a sociedade e contra Deus, que nos dá, felizmente, o poder e a oportunidade de escolher cada candidato, o que não acontece em todos os países.
Deus certamente vai pedir contas a cada um de nós de como nós votamos; pois é uma graça podermos livremente exercer a cidadania buscando os melhores candidatos para cada cargo. O cristão vota com seriedade, responsabilidade, não anula seu voto, e ensina o mesmo a quem for possível.
Prof. Felipe Aquino