Vosso Amor será Criador

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Certa vez o Papa Paulo VI disse em Roma, a um grupo de casais:

“A dualidade de sexos foi querida por Deus, para que o homem e a mulher, juntos, fossem a imagem de Deus, e, como Ele, nascente da vida”.

Alguém disse certa vez, com muita razão, que “a primeira vitória de um homem foi ter nascido”. E o grande Tristão de Athaide dizia que “o homem é a maior das virtualidades vivas”.

Nada é tão grande e valioso neste mundo como o homem. Ensina a Igreja que “ele é a única criatura que Deus quis por si mesma” (GS,24). Por isso o Papa João Paulo II afirmou certa vez:

“A Igreja quer manter” se livre diante dos sistemas opostos para optar só pelo homem. “O homem é a via da Igreja”.

Não é sem razão que o Papa Paulo VI se referiu à Igreja, como “perita em humanidade”.

O nosso Catecismo ensina que o amor do casal é criador, por vontade de Deus:

“A fecundidade é um Dom, um fim do matrimônio, porque o amor conjugal tende a ser fecundo. O filho não vem de fora acrescentar´se ao amor mútuo dos esposos; surge no próprio âmago dessa doação mútua, da qual é fruto e realização. A Igreja ‘está ao lado da vida’, e ensina que qualquer ato matrimonial deve estar aberto à transmissão da vida” (CIC, 2366).

E o Catecismo ensina que o casal é chamado a participar do poder criador de Deus e de sua paternidade:

“Chamados a dar a vida, os esposos participam do poder criador e da paternidade de Deus. Os cônjuges sabem que, no ofício de transmitir a vida e de educar “o qual deve ser considerado como missão própria deles” são cooperadores do amor de Deus criador” (CIC, 2367).

Ao falar do “dom do filho”, o Catecismo cita a Gaudium et Spes:

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“A Sagrada Escritura e a prática tradicional da Igreja veem nas famílias numerosas um sinal da bênção divina e da generosidade dos pais” (CIC, 2373; GS, 50,2).

E conclui dizendo que: ‘os filhos são o dom mais excelente do Matrimônio e constituem um benefício máximo para os próprios pais’ (CIC, 2378).

O casamento cristão, elevado por Cristo à dignidade de Sacramento, isto é, comunicador da graça de Deus, tem duas dimensões, como vimos: a unitiva e a procriativa. A primeira se refere à comunhão e ao bem dos cônjuges, na vivência do amor conjugal; a segunda, se refere à geração e educação dos filhos.

A dimensão unitiva leva o casal ao crescimento e à santificação do próprio estado, e a procriação lhes dá a grande graça de cooperar com Deus na obra máxima de gerar os seus filhos. Essa dimensão faz dos casais “nascentes de vida”.

Lamentavelmente estabeleceu-se entre nós, também cristãos e católicos, uma cultura “anti-natalista”. Por incrível que pareça “as preocupações da vida” (Lc 12,22; Mt 6,19), tão condenadas por Jesus, sufocaram o valor imenso da vida humana, levando as gerações à triste mentalidade de “quanto menos filhos melhor”. À luz do cristianismo, é uma triste mentalidade, pois a Igreja sempre ensinou o valor incomensurável da vida.

O salmo 126 diz com todas as letras:

“Vede, os filhos são um dom de Deus: é uma recompensa o fruto das entranhas”. “Feliz o homem que assim encheu sua aljava…” (Sl 126, 3-5).

Ora, se os filhos são “um dom de Deus”, como explicar, então, que hoje eles sejam tão evitados?

Nunca como hoje “em que pese todo o avanço tecnológico da humanidade” o valor da vida humana caiu a níveis inimagináveis. Os 40 milhões de abortos anuais praticados no mundo (4 milhões no Brasil), atestam a que ponto desceu o valor da vida. Além disso, a triste mentalidade anti-conceptiva, os crimes hediondos, os desrespeitos sem fim para com o homem em todas as partes, a prática da eutanásia, a apologia do suicídio, dão testemunho de quão pouco vale hoje a dignidade humana. Infelizmente nos deixamos vencer pelo egoísmo, pelo comodismo e pelo medo. A bandeira da procriação responsável, que é a coroação do matrimônio, foi tristemente arriada. O valor da vida parece ter sucumbido diante dos problemas do mundo moderno. A fé parece ter sido vencida pelo medo e pelo comodismo.

O amor é essencialmente dom. São Tomás de Aquino dizia que “o bem é difusivo” (Suma Teológica, I, q. 5, a.4, ad 1). O amor conjugal que leva os esposos a se tornarem “uma só carne” (Gen 2,24), deve levá-los também à máxima doação de si mesmos. Isto se realiza sobretudo quando se tornam cooperadores de Deus no dom da vida a uma nova pessoa.

O que pode haver de mais digno neste mundo do que dar a vida a um ser humano, imagem e semelhança de Deus? Não há sobre a terra obra alguma que se assemelhe em grandeza e dignidade.

