Você conhece os crimes do comunismo?

comunismo

O “Livro Negro do Comunismo” (1) foi escrito por ex-esquerdistas que deixaram o comunismo. O coordenador da equipe é Stéphane Courtois, diretor da revista “Communisme” e diretor de investigações do “Centre National de la Recherche Scientifique” de Paris. Ele vem do maoísmo e se define como anarquista (2).

Segundo os cálculos, o comunismo causou a morte de cerca de 100 milhões de pessoas. Só na China foram 63 milhões, e na Rússia 20 milhões. A Comissão sobre Repressão do governo russo concluiu que os bolchevistas mataram pelo menos 43 milhões de pessoas entre 1917 e 1953. Na Coréia do Norte, segundo a agência católica Zenit (6), o comunismo matou de fome 3,5 milhões, sete vezes mais do que os autores informam.

Para o Livro Negro do Comunismo, a imitação da Revolução Francesa de 1789 é que moveu os revolucionários vermelhos. “Robespierre abriu o caminho, Lenine e Stalin lançaram-se nele, os Khmers Vermelhos do Camboja bateram recordes genocidas”. Para eles, a igualdade utópica tudo justificava. Exterminar milhões não importava, porque assim nasceria um mundo novo, fraternal, para um homem novo liberto.

O obstáculo a vencer era a propriedade privada e os proprietários. Lenine declarou a Guerra Civil contra eles. Comitês revolucionários de intelectuais comunistas conduzindo uma tropa de “elementos criminosos e socialmente degenerados” (p. 127) instauraram o terror. Em 29 de abril de 1918, Lenine decretou “uma batalha cruel e sem perdão contra esses pequenos proprietários” (p. 83). Os comunistas passaram a desarmá-los e a lhes confiscar o grão. Quem resistia era torturado ou espancado até a morte.

Confiscando o alimento, o governo reduziu o povo pela fome. Só comia quem possuísse o cartão de racionamento distribuído pelo partido… Nas cidades, as fábricas pararam.

“As cidades devem ser impecavelmente limpas de toda putrefação burguesa…. O hino da classe operária será um canto de ódio e de vingança!”, escrevia o “Pravda” – jornal oficial — em 31 de agosto de 1918. Stalin completou a estatização do campo decretando o extermínio imediato de 60 mil chacareiros e o exílio da grande maioria para campos de concentração da Sibéria.

Em janeiro de 1930, os pequenos comerciantes, artesãos e profissionais liberais foram privados de moradia e de cartão de racionamento. E, por fim, deportados. A mortandade causada pelo Grande Expurgo atingiu mais de 6 milhões de pessoas, embora oficialmente só tenha havido 681.692 execuções.

Leia mais: O livro negro do Comunismo – Parte 1

O livro negro do Comunismo – Parte 2

Teologia da Libertação: O Comunismo invade a Igreja

O historiador russo Dmitri Volkogonov apresentou uma biografia de Joseph Stalin, o tirano que matou milhões de pessoas. O primeiro tomo da biografia Stalin – Triunfo e ragédia (tradução de Joubert de Oliveira Brízida; Nova Fronteira; 376 páginas; 39 reais). Volkogonov, fez carreira no Exército Vermelho, trabalhou no departamento de propaganda por muito tempo. Enquanto doutrinava jovens cadetes no marxismo-leninismo, pesquisava para compor um retrato de Stalin. Volkogonov estima em torno de 9 milhões o número de pessoas atingidas pela coletivização do campo, conduzida com mão de ferro pelo regime soviético a partir de 1929. A maioria morreu no gelado exílio da Sibéria.

Para a Revista VEJA (Edição 1874 de 6/10/ 2004) “a estimativa do historiador é na verdade conservadora – o próprio Stalin falava em 10 milhões. O número total de vítimas do stalinismo até hoje é incerto e varia de historiador para historiador. Deve ficar em torno de 20 milhões. Mas, entre os comunistas expurgados, havia outros tantos criminosos em potencial. Não podia ser diferente: o sistema era criminoso. Stalin era apenas um burocrata – o mais dedicado funcionário do mal que o século XX conheceu”.

