As Indulgências pelas almas do Purgatório

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Você sabe como lucrar indulgências?

A “Constituição Apostólica Doutrina das Indulgências”, do Papa Paulo VI, de 1967, explica a importância de se ganhar indulgências para a própria alma e para as almas do Purgatório. Após o Concilio Vaticano II alguns imaginavam que a Igreja fosse abolir as Indulgências; eis que foram retomadas na íntegra pelo Papa. O que são as Indulgências? Explica Paulo VI:

“A doutrina e o uso das indulgências vigentes na Igreja Católica há vários séculos encontram sólido apoio na Revelação divina, a qual vindo dos Apóstolos “se desenvolve na Igreja sob a assistência do Espírito Santo”, enquanto a Igreja no decorrer dos séculos, tende para a plenitude da verdade divina, até que se cumpram nela as palavras de Deus (Dei Verbum, 8)” (DI, 1).

“Indulgência é a remissão, diante de Deus, da pena temporal devida aos pecados já perdoados quanto à culpa, que o fiel, devidamente disposto e em certas e determinadas condições, alcança por meio da Igreja, a qual, como dispensadora da redenção, distribui e aplica, com autoridade, o tesouro das satisfações de Cristo e dos Santos” (Norma 1).

“Assim nos ensina a revelação divina que os pecados acarretam como consequência penas infligidas pela santidade e justiça divina, penas que devem ser pagas ou neste mundo, mediante os sofrimentos, dificuldades e tristezas desta vida e sobretudo mediante a morte, ou então no século futuro…” (DI, 2).

“Essas penas são impostas pelo julgamento de Deus, julgamento a um tempo justo e misericordioso, a fim de purificar as almas, defender a integridade da ordem moral e restituir à glória de Deus a sua plena majestade. Todo pecado, efetivamente, acarreta uma perturbação da ordem universal, por Deus estabelecida com indizível sabedoria e caridade infinita, e uma destruição de bens imensos, quer se considere o pecador como tal quer a comunidade humana” (DI, 2).

Leia também: Indulgências: O que são?

Como surgiram as Indulgências?

Qual a importância das Indulgências?

O Purgatório e as Indulgências – Parte 1

O Purgatório e as Indulgências – Parte 2

O Purgatório e as Indulgências – Final

O Catecismo da Igreja Católica nos ensina que:

“Pelas indulgências, os fiéis podem obter para si mesmos e também para as almas do Purgatório, a remissão das penas temporais, sequelas dos pecados” (§ 1498).

“Para compreender esta doutrina e esta prática da Igreja, é preciso entender que o pecado tem dupla consequência. O pecado grave priva-nos da comunhão com Deus e, consequentemente, nos torna incapazes da vida eterna; esta privação se chama pena eterna do pecado. Por outro lado, mesmo o pecado venial, acarreta um apego prejudicial às criaturas que exige purificação, quer aqui na terra quer depois da morte, no estado chamado purgatório. Esta purificação liberta da chamada “pena temporal” do pecado. Essas duas penas não devem ser concebidas como uma espécie de vingança infligida por Deus do exterior, mas antes como uma consequência da própria natureza do pecado” (§ 1472).

A realidade e a beleza da comunhão dos fiéis no corpo místico de Cristo, garante que “cada um se beneficia da santidade dos outros, bem para além do prejuízo que o pecado de um possa ter causado aos outros. Assim, o recurso à comunhão dos santos permite ao pecador contrito ser purificado, mais cedo e mais eficazmente, das penas do pecado” (CIC, §1475).

As indulgências podem ser plenárias ou parciais, se eliminam em parte ou no todo as penas que a alma deve cumprir no Purgatório. O Manual das Indulgências traz as 70 orações e meios para se ganhar essas indulgências.

Podemos ganhar uma indulgência plenária a cada dia para nossa alma ou para a alma de algum falecido. Vale a pena destacar aqui a indulgência plenária que se pode ganhar uma vez por dia, para si mesmo ou para as almas; realizando uma das seguintes obras:

1. adoração ao Santíssimo Sacramento pelo menos por meia hora (concessão n. 3);

2. leitura espiritual da Sagrada Escritura ao menos por meia hora (concessão n. 50);

3. piedoso exercício da Via Sacra (concessão n. 63);

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4. recitação do Rosário de Nossa Senhora na igreja, no oratório ou na família ou na comunidade religiosa ou em piedosa associação (concessão n. 63).

Além disso é sempre necessário que o fiel faça a Confissão individual rejeitando todos os pecados (basta uma Confissão para várias indulgências), participe da santa Missa e da Comunhão, e reze pelo Papa ao menos um Pai-nosso e uma Ave-Maria.

Repetidas vezes os Papas têm autorizado indulgências plenárias especiais tendo em vista algumas comemorações.

Na semana dos mortos, de 1 a 8 de novembro, uma das quatro opções acima citadas pode ser substituída pela visita ao cemitério onde a pessoa está sepultada e rezar alguma oração por sua alma.

Prof. Felipe Aquino

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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