Você sabe quem foi São Francisco de Assis?

Porque era santo, ele dominava os animais, o lobo, os peixes e os pássaros ouviam sua voz!

O gigante São Francisco, o amante da natureza, que via um irmão em cada ser criado por Deus, morreu com apenas 44 anos de idade, a 3 de outubro de 1226, no chão nu da Porciúncula de Santa Maria dos Anjos, em Assis.

Com idade de 24 anos, tinha se despojado de tudo: riquezas, ambições, orgulho, e até da roupa que usava, para desposar a Senhora Pobreza e repropor ao mundo, na alegria, o ideal evangélico de humildade, pobreza e castidade.

Deixou a casa de seu pai, o comerciante Bernardone. Mas antes de se converter gostava das festas, e gastava o dinheiro dele. Aos vinte anos, quis alistar-se como cavaleiro no exército de Gualtieri de Brienne, que combatia pelo papa. Mas em Spoleto, teve um sonho no qual era convidado a seguir de preferência o Patrão do que o servo.

Voltando a Assis, dedicou-se ao serviço dos doentes e pobres e num dia do outono de 1205, enquanto meditava extasiado na igrejinha de S. Damião, ouviu uma voz saída do crucifixo: “Vá escorar a minha Igreja, que está desabando”. Fundou o primeiro núcleo da Ordem dos Frades Menores, cuja regra foi aprovada pelo papa Inocêncio III. Fez muitas pregações e viagens missionárias, para levar aos homens, sempre armados uns contra os outros, a mensagem evangélica de paz e bem.

Leia também: São Francisco de Assis

São Francisco de Assis e o Santíssimo Sacramento

Ensinamentos de São Francisco de Assis

Francisco, Clara e Seus Amigos

A segunda Regra da Ordem foi aprovada pelo Papa Honório III. Já debilitado fisicamente pelas duras penitências, recebeu os estigmas, sobre o monte Alverne a 14 de setembro de 1224.

Autor do Cântico do Irmão Sol, São Francisco foi canonizado dois anos após a morte. Em 1939, Pio XII chamou-o de o “mais italiano dos santos e mais santo dos italianos”, proclamando-o padroeiro principal da Itália.

São Francisco, muito mais do que um santo da ecologia foi um gigante da Igreja; fundou uma das maiores Congregações religiosas: os franciscanos. Tinha um amor profundo à Sagrada Eucaristia. Em uma de suas cartas, a todos os Superiores dos Frades Menores, ele diz: “Peço-vos com mais insistência do que se pedisse por mim mesmo, supliqueis humildemente aos clérigos, todas as vezes que o julgueis oportuno e útil, que prestem a mais profunda reverência ao Santíssimo Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo bem como a seus santos nomes e palavras escritos, que tornam presente o seu Sagrado Corpo. Os cálices e corporais que usam, os ornamentos do altar, enfim tudo quanto se relaciona ao sacrifício, sejam de execução preciosa. E se em alguma parte o Corpo do Senhor estiver sendo conservado muito pobremente, reponham-no em lugar ricamente adornado e ali o guardem cuidadosamente encerrado segundo as determinações da Igreja, levem-no sempre com grande respeito e ministrem-no com muita discrição. E em todas as pregações que fizerdes, exortai o povo à penitência e dizei-lhe que ninguém poder salvar-se se não receber o Santíssimo Corpo e Sangue do Senhor.

E quando o sacerdote o oferecer em sacrifício sobre o altar, e aonde quer que o leve, todo o povo dobre os joelhos e renda louvor, honra e glória ao Senhor Deus vivo e verdadeiro”.

Infelizmente São Francisco é mal compreendido hoje, e sua imagem é deformada por alguns. Ele não era um santo romântico e ecológico. Era um grande católico, fiel à Igreja, ao Papa e às missões para salvar almas. Participou da quinta Cruzada. Quando os cristãos cercaram Damietta, no delta do Nilo, no Egito, São Francisco foi para lá. Resolveu ir até os muçulmanos maometanos, para tentar convertê-los ou morrer mártir. Foi preso pelas tropas maometanas e apanhou bastante. Levado diante do sultão do Egito, Malek Kamel, São Francisco pregou valentemente o cristianismo, a Santíssima Trindade, e atacou Maomé. Queriam matá-lo por isso, mas o Sultão não deixou.

Logo, São Francisco desafiou os maometanos a entrarem com ele numa grande fogueira. Quem saísse vivo da fogueira teria provado que seu Deus era o verdadeiro. Nenhum muçulmano aceitou o desafio.

São Francisco propôs, então, a Malek Kamel, que ele entraria sozinho no fogo. Caso ele morresse, seria como punição de seus pecados. Caso ele saísse vivo, seria a prova de que o Cristianismo era a religião verdadeira. E, nesse caso, o sultão deveria se fazer batizar com todo o seu povo. O sultão ficou com medo e não aceitou nem essa proposta. Ofereceu muitos presentes ao santo que os rejeitou.

Assista também: São Francisco de Assis, mais do que protetor dos animais, é defensor da Igreja de Cristo

A pregação de São Francisco, que foi ouvida até pelos lobos, não foi aceita pelos muçulmanos. Malek Kamel deixou partir São Francisco que voltou ao campo cruzado. A guerra prosseguiu, e depois de 17 meses de cerco, Damietta foi tomada pelos cristãos. Os santos agem por seus milagres.

Falando da morte de Cristo ele disse: “Os demônios, então, não foram eles que o crucificaram; és tu que com eles o crucificaste e continuas a crucificá-lo, deleitando-te nos vícios e nos pecados” (Admon. 5.3).

No seu “Cântico das Criaturas” ele diz: “Louvado sejais, meu Senhor, por nossa irmã, a morte corporal, da qual homem algum pode escapar. Ai dos que morrerem em pecado mortal, felizes aqueles que ela encontrar conforme a vossa santíssima vontade, pois a segunda morte não lhes fará mal”.

Porque era santo, ele dominava os animais, o lobo, os peixes e os pássaros ouviam sua voz!

Prof. Felipe Aquino

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
Adicionar a favoritos link permanente.