Caráter “confidencial” do Sínodo da Sinodalidade favorece a “escuta”, diz Paolo Ruffini

Segundo o ACI Digital (05/10/2023), a poucas horas do final do segundo dia do Sínodo da Sinodalidade, a Sala de Imprensa da Santa Sé apresentou um primeiro e breve resumo do que aconteceu na Sala Paulo VI do Vaticano.

Continuando com a atmosfera de silêncio e confidencialidade que se percebeu durante as coletivas de imprensa anteriores ao Sínodo e o “jejum de opinião pública” que o papa Francisco pediu durante a inauguração, o prefeito do Dicastério para a Comunicação, Paolo Ruffini limitou-se a recordar as palavras do papa e a resumir a estrutura da assembleia.

A confidencialidade do Sínodo

Paolo Ruffini disse que a “primeira novidade do Sínodo” é o caráter “confidencial” do que acontece dentro das paredes da sala, para dar prioridade à “escuta” entre os seus membros. Segundo o prefeito de Comunicação, a razão deste silêncio é porque “é um tempo de discernimento no Espírito, lento e com tempo”.

À pergunta feita por um jornalista sobre a “preocupação” que muitos católicos sentem pelo perfil de alguns dos participantes – vários deles a favor da ordenação sacerdotal de mulheres – e pelo silêncio interposto, Ruffini disse que “o Sínodo é um corpo, é um ‘nós’, por isso se pede a cada membro que seja consciente de que cada intervenção está dentro de um ‘todo’”.

Ele disse que com isso buscam a “humildade” dos participantes, pois “seu pensamento pessoal faz parte de um discernimento maior”.

Círculos menores

Depois da primeira congregação geral de ontem (4), onde interveio o papa Francisco, hoje (5), os 35 círculos menores se reuniram pela primeira vez para refletir sobre a seção “A” do Instrumentum laboris, que trata “dos sinais característicos de uma Igreja sinodal” e “conversação no Espírito”.

Neste primeiro módulo (serão quatro durante todo o Sínodo) os membros de cada mesa tiveram quatro minutos para se apresentarem e relatarem “a experiência que cada um teve durante o processo anterior, para entender o que pode ser feito”, disse Ruffini, referindo-se às etapas locais e continentais que aconteceram antes da sessão de outubro em Roma.

Em cada mesa está a figura do “facilitador”, que garante a eficácia da metodologia. Após alguns minutos de “silêncio e oração” é feito um “breve resumo” do que foi dito no grupo e o porta-voz, que é votado pelos membros de cada mesa, ficará encarregado de transferir o que foi discutido à assembleia geral.

Nos documentos distribuídos pela Secretaria Geral do Sínodo a cada um dos membros, estes foram convidados a refletir sobre algumas perguntas relacionadas com a “conversação no Espírito”: “De que forma podemos crescer num estilo sinodal de celebração litúrgica, que ressalte a contribuição distintiva de todos os participantes, a partir da variedade de vocações, carismas e ministérios de que são portadores?”, lê-se no documento.

“Durante o caminho sinodal, encontramos membros de outras Igrejas ou Comunidades Eclesiais? E os crentes de outras religiões? Qual foi o tom espiritual destes encontros? O que aprendemos para crescer no desejo e na capacidade de caminhar junto deles?”.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticia/56374/carater-confidencial-do-sinodo-da-sinodalidade-favorece-a-escuta-diz-paolo-ruffini

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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