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Disse João Paulo II na Familiaris Consortio:

“Deste modo os cônjuges, enquanto, se doam entre si, doam para além de si mesmo a realidade do filho, reflexo vivo do seu amor, sinal permanente da unidade conjugal e síntese viva e indissolúvel do ser pai e mãe” (FC, 14).

São Paulo ensina que é de Deus que “deriva toda a paternidade no céu e na terra” (Ef 3,15). E nós fomos chamados por Deus para participar dessa nobre missão.

Santo Ireneu (V 202) resumia em poucas palavras toda a grandeza do homem:

“O homem vivo é a glória de Deus” (Contra as heresias IV, 20,7).

Isto quer dizer que com a criação do homem e da mulher à sua imagem e semelhança, “Deus coroa e leva à perfeição a obra das suas mãos” (FC, 28).

Assim, Ele chamou-nos a participar do seu poder de Criador e de Pai:

Deus abençoou-os e disse-lhes: “crescei e multiplica-vos, enchei e dominai a terra” (Gen 1,28).

Disse ainda o Papa João Paulo II:

“A tarefa fundamental da família é o serviço à vida. É realizar, através da história, a bênção originária do Criador, transmitindo a imagem divina pela geração de homem a homem. Fecundidade é o fruto e o sinal do amor conjugal, o testemunho vivo da plena doação recíproca dos esposos” (FC, 28).

Neste mesmo sentido afirmou a Igreja na Gaudium et Spes:

“O autêntico culto do amor conjugal e toda a vida familiar que dele nasce… tendem a que os esposos, com fortaleza de ânimo, estejam dispostos a colaborar com o amor do Criador e Salvador, que por meio deles aumenta cada dia mais e enriquece a família” (GS, 50).

Todos esses ensinamentos nos levam ao que a Igreja afirma constantemente:

“O amor conjugal deve ser plenamente humano, exclusivo e aberto à nova vida” (GS,50; HV,11; FC,29).

A situação social e cultural dos nossos tempos, dificulta a compreensão dessa verdade. Vale a pena reler o que disse o Papa João Paulo II sobre isso:

“Alguns perguntam-se se viver é bom ou se não teria sido melhor nem sequer ter nascido. Duvidam, portanto, da liceidade de chamar outros à vida, que talvez amaldiçoarão a sua existência num mundo cruel, cujos temores nem sequer são previsíveis. Outros pensam que são os únicos destinatários da técnica e excluem os demais, impondo-lhes meios contraceptivos ou técnicas ainda piores. Outros ainda, manietados como estão pela mentalidade consumista e com a única preocupação de um aumento por não chegar a compreender e portanto por rejeitar a riqueza espiritual de uma nova vida humana. A razão última destas mentalidades é a ausência de Deus do coração dos homens, cujo amor só por si é mais forte do que todos os possíveis medos do mundo e tem o poder de os vencer.

Nasceu assim uma mentalidade contra a vida (anti-life mentality), como emerge de muitas questões atuais: pense-se, por exemplo, num certo pânico derivado dos estudos dos ecólogos e dos futurólogos sobre a demografia, que exageram, às vezes, o perigo do incremento demográfico para a qualidade da vida.

Mas a Igreja crê firmemente que a vida humana, mesmo se débil e com sofrimento, é sempre um esplêndido dom do Deus da bondade. Contra o pessimismo e o egoísmo que obscurecem o mundo, a Igreja está do lado da vida” (FC,30).

E o Santo Padre, ciente da sua responsabilidade de defender a vida humana, em nome de Deus, seu doador, conclui:

“Por tudo isso a Igreja condena como ofensa grave à dignidade humana e à justiça todas aquelas atividades dos governos ou de outras autoridades públicas, que tentam limitar por qualquer modo a liberdade dos cônjuges na decisão sobre os filhos” (FC, 30).

Esse brado do Papa em defesa da vida, não serve apenas para os que estão fora da Igreja, mas também a nós católicos que, muitas vezes, nos fazemos de surdos ao ouvir a doutrina da Igreja contra a limitação artificial da natalidade.

João Paulo II repete as palavras de Paulo VI, sobre este assunto:

“É de excluir como intrinsecamente desonesta, toda a ação que, ou em previsão do ato conjugal, ou na sua realização, ou no desenvolvimento das suas consequências naturais, se proponha, como fim ou como meio tornar a procriação impossível” (HV, 14).

A Igreja recomenda aos casais cristãos o controle da natalidade só por meios naturais. Existe hoje o Termômetro eletrônico L’Sophia, fabricado no Japão, e vendido pelo Pró-Vida familiar (SQS, 203, Bloco C, apto 204, Brasília-DF, CEP: 70233-030, tel. o61-224 9692), que através da temperatura tirada embaixo da língua, identifica os dias de fertilidade da mulher. É hoje o método natural mais avançado; é uma síntese do método Billings e outros naturais.

