16 de Outubro de 2013 – (ACIdigital) Durante um ato celebrado no Palácio Apostólico nesta manhã, por ocasião do afastamento do Cardeal Tarcisio Bertone como Secretário de Estado, cargo que ocupará o Arcebispo Pietro Parolin, até agora Núncio Apostólico na Venezuela, o Papa Francisco visitou o pessoal da Secretaria de Estado.
“Neste momento – disse o Papa – é um sentimento de gratidão aquele que gostaria de partilhar com todos você”. “Vejo no senhor – prosseguiu dirigindo-se ao Cardeal Bertone – antes de tudo o filho de Dom Bosco. Todos somos marcados pela nossa história”.
O Pontífice ainda agradeceu-lhe pela coragem e paciência com a qual viveu as contrariedades que precisou enfrentar. “Pensando em seu longo serviço à Igreja, seja no ensino, como no ministério de bispo diocesano e no trabalho na Cúria, até o cargo de Secretário de Estado, parece-me que o fio condutor seja constituído pela própria vocação sacerdotal salesiana que o marcou desde a infância e que o levou a desenvolver todos os atributos recebidos, indistintamente, com profundo amor à Igreja, grande generosidade e com aquela típica mistura salesiana que une um sincero espírito de obediência e uma grande liberdade de iniciativa e de inventiva pessoal”.
E o Papa prossegue: “Caro Cardeal Bertone, neste momento gosto de pensar que, mesmo se houve espinhos, a Virgem Auxiliadora não deixou faltar a sua ajuda, e não deixará faltar no futuro: esteja certo, hein? O desejo que todos lhe temos é que Ela possa continuar a apreciar os tesouros que marcaram a sua vocação: a presença de Jesus Eucarístico, a assistência de Nossa Senhora, a amizade do Papa. Os três grandes amores de Dom Bosco: estes três”.
O cardeal Bertone disse que “Bento XVI foi um reformador das consciências e do clero. Seu pontificado se caracterizou por fortes projetos pastorais… sofreu profundamente pelos males que mancham o rosto da Igreja e por isso a dotou que uma nova legislação que ataque com decisão o vergonhoso fenômeno da pedofilia do clero, sem esquecer o começo de uma nova normativa em matéria econômico-administrativa.”
“Hoje vejo no Papa Francisco – disse o Cardeal – não tanto uma revolução, mas uma continuidade com o Papa Bento XVI, embora com diversidade de acentos e segmentos de vida pessoal… A escuta, a ternura, a misericórdia, a confiança são realidades maravilhosas que experimentei pessoalmente com o senhor… E não posso deixar de destacar duas coisas que reforçam esta continuidade: o dom do conselho espontâneo e inspirado, projetado para o futuro rico de memória e a comum e fervente devoção Mariana”.
Para finalizar, o cardeal desejou ao seu sucessor que possa “desfazer logo os nós que ainda impedem a Igreja de ser em Cristo, o coração do mundo, horizonte desejado e invocado incessantemente”.