Durante a II Guerra Mundial, o comunismo russo dizimou as minorias étnicas. Mais de 80% dos 2 milhões de descendentes de alemães que moravam na URSS foram expurgados como espiões e colaboradores do inimigo. Os expurgos alimentavam o gigantesco sistema de campos de concentração, onde os deportados funcionavam como mão-de-obra escrava para sustentar a economia soviética.

Ouça também: O livro Negro do Comunismo

Na prisão romena de Pitesti os estudantes religiosos eram batizados todos os dias, enfiando-se-lhes a cabeça em baldes cheios de fezes, enquanto era rezada a fórmula batismal. Os seminaristas deviam oficiar missas negras, especialmente na Semana Santa. O texto litúrgico era “pornográfico e parafraseava de forma demoníaca o original” (p. 495).

A perseguição tornou-se encarniçada contra o clero católico. Um Bispo greco-católico escreveu este testemunho comovedor: “Durante longos anos, suportamos, em nome de São Pedro, a tortura, os espancamentos, a fome, o frio, o confisco de todos os nossos bens, o escárnio e o desprezo. Beijávamos as algemas, as correntes e as grades de ferro das nossas celas como se fossem objetos de culto, sagrados; e a nossa farda de prisioneiros era o nosso hábito de religiosos. Nós havíamos escolhido carregar a cruz, apesar de nos proporem sem cessar uma vida fácil em troca da renúncia a Roma… Hoje, apesar de todas as vítimas, a nossa Igreja possui o mesmo número de Bispos que havia na época em que Stalin e o Patriarca ortodoxo Justiniano triunfalmente a declararam morta” (p. 486).

A China de Mao-Tsé-Tung seguiu as pegadas da Rússia com aspectos surpreendentes. A Reforma Agrária chinesa extinguiu de 2 a 5 milhões de vidas. Em 1959, Mao propôs o “grande salto para a frente”, que consistiu em reagrupar os chineses em comunas populares, sob pretexto de um acelerado progresso. Logo começou a faltar o alimento básico. A indústria parou. A fome mais mortífera da História da humanidade sacrificou então 43 milhões de vidas!

O sistema amarelo de campos de concentração foi (e continua sendo) o maior do mundo. Até meados dos anos 80, mais de 50 milhões de presos passaram por ele. A média de ingresso nesse sistema é de 1 a 2 milhões de pessoas por ano, e a população carcerária atinge, em média, a cifra de 5 milhões.

Em 1966, Mao lançou a Revolução Cultural. A ordem era reduzir a pó os vestígios do passado, de eliminar tudo quanto falasse da alma espiritual ou evocasse a beleza. Os mortos são calculados entre 400 mil a 1 milhão, e os encarceramentos em torno de 4 milhões. No Camboja os guerrilheiros vermelhos exterminaram mais de um quarto da população nacional.

Resta saber por que as ONGs humanitárias não procuraram na Sibéria e em outros lugares os presos e sobreviventes? Por que os defensores dos “direitos humanos” não se interessaram pela sorte dessas milhões de vítimas? E como explicar ainda o seu silêncio sobre as atuais fábricas de prisões de chineses?

1) Stéphane Courtois, Nicolas Werth, Jean-Louis Panné, Andrzej Paczkowski, Karel Bartosek, Jean-Louis Margolin, O livro negro do comunismo. Crimes, terror e repressão, Bertrand Brasil, Rio de Janeiro, 1999, 917 págs.

2) “Le Monde”, Paris, 3-8-99.

3) “Veja”, S. Paulo, 3/11/1999.

4) “Expresso”, Lisboa, 6-11-98.

5) “Jornal do Brasil”, 30-10-99.

6) Zenit, 2-9-1999.

7) “Folha de São Paulo”, 14/2/90. Publicado ademais em numerosos jornais e revistas de todo o mundo.

Prof. Felipe Aquino

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
Adicionar a favoritos link permanente.