O Papa chega a dizer na Familiaris Consortio que, para muitos, especialmente os mais ricos, a vida é olhada, hoje, não mais como uma “bênção”, mas como um “perigo”.

“Nos países mais ricos, pelo contrário, o bem estar excessivo e a mentalidade costumística, paradoxalmente unida a uma certa angústia e incerteza sobre o futuro, roubam aos esposos a generosidade e a coragem de suscitarem novas vidas humanas: assim a vida é muitas vezes entendida não como uma bênção, mas como um perigo de que é preciso defender-se” (FC,6).

A que ponto chegou o valor da vida: “um perigo de que é preciso defender-se”!

Diz o Papa na Carta às Famílias, na sua severa condenação ao aborto:

“Visando exclusivamente ao prazer, pode chegar até a matar o amor, matando o seu fruto. Para a cultura do prazer, o “fruto bendito do teu ventre” (Lc 1,42) torna-se, em certo sentido, um “fruto maldito” (CF, 21).

É duro reconhecer, mas é real, que também entre católicos engajados na Igreja, encontramos essa triste mentalidade. Quantas vezes vemos pais e mães “arrancando os cabelos” porque aconteceu a gravidez. Às vezes, mais parece que a mulher concebeu uma maldição e não um filho.

Muitos têm medo de não educar bem os filhos. Pois eu lhes digo que, com Deus, é possível educá-los; basta que o casal se ame, crie um lar saudável, e vivam para os filhos, com todas as suas forças e com toda dedicação.

Precisamos urgentemente, dentro da Igreja primeiro, resgatar todo o valor da vida. Uma única vida humana vale mais do que todo o universo material; vale mais do que todas as riquezas do solo, do sub-solo e das estrelas… porque cada vida humana é gerada à imagem e semelhança do Criador, e por isso é imortal. Não fosse tão grande o valor de cada vida, o Pai da humanidade não teria consentido no sacrifício do Seu Filho Unigênito. E, no entanto, como temos olhado hoje para essa vida, pela qual Jesus não duvidou em imolar´se para salvá-la?

Há hoje uma mentira muito difundida “infelizmente aceita também por muitos católicos desinformados” de que a limitação da natalidade é o remédio necessário e “indispensável” para sanar todos os males da humanidade.

Não há civilização que possa se sustentar sobre uma falsa ética que destrói o ser humano, ou que impede o “seu existir”. É ilógico, desumano e contra a Lei de Deus, que, para salvar a humanidade seja necessário sacrificá-la em parte.

Já em 1979, o ministro da saúde, Almeida Machado, dizia:

De nada adianta o controle da natalidade para aumentar a renda. Dentro de quarenta anos, com essa medida, a população de aposentados estará maior que a ativa. O controle da natalidade é uma ilusão. As crianças são a esperança para o futuro do Brasil” (Folha de São Paulo, 07.09.79).

A nossa sociedade, hedonista e consumista, está acostumada a oferecer “soluções fáceis para problemas difíceis”; e, nesta ótica, “se não é possível acabar com a pobreza, acabemos com os pobres”. Assim, nesta linha viciada, distribui-se pílulas anticoncepcionais, DIUs, camisinhas, fazem laqueaduras, vasectomias, etc., como se lidássemos com gado, e não com gente. Já dizia o poeta: “…gado a gente tange, ferra, engorda e mata, mas com gente é diferente!” Gente tem alma imortal, criada à imagem de Deus.

A crise da humanidade hoje é de natureza moral e ética, e não demográfica. Sabemos que muitos cavalos e cães de raça são mais bem tratados que muitas crianças. E nunca se ouviu falar em limitar o nascimento dos cavalos de raça…

O renomado historiador francês, professor da Sorbonne, católico, Pierre Chaunu, na entrevista que deu à revista VEJA, de 11.07.84, sob o título A Caminho do Desastre, com sua autoridade de Catedrático, com mais de 50 livros editados, afirma, entre tantos outros alertas contra o controle da natalidade, que “estamos no limiar de um mundo de velhos” e que a humanidade corre o risco de ver a “implosão da espécie humana”. Na mesma entrevista ele afirma que “os americanos têm um medo inconfessável do crescimento da América Latina”. Isto explica o fato deles investirem tantos dólares para fomentar as clínicas de esterilização na América do Sul.

São preocupantes os alertas do Dr. Chaunu, pois partem de um pesquisador sério, renomado, católico, e que entende do assunto. Ele afirmou (em 1984) que:

“Há quinze anos entramos num processo catastrófico. As taxas de natalidade caíram tanto nos países industrializados que já não somos capazes sequer de repor a geração atual”.

Dr. Chaunu chega a ver aí o pior problema atual da humanidade, pois considera isto a sua “própria destruição”; e fala em “suicídio demográfico”. Tudo começou com a pílula anticoncepcional, na década de 60. Nesta época, o Papa Paulo VI já avisava o mundo dos seus perigos. Hoje, trinta anos depois estamos vendo os resultados.

