Cardeal Müller: um “veneno mortal” paralisa a Igreja

“Mas Jesus não pode ser superado pela mudança de épocas, porque a eternidade de Deus abrange todas as eras da história e a biografia de toda pessoa humana”
Neste dia 1º de janeiro, Solenidade de Maria, Mãe de Deus, o cardeal alemão Gerhard Müller, prefeito emérito da Congregação para a Doutrina da Fé, presidiu a Santa Missa durante um encontro da Fraternidade de Estudantes Católicos Universitários (Focus) em Phoenix, nos Estados Unidos. Na homilia, o cardeal afirmou que um “veneno mortal” paralisa a Igreja:
“Não podemos escapar do veneno mortal da serpente se nos tornarmos amigos dela; apenas se nos mantivermos prudentemente distantes e estivermos com o antídoto ao alcance da mão. O veneno que paralisa a Igreja é a opinião segundo a qual devemos nos adaptar ao Zeitgeist, o espírito da época, para relativizar os mandamentos de Deus e reinterpretar a doutrina da fé. O antídoto contra a secularização da Igreja é a verdade do Evangelho e viver a fé no Filho de Deus que me amou e se entregou por mim”.

Müller denunciou que existem esforços para implantar uma espécie de “religião civil” ou laica, manipulando elementos da fé católica.

“Eles não consideram que a fé revelada seja a verdade. Gostariam de usá-la como matéria para construir a sua nova religião de unidade mundial. Para ser admitida nessa metarreligião internacional, o preço que a Igreja teria que pagar é renunciar à sua defesa da Verdade. E não parece ser um problema, já que o relativismo dominante em nosso mundo rejeita a ideia de que realmente podemos conhecer a verdade; ele se apresenta como garantidor da paz entre as religiões e as posturas (…) A frase mágica do tentador é a ‘modernização necessária’. Consequentemente, quem se opuser a essa ideologia será combatido como inimigo e será acusado de ser tradicionalista”.

O cardeal recordou, no entanto:

“Jesus não pode ser superado pela mudança de épocas, porque a eternidade de Deus abrange todas as eras da história e a biografia de toda pessoa humana”.

Müller citou exemplos da ideologia relativista:

“A proteção da vida humana desde a concepção até a morte natural é desacreditada e catalogada como uma posição política conservadora ou de direita, enquanto o assassinato do nascituro inocente é considerado um direito humano e, portanto, uma coisa progressista”.

Vende-se também a ideia de que “a Igreja Católica ficou 200 anos atrasada em relação ao mundo de hoje”, quando, na verdade, “a crise na Igreja foi provocada pelo homem e surgiu porque nos adaptamos confortavelmente ao espírito da vida sem Deus”.

E destacou:

“Quem acredita não precisa de ideologia. Quem espera não procura drogas. Quem ama não vai atrás da luxúria do mundo, que passa, junto com ele. Quem ama a Deus e ao próximo encontra a felicidade na entrega de si mesmo”.

 

Fonte: https://pt.aleteia.org/2020/01/02/cardeal-muller-um-veneno-mortal-paralisa-a-igreja/?utm_campaign=NL_pt&utm_source=daily_newsletter&utm_medium=mail&utm_content=NL_pt

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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