O site ACIDIGITAL informou nesta sexta-feira, 01 de fevereiro de 2013, que a banda italiana de rock, The Sun, que desde a conversão do vocalista ao catolicismo propaga mensagens cristãs em suas canções, irá fazer a abertura da Assembleia plenária anual do Pontifício Conselho para a Cultura.
Segundo a notícia, a banda iniciou sua formação em 1997 e chegou a alcançar prestígio internacional. No entanto, a partir de 2008, assumiram caráter religioso, logo após a conversão do líder da banda, Francesco Lorenzi, também vocalista e guitarrista. Foi Lorenzi que levou o grupo para o catolicismo, de modo que seus integrantes conseguiram superar a si mesmos e abraçar a fé.
Francesco Lorenzi, ao ser entrevistado pelo grupo ACIDIGITAL em 31 de janeiro, desabafou que foi difícil a caminhada para chegarem aonde estão, sem deixar de lado sua fé. Contou-lhes também, que até mesmo a produtora a qual tinha contrato na época, a Rude Records, abandonou-os por não aprovarem o conteúdo das letras das músicas, por considerá-las “muito religiosas”.
O músico afirmou:”Perdemos nosso contrato com a produtora discográfica, mas nós acreditávamos muito em nossas canções, e com a oração conseguimos fazer um contrato com a Sony. O diretor artístico da Sony, Roberto Rossi, compreendeu que contribuíamos algo novo a este mundo”.
Lorenzi confessa que tocar para o Vaticano é um desafio muito grande e ao mesmo tempo um oportunidade para mostrar com maior sinceridade sua identidade.Inclusive, eles tocaram em Milão para o Papa Bento XVI e na Terra Santa para os custódios do Santo Sepulcro de Jerusalém.
Ainda, em entrevista ao grupo ACIDIGITAL, o líder da banda contou que quando chegava ao fim da turnê em 2007, tinha sucesso profissional, porém, ao mesmo tempo sentia-se vazio. Vivia se perguntando: Quem sou? Para que existo? E pode encontrar todas as respostas no Evangelho.
A partir de uma experiência feita em um curso na paróquia de seu bairro, à convite de sua mãe, Francesco teve sua vida mudada. A partir dali passou a ler o Evangelho, mudar de atitude, de amizades, e ajudou seus companheiros da banda a encontrarem com Deus:
“Não tinha pisado em uma igreja desde os 10 anos de idade –recorda-, e pensava que seria um ambiente totalmente distinto do que encontrei. Encontrei-me com jovens singelos que se amavam de verdade entre eles, e isso me assombrou. Vinha de um mundo onde se fala de liberdade e de amor, mas não é verdade, ali isto não existe”.
“Todos tínhamos problemas, de alcoolismo, de sexo… e agora mudamos. Minha vida mudou e encontrei realmente a felicidade”. Agora, “tudo o que estamos vivendo demonstra que começa a haver uma abertura diferente da do passado por parte do público”.
Em 6 de fevereiro The Sun dará seu concerto na nova Aula Magna da universidade Maria Santa Asunta de Roma (LUMSA), às 17h para dar início à plenária do Dicastério para a Cultura do Vaticano, que se celebra entre os dias 6 e 9 de fevereiro.
‘Rock satânico’ x ‘Rock’
O Cardeal Ravasi, dirigente deste Dicastério, afirmou ao grupo ACIDIGITAL que o rock não está banido do mundo católico, porém, há de se salientar a diferença que existe entre ‘rock satânico’ e ‘rock’.
“No passado se falou de rock satânico como se fosse a expressão de uma degeneração, e isto é verdade. Se pensarmos na cultura grega, por exemplo, introduziu-se o mito dionisíaco, que era a forma de degeneração da mente que vinha justamente através da música, que vinha através de uma forma sonora que era desesperada, exagerada e fazia enlouquecer”.
Assim, explicou, “é certo que este problema existe, mas também por outra parte, o rock em seu interior tem sua própria gramática musical, sua maneira de expressar-se, e provavelmente em sintonia com o agitar-se, o mover-se, o perguntar-se, o atormentar-se, e também a repercussão própria do jovem”.
“Mas dizem que dentro das grandes discotecas, essa repetição binária do som, esse ‘boom’ que vem repetido duas vezes, é o batimento do coração cardíaco que vem quase recreado e que o jovem sente como lugar de repouso para sua consciência e seu ser”, concluiu.