Algo que mostra que as suas palavras não são meramente alarmistas, mas reais, são as medidas que os países da Europa começaram a tomar no sentido de tentar reverter a queda vertical do índice de natalidade. Desde 1972 a taxa de mortalidade na antiga Alemanha Ocidental, é maior do que a taxa de natalidade (Folha de São Paulo, 24/03/86).

A Alemanha, por exemplo, precisa de uma taxa de natalidade de 2,2 filhos por mulher, para manter o número da população atual, mas esta taxa está hoje em apenas 1,3. Aqui reside o problema apontado por Dr. Chaunu. Para enfrentar o problema, o governo alemão aumentou em seis vezes as pensões para os casais com um certo número de filhos. Além disso, introduziu uma novidade: o pagamento de US$ 180,00, por mês, durante o primeiro ano de vida da criança.

Da mesma forma estão agindo outros países industrializados, como a França, por exemplo. Em 1986, o jornal El Pais publicou uma reportagem com o título Governo Francês Estimula os Casais a Terem Três Filhos. As mães com três filhos, passaram a ganhar, durante três anos, um soldo de 2400 francos franceses, cerca de US$ 400,00. Tudo isto porque, como se diz por lá, hoje já “se fabrica mais ataúdes do que berços” na França.

O nosso Brasil também já começa sentir as consequências do problema. De 5,4 filhos por mulher, em 1965, a nossa taxa de natalidade caiu para 2,7 em 1990, e hoje já está em torno de 2,3; próximo dos níveis europeus. A grande consequência disto será o envelhecimento acelerado da população. (cf. Folha de São Paulo, 26/06/97, Cotidiano, pag.3-16)

No 3º Simpósio Brasil em Explosão Demográfica, o professor Paul Singer, do CEBRAP (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) afirmou:

“A explosão demográfica não é problema nosso. Ninguém nunca conseguiu provar que o desenvolvimento econômico de uma nação é impossível com altos índices de crescimento populacional. O problema a ser discutido é a distribuição de renda, ou de recursos, que estão concentrados em apenas 5% da população. O problema é distribuir melhor os recursos e não pedir à classe pobre que deixe de ter filhos”.

O mesmo já dizia o Papa Paulo VI:

“Não se trata de diminuir os comensais na mesa, mas de aumentar a alimentação”.

Vejamos o caso, por exemplo do Japão. A sua densidade demográfica é de 328 habitantes por quilômetro quadrado, enquanto no Brasil é de apenas 19; isto é, o Brasil tem 17 vezes menos habitantes por quilômetro quadrado. E sabemos que a fome, a doença, o analfabetismo, etc, imperam aqui muito mais do que lá. Portanto, é falso afirmar que a limitação da natalidade, a todo custo, é condição essencial para o desenvolvimento do país. Muitos países desenvolvidos têm alta densidade demográfica: Alemanha (229 hab/Km²), Israel (280), Itália (189), Inglaterra (240), Suíça (176), Bélgica (330).

Outro exemplo gritante é o que ocorre hoje em alguns países do primeiro mundo, como Itália, França, Alemanha, onde o índice de crescimento populacional já começa a ser negativo; isto é morre mais gente do que nasce. Não é à toa que a França tem espalhado pelo país ´out doors´ incentivando os casais a terem mais filhos. Afinal, a verdadeira riqueza de um país são os seus filhos. Os males sociais têm que ser resolvidos corajosamente, com medidas justas, e não com o preço da dignidade humana.

Não há falta de alimento no mundo, o que falta é justiça social. O Jornal Nacional da Rede Globo de TV, noticiou no dia 09/07/97 que só nos EUA são jogados no lixo, 43 milhões de toneladas de alimento, por ano, o que daria para sustentar 80 milhões de pessoas, um ano inteiro; isto é, um enorme país poderia ser alimentado, só com o que vai para o lixo nos Estados Unidos! Isto mostra que o que falta no mundo não é alimento…

Em 1994, no Ano Internacional da Família, por pouco não chegamos ao cúmulo de presenciar um atentado provocado contra a vida humana, em escala internacional, pela própria ONU (pasmem!), quando em outubro de 1994, tentou aprovar o aborto como meio ´legal´ de limitação da natalidade, durante a Conferência do Cairo, no Egito, sobre o crescimento demográfico.

Muitos fazem esta pergunta: mas será que o mundo tem condições de alimentar tanta gente? Vamos responder com a palavra dos próprios estudiosos da questão.

Um Relatório preparado pelo conhecido Clube de Roma, em 1974, com o título Limites do Crescimento, apresentava um quadro sombrio do planeta, às vésperas de uma crise energética (petróleo) e alimentar. Neste ano a população da terra era de menos de 4 bilhões de pessoas. Treze anos depois, em outro Relatório intitulado Estado da População Mundial, em 1987, da ONU, ela deixou de lado o alarmismo, e afirmou:

“Depois da revolução verde, da biotecnologia, não se duvida mais que haja condições para acabar com a fome no mundo” (Folha de São Paulo, 15/06/87).

