Apresentação
do relatório sobre a liberdade religiosa no mundo em 2010
ROMA,
quinta-feira, 25 de novembro de 2010 (ZENIT.org) – O escritor francês René Guitton lançou hoje,
em Roma, um convite pela defesa da liberdade religiosa, mas “não somente
aos fiéis da própria religião”, disse. O autor do livro
“Cristianofobia” participou da apresentação do “Relatório 2010
sobre a Liberdade Religiosa no Mundo”. O livro trata do êxodo dos cristãos
dos países árabes.
“Não
podemos entrar no mesmo jogo dos perseguidores”, expressou Guitton. E
acrescentou que “também não é lícito pensar numa ‘Europa cristã’ somente
com o objetivo de enfrentar a cultura oriental muçulmana”.
O escritor
manifestou sua preocupação pela “equiparação que algumas vezes os
extremistas fazem entre os cristãos do Oriente e Ocidente” e disse que
isso se deve “à história passada e recente do colonialismo e de algumas
provocações efetivas no campo econômico”.
Clamor pelo
Iraque
Guitton
referiu-se aos cristãos no Iraque, país onde cada vez é mais difícil professar
a fé publicamente, por causa das “conversões forçadas, descriminações,
atentados e massacres”.
“Devemos
agir e lutar contra todas estas perseguições”, afirmou. A comunidade
cristã do Iraque está “em perigo de extinção”, “submetida a uma
agressão terrorista sistemática que declara abertamente o objetivo de eliminar
a presença cristã do país”, uma presença milenar que, “ainda que seja
uma minoria cada vez mais encolhida, quer permanecer”.
Guitton
exemplificou também o caso da Turquia, onde há 100 anos os cristãos
representavam 20% do país e hoje são apenas uns 2%. “É necessário que
possam permanecer lá.”
Paquistão,
a caminho do Islamismo
O bispo de
Faisalabad e vice-presidente da Conferência Episcopal Paquistanesa, Dom Joseph
Coutts, também esteve presente na apresentação do relatório da AIS.
O prelado
se referiu ao recente caso de Asia Bibi, a mulher paquistanesa condenada à
morte por blasfêmia e que foi libertada esta semana, depois de receber
clemência do presidente Asif Ali Zardari. Disse que há muitos casos como este,
mas que ela “é a primeira mulher a ser condenada por blasfêmia”; e
explicou que “o problema não é tanto a lei, mas sua aplicação”.
Dom Coutts
denunciou a incriminação de 993 pessoas pela profanação do Alcorão e pela
difamação do profeta Maomé. Entre elas, 479 eram muçulmanos, 340 da seita ahmadi
(que o governo não reconhece como muçulmana), 120 cristãos, 14 hindus e 10 de
outros credos.
“Basta
acusar alguém, inclusive injustamente, de ter blasfemado contra o Alcorão ou
contra o profeta para causar-lhe enormes problemas; é muito difícil demonstrar
depois a inocência”, denunciou o bispo.