Vocações sacerdotais e religiosas diminuem no Brasil

Segundo o presidente da Comissão dos Ministérios Ordenados e da Vida Consagrada da CNBB, a situação é preocupante, pois não estamos tendo uma reposição com novas vocações.

Segundo o site Gaudium Press (11/05/2022), segundo dados divulgados em 2022 pelo Anuário Estatístico da Igreja (Annuarium Statisticum Ecclesiae), referentes aos anos de 2019 e 2020, apesar do número de batizados no mundo estar aumentando proporcionalmente à população, o número de sacerdotes e de candidatos aos sacerdócio está diminuindo. Em 2019, existiam 114.058 seminaristas no mundo, número que caiu para 111.855 em 2020.

Não estamos tendo uma reposição com novas vocações

Em entrevista ao Vatican News, Dom João Francisco Salm, Bispo de Novo Hamburgo/RS e presidente da Comissão dos Ministérios Ordenados e da Vida Consagrada da CNBB ressaltou que “tem caído muito as vocações da Vida Consagrada e temos congregações que estão com seus membros praticamente todos idosos ou idosas, que é o caso mais comum entre a Vida Consagrada feminina. É preocupante isso, porque dentro de 10, 15 anos esse pessoal não existirá mais entre nós, e nós não estamos tendo uma reposição com novas vocações”.

Motivos da diminuição de vocações

Para o prelado, o motivo dessa diminuição de vocações é complexo, passando pela mudança de época e o modo mais superficial de viver a Fé. Além disso, tem origem em famílias com poucos filhos, “numa época altamente desafiadora para levar o jovem ao encontro com Jesus”.

“Essa crise faz parte de um novo passo, de uma nova realidade. Nós vivíamos num tempo em que nas comunidades o ambiente era de Igreja. Eu vivi não só numa família cristã, mas numa comunidade cristã em que todos nós praticávamos juntos; os filhos eram educados por todas as famílias; e vivíamos a Fé. Então, era espontâneo, era natural nascer ali, criar-se ali e ser um cristão católico. Hoje não é mais assim. O cristão não nasce cristão, ele se faz”, afirmou.

Ano Vocacional no Brasil

Como forma de mudar esta realidade, no próximo dia 20 de novembro, Festa de Cristo Rei, será iniciado um Ano Vocacional no Brasil. Também está se investindo na Iniciação à Vida Cristã com objetivo de levar os catequisandos ao encontro com Cristo e à pertença à comunidade.

“Para termos vocações à Vida Consagrada e à Vida Sacerdotal, precisamos dar aos possíveis candidatos a possibilidade da experiência do encontro com Jesus. Outra coisa é que estamos num tempo de comunicações, em que crianças e jovens estão logo em contato com o mundo, com ofertas mais diferentes e nem sempre com a mesma intensidade têm contato com aqueles que são os nossos modos de participar da Igreja”, destacou Dom João Francisco Salm.

O primeiro anúncio

O Bispo de Novo Hamburgo explicou ainda que é preciso encontrar uma forma de apresentar a proposta de vida do Evangelho às crianças e aos jovens, inserindo dentro deles o desejo de Deus. Para isso, o prelado enaltece o trabalho evangelizador das famílias que, dentro de seus lares, realizam o “primeiro anúncio”, em contraposição aos pais que não falam mais de Jesus Cristo e da Igreja aos seus filhos. Esta “experiência do encontro” deve ocorrer para se redescobrir a vivência cristã e, assim, enfrentar o mundo, e não contrário, esperar o mundo estar favorável para se criar oportunidades. (EPC)

Fonte: https://gaudiumpress.org/content/vocacoes-sacerdotais-e-religiosas-diminuem-no-brasil/

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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