Ora, se a própria ONU afirma que “não se duvida mais que haja condições para acabar com a fome no mundo”, como, então, ela quis propor o aborto generalizado mundialmente para limitar a natalidade?; é um absurdo.

Assista também: Quantos filhos deve ter um casal cristão?

O mesmo Relatório da ONU ainda afirmava:

“Há 453 milhões de toneladas de trigo, arroz e grãos estocados em todo o mundo, e os agricultores dos Estados Unidos e da Europa Ocidental são pagos para não produzir”.

Com 453 milhões de toneladas de cereais é possível manter alimentada uma população de 1,2 bilhões de pessoas, durante um ano inteiro, com um quilo de alimento diário para cada uma. Como falar em falta de alimento no mundo?

Todos sabemos que a engenharia genética e a biotecnologia, multiplicaram abundantemente a produção de cereais, leite, carne, ovos, legumes, etc.

Esta é a prova explícita de que não há falta de comida no mundo; há sim, falta de distribuição, de amor. É por isso que o Papa João Paulo II vem pedindo com insistência a Globalização da Solidariedade; esta sim, é a mais urgente, justa e necessária, e todos nós temos que unir as nossas forças para fazê-la acontecer, antes que as outras globalizações sufoquem a raça humana.

Será que o nosso planeta está com superpopulação? Será que haverá uma explosão demográfica como alguns anunciam? Não! Vejamos o que disseram os demógrafos da ONU. O Relatório do Departamento Populacional da ONU, publicado em fevereiro de 1998, afirma o contrário de todas essas previsões.

A Folha de São Paulo, em matéria intitulada Terra não terá explosão populacional, diz a ONU (05/02/98, pag.1-14), da jornalista Cláudia Pires, de Nova York, afirma:

“Depois de anos de previsões sobre uma possível explosão populacional na Terra, demógrafos e outros especialistas no assunto acabaram concluindo que o risco de um planeta super-habitado está cada vem mais distante. Atualmente existem 5,7 bilhões de pessoas no planeta. De acordo com os especialistas, se os índices populacionais forem mantidos… o total populacional na metade do próximo século deve estar beirando os 9,4 bilhões. A cifra é a metade da prevista no início deste século”.

Isto acontece pelo fato já citado antes de que a maioria dos países desenvolvidos tem índice de natalidade menor do que 2,1 filhos por mulher, que é o mínimo necessário para manter o crescimento estabilizado. Isto derruba por terra a famosa e falsa teoria de Thomas Malthus que previu uma explosão populacional no final do século XX. Países como a Itália, Japão, Alemanha, Espanha, já estão com níveis de natalidade em 1,3 filhos por mulher. Boa parte desses países já tem 80% de sua população na idade adulta e teme um futuro com pouca mão de obra disponível. De acordo com os demógrafos da ONU, até o ano 2015 aproximadamente 88 países terão índice de natalidade abaixo de 2,1 filhos por mulher.

Quando se caminha pelas ruas dos bairros mais ricos de qualquer cidade, quase não se vê crianças. Por outro lado, elas são abundantes nas ruas dos bairros pobres e nas ruelas das favelas. O que está errado? Na verdade as coisas estão “de cabeça para baixo”. As famílias ricas deveriam estar cheias de filhos, porque essas têm condições de criá-las bem; no entanto, não é isto que se vê.

É urgente resgatar entre os casais cristãos o valor do filho e da prole como uma “bênção de Deus”, e que só se pode rejeitar por razões sérias; jamais por comodismo, medo ou egoísmo. Os casais cristãos estão a dever ao mundo uma resposta sobre esta questão… afinal, o maior de todos os valores é a vida. E não há trabalho mais digno e sublime do que gerar e bem educar seres humanos, os filhos de Deus.

O que o nosso mundo hoje mais precisa é de homens e mulheres com vocação autêntica para pais e mães. Chega de crianças “órfãs” de pais e mães vivos, como o Papa denunciou quando esteve aqui no Brasil. Isto ocorre porque esses últimos se preocupam mais consigo mesmos do que com os filhos.

Infelizmente se propaga, cada vez mais, uma certa mentalidade nada cristã, que se expressa em expressões do tipo “eu tenho que cuidar da minha vida”. É triste observarmos que hoje muitas mulheres têm vergonha de se identificar como “donas de casa” e mãe de família, como se isto fosse pejorativo e rebaixasse o valor da mulher.

Jamais a mulher poderá se realizar mais em outra vocação do que na maternidade. É aí que ela coopera de maneira mais extraordinária com Deus na obra da criação e, consequentemente, é aí que ela encontra a sua verdadeira realização. Afinal, São Paulo afirma a Timóteo que:

“A mulher será salva pela maternidade” (1 Tm 2,15).

A Igreja reconhece o importante papel da mulher na vida social e pública, mas não deixa de afirmar a importãncia da sua missão no lar. Assim se expressou o Papa João Paulo II:

“Não há dúvida que a igual dignidade e responsabilidade do homem e da mulher justificam plenamente o acesso da mulher às tarefas públicas. Por outro lado, a verdadeira promoção da mulher exige também que seja reconhecido o valor da sua função materna e familiar em confronto com todas as outras tarefas públicas, em geral reservadas ao homem” (FC, 23).

O Apóstolo vê na maternidade (“teknogonia”) a colaboração com a obra do Criador, como o exercício de um sacerdócio, já que a mãe é chamada a dar ao filho não somente a vida e a educação, mas também a doutrina da fé.

Certa vez o Cardeal Raul Henriques, do Chile, disse:

“Se quando minha mãe teve o 18º filho, tivesse dito basta, vocês não teriam hoje o seu Cardeal”.

Isto porque ele nasceu depois desses dezoito. Tudo é uma questão de amor e de fé.

Quando eu tinha meus 14 anos de idade, aprendi duas lições de vida que jamais pude esquecer. A primeira foi de uma tia que teve 15 filhos e que, já próximo da morte dizia: “eu nunca disse não a Deus”, referindo-se à sua generosidade para com o Criador. No leito de morte estas foram suas últimas palavras: “Seja feita a vontade de Deus!” Foi, de fato, uma mulher de fé.

A segunda lição foi a de um homem velho e pobre; tudo que possuía de material era a sua bicicleta. Seu apelido era “Baracho”, seu nome não me lembro. Certa vez, apoiado em sua bicicleta, me disse: “Menino, quando nasceu o meu 8º filho, eu estava tão mal de vida que o padrinho da criança, no dia do batizado, pediu que eu o deixasse levar para criá-lo”. E eu quis saber o que ele respondeu ao compadre. “Eu lhe disse não; Deus dá, Deus cria!” E acrescentou: “Depois desse 8º, ainda tivemos mais 14; ao todo 22. E estão todos criados”. Nunca esqueci essa lição!

É claro que Deus não quer, e a Igreja não prega, uma procriação descontrolada. O que importa é a “paternidade responsável”, mas não egoísta e comodista.

Acima de tudo é preciso ressaltar que a geração de um filho há de ser um gesto de puro amor à vida. Nenhuma outra razão pode justificá-la.

É verdade que hoje os tempos são outros; as dificuldades são maiores para se educar uma prole imensa; mas é verdade também que hoje há muito mais recursos à nossa disposição. Temos todos que confessar que hoje somos muito mais exigentes do que os nossos pais e avós; já não aceitamos aquela vida simples (e barata) que levavam. Hoje queremos ‘programas’, passeios, férias aqui e ali… e os filhos atrapalham e encarecem… Não é esta a verdade nua e crua? Não podemos dissimular a nossa falta. Sejamos coerentes.

A Igreja nos ensina a “paternidade responsável”. Já que o filho é um tesouro, deve ser bem cuidado. Logo, o casal não deve gerar os filhos que não tiver condições de educar; mas, por outro lado “já que o filho é uma bênção (Sl 126,3)” não deve ser evitado sem que haja razões sérias para isso. Mas essas razões sérias não podem ser, repito, o egoísmo do casal; a exigência de uma vida requintada para os filhos, ou o medo do futuro. A fé e a dedicação devem superar as dificuldades.

O Catecismo da Igreja afirma que:

“A Sagrada Escritura e a prática tradicional da Igreja veem nas famílias numerosas um sinal da bênção divina e da generosidade dos pais” (CIC, 2373).

Coelho Neto disse certa vez que: “é mais caro manter um vício do que criar dois filhos”.

Na verdade, precisamos, todos nós; voltar a uma vida simples e barata que deixamos o consumismo e os falsos prazeres destruir. Um velho professor nos dizia certa vez que: “rico não é aquele que tem muito, mas aquele que precisa de pouco”. Não precisamos de ter muito para ser felizes, basta o que nos é essencial.

A Igreja, no Concilio Vaticano II ensinou que:

“Não pode haver verdadeira contradição entre as leis divinas sobre a transmissão da vida e o cultivo do autêntico amor conjugal”.

“Aos filhos da Igreja, apoiados nesses princípios, não é lícito adotar na regulação da prole os meios que o Magistério reprova quando explica a lei divina” (GS, 51).

Quando o Catecismo da Igreja ensina sobre o controle da natalidade, diz:

“A continência periódica, os métodos de regulação da natalidade baseados na auto-observação e recurso aos períodos infecundos (HV, 16) estão de acordo com os critérios objetivos da moralidade. Estes métodos respeitam o corpo dos esposos, animam a ternura entre eles e favorecem a educação de uma liberdade autêntica. Em compensação, é intrinsecamente má ‘toda ação que, ou em previsão do ato conjugal, ou durante a sua realização, ou também durante o desenvolvimento de suas consequências naturais, se proponha, como fim ou como meio, tornar impossível a procriação’ (HV,14)”, (CIC, 2370).

Algo muito significativo que a Igreja, na Gaudium et Spes, nos lembra, é que o ato de transmitir a vida “ultrapassa os limites dessa vida”:

“Estejam todos certos de que a vida dos homens e a missão de transmiti-la não se confinam ao tempo presente nem se podem medir ou entender por esse tempo apenas, mas que estão sempre relacionados com a destinação eterna dos homens” (GS, 51).

Na edição de 09/03/85, a Folha de São Paulo publicou a reportagem Esterilização em Massa é Denunciada em São Paulo. Nela, denunciava “a existência de esterilização que induzem muitas mulheres à laqueadura, e homens à vasectomia, subvencionadas por organismos internacionais”.

A revista Isto É, de 21/08/85, também publicou uma reportagem intitulada Tiro na Natalidade, onde dizia, por exemplo, que “na cidade paulista de Rio Claro, 44,4% dos casais já foram esterilizados”.

A mesma Folha de São Paulo, em reportagem de 15/08/97, afirma que 40,2% das mulheres brasileiras que optaram por algum método de contracepção, fizeram a laqueadura.

Hoje começa a aparecer, também no Brasil, as consequências do controle exagerado da natalidade. A revista Veja, de 13/08/97, nas pag. 34-36, publicou um artigo chamado Desafios de um País de Cabelos Brancos, onde mostra o rápido envelhecimento da população do nosso país e as suas sérias consequências, como já avisava o Dr. Pierre Chaunu. Entre outros alertas, o artigo diz:

“O Brasil de jovens precisa de escolas e de bons professores” o de velhos necessita de mais hospitais, mais médicos, mais aposentadorias. A dificuldade é que num país de cabelos brancos, há menos braços para trabalhar e para pagar contribuições que alimentam a Previdência e impostos que pagam remédios nos hospitais… O envelhecimento da população é um problema sério em qualquer lugar do “mundo e ainda mais no Brasil, com o mecanismo deficiente que alimenta o caixa do seu sistema previdenciário”.

A Instrução Donum Vitae (O Dom da Vida), da Congregação da Doutrina da Fé, da Santa Sé, lembra-nos de que “o filho é o dom mais excelente do matrimônio” (DV II, 5 e GS, 50).

O último Concilio ensinou-nos que eles são a “coroa do matrimônio” (GS, 48); exatamente por serem pessoas humanas. É pelo respeito profundo à sua dignidade que tem o direito de ser gerado pelos próprios pais, e não num frio tubo de ensaio de um laboratório. Somente através do ato sexual, expressão mais profunda e íntima da doação amorosa dos pais, é que o filho deve ser gerado. Esta é a vontade de Deus (cf. DV, 2).

O Catecismo repete o que ensina a Donum Vitae:

“As técnicas que provocam uma dissociação do parentesco, pela intervenção de uma pessoa estranha ao casal (doação de esperma ou de óvulo, empréstimo de útero), são gravemente desonestas. Estas técnicas lesam o direito da criança de nascer de um pai e uma mãe conhecidos dela e ligados entre si pelo casamento. Elas traem o direito exclusivo de se tornarem pai e mãe somente um através do outro´ (DV, 2,1)” (CIC, 2376).

Da mesma forma é vedada a inseminação artificial (bebê de proveta), mesmo praticada entre o casal:

“Praticadas entre o casal, estas técnicas (inseminação) são talvez menos claras a um juízo imediato, mas continuam moralmente inaceitáveis. Dissociam o ato sexual do ato procriador. O ato fundante da existência dos filhos já não é um ato pelo qual duas pessoas se doam uma à outra, mas um ato que remete a vida e a identidade do embrião para o poder dos médicos e biólogos, e instaura um domínio da técnica sobre a origem e a destinação da pessoa humana” (DV II,5), (CIC, 2377).

A vida humana, pela sua dignidade ímpar, não pode ser manipulada ou gerada fora do contexto amoroso do ato de amor conjugal dos pais.

“A procriação é moralmente privada de sua perfeição própria quando não é querida como o fruto do ato conjugal, isto é, do gesto específico da união dos esposos…” (DV II,4).

Da mesma forma a Igreja já se pronunciou sobre o perigo e a desonestidade da geração da vida através da clonagem, pela qual se poderia gerar seres humanos sem a necessidade do ato sexual dos pais, fazendo como que “cópias” humanas, com o mesmo código genético. Referindo-se à clonagem, o Papa disse aos cientistas: “não ousem!…”

Na Carta às Famílias, ele assim se expressou:

“Quando o corpo humano, considerado independentemente do espírito e do pensamento, é utilizado como “material” ao mesmo nível do corpo dos animais, “como sucede, por exemplo, nas manipulações sobre os embriões e os fetos” inevitavelmente caminhamos para um terrível descalabro ético” (CF, 19).

Ao final deste capítulo é preciso lembrar que a esterilidade física do casal que não pode gerar, não é um mal total. A Igreja têm uma palavra para esses casais:

“Os esposos que, depois de terem esgotado os recursos legítimos da medicina, sofrem a infertilidade, unir-se-ão à Cruz do Senhor, fonte de toda fecundidade espiritual. Podem mostrar a sua generosidade adotando crianças desamparadas ou prestando relevantes serviços em favor do próximo” (CIC, 2379).

Há hoje milhões de crianças e jovens “órfãos de pais vivos”, abandonados, precisando da ajuda de alguém. Por causa disso, alastra-se a praga da droga entre eles, bem como os outros vícios que andam juntos: prostituição, bebida, violência, etc.

Não apenas é possível adotar essas crianças “porque nem sempre a adoção é o melhor caminho para ajudá-las” mas, sobretudo, engajar-se em algum trabalho de recuperação desses filhos de Deus mais abandonados.

Sabemos, pela fé, “que tudo concorre para o bem dos que amam a Deus” (Rom 8, 28). O fato de um casal cristão, não poder ter filhos, ou não poder ter todos os que desejaria, não é isto um indício de que Deus possa querer que este casal se ofereça para ajudar a criar aqueles que não têm os seus pais? Repito, há hoje uma multidão de “órfãos de pais vivos”, aguardando quem possa salvá-los da morte.

Hoje, mais do que nunca, é preciso de cristãos dispostos a arregaçar as mangas para salvar do vício e da morte milhares de jovens. É urgente que surjam Casas de Recuperação de drogados, de crianças abandonadas, de velhos esquecidos, de prostitutas sofridas…Cada um desses é como que uma daquelas ovelhas tresmalhadas do rebanho, que Jesus disse deixar as 99 no aprisco seguro, para ir resgatá-las.

Mais do que nunca, o Senhor precisa hoje desses “esquadrões de resgate” desses seus filhos mais abandonados pelo mundo e pela família.

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Como cristãos, é importante lembrar aquilo que Jesus disse:

“Haverá mais alegria no céu, entre os Anjos de Deus, por um pecador que se converta, do que por noventa e nove justos que não precisam de penitência” (Lc 15,7; Mt 18,12).

Você já pensou seriamente nisto? Já pensou o quanto Deus ama cada uma dessas ovelhas perdidas? Já pensou que é possível para nós, aqui da terra, promovermos festa no céu, entre os Anjos, por causa do resgate de um apenas desses pequeninos? Isto pode ser um enorme estímulo para aqueles casais que não podem ter os seus próprios filhos, qualquer que seja a razão.

Conheço um grupo de casais que se dedica à recuperação de jovens viciados em drogas ou álcool; são como que os seus “filhos do coração”, numerosos e necessitados de ajuda.

Creio que os casais cristãos precisam dar ao mundo um testemunho de fé e de valorização no dom maior que é a vida. Se o mundo secularizado e sem compromisso com as Leis de Deus, disse Não, aos filhos, então, cabe aos casais fiéis a Deus, dizer-lhes Sim. O futuro do mundo está nas mãos dos filhos; então, que esteja nas mãos dos filhos das famílias verdadeiramente cristãs. Também numericamente esta será uma maneira de fazer o reino de Deus crescer entre os homens. Estou convencido de que as famílias mais felizes são as mais numerosas, pois a sua maior riqueza é a própria vida.

Na medida em que os pais católicos aceitarem mais filhos, aumentará o número desses na sociedade, e esta será então melhor. O mundo de amanhã, estará sem dúvida, nas mãos das famílias numerosas.

É preciso dizer aqui que a lei de Deus não é pesada e nem impossível de ser cumprida. Jesus disse que o seu “jugo (doutrina) é suave e seu peso é leve” (Mt 11,30).

“O mandamento que hoje te dou não está acima de tuas forças, nem de fora de teu alcance… Mas esta palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração: e tu a podes cumprir” (Dt 30, 11-14).

Portanto, não é impossível viver a lei de Deus, como querem alguns; mas para isto é preciso a fé; pois, “sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb 11,6). Se raciocinarmos apenas com critérios humanos, sem o ingrediente da fé, tudo o que foi exposto até aqui será um enorme absurdo; mas, para os que crêem na palavra de Deus e no ensinamento da Igreja, é salvação, vida e felicidade.

Se o mundo não quer mais ter filhos, que então os cristãos assumam esta bela missão, criando-os na “disciplina e na doutrina do Senhor” (Ef 6,4). O mundo será melhor.

Vitor Hugo disse certa vez que “um lar sem filhos é como uma colmeia sem abelhas”; acaba ficando sem a doçura do mel.

Retirado do livro: “Família, Santuário da Vida”. Prof. Felipe Aquino. Ed. Cléofas.

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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