Um presidente defende a herança Católica na Europa

Diante de um triste cenário europeu que apresenta um forte laicismo anticatólico, com grandes ofensas ao Papa Bento XVI e outras blasfêmias, destaca-se o pronunciamento do Presidente Francês, Nicolas Sarkozy, que,  com todas as letras, disse que  a França tem o dever de compartilhar com todos, “sem complexos nem falso pudor a magnífica herança cristã” que se manifesta na civilização, na história e na cultura do país.

A França sempre foi chamada de a “a filha mais velha da Igreja”, porque o primeiro rei bárbaro que se converteu à fé católica foi Clovis, que no ano 496 foi batizado pelo bispo de Reims, São Remígio. Trezentos anos depois, com o imperador cristianíssimo Carlos Magno, a Igreja firmou ainda mais a fé católica em seu solo, com o advento do Sagrado Império Romano da Nação França.
Agora, felizmente, vemos o Presidente Francês desagravar a Igreja Católica de tantas ofensas que têm recebido na Europa, de uma maneira estúpida que não quer reconhecer o fato histórico conhecido de todos os historiadores: a Europa atual é fruto do trabalho de cerca de dez séculos da Igreja Católica, que salvou a Civilização Ocidental quando os bárbaros dominaram o Império Romano do Ocidente em 476.

Em discurso no dia 2/3/2010, em Le-Puy-en Velay, na sua visita à Catedral de Compostela,  o Presidente Sarkozy  falou da sua alegria ante a “majestade sorridente” e a beleza dos lugares marcados pela herança cristã de séculos de história aonde também se aprecia “um formidável caminho espiritual para o Céu”.
O presidente francês deixou claro que cada uma das cidades da França “não seria hoje o que são aos olhos dos franceses e aos olhos do resto do mundo sem suas catedrais ao redor das quais convergem sempre fiéis e turistas”.  E disse que “esta herança nos obriga. Esta herança é uma oportunidade, mas acima de tudo um dever. Estamos obrigados por esta herança. Obriga-nos porque não somente devemos transmiti-la às gerações que nos sucederão mas devemos assumir esta herança sem complexos e sem falso pudor”.
E o presidente afirmou que proteger o patrimônio cristão da França,”é resistir, à ditadura do presente, à ditadura do imediato e, diria, à ditadura do intercambiável onde tudo vale o mesmo e nada é mais valioso”.

E anunciou que, por isso, “a partir deste ano terão início outros projetos, como o da abadia de Clairvaux (Claraval), outro lugar excepcional e testemunho vivo da contribuição da Cristandade à nossa civilização. Ao dizer isto não faço mais que recordar uma evidência: o aporte da cristandade à nossa civilização”.  E deixou claro que  “sempre é perigoso amputar a memória”.
“Se renunciarmos a transmitir a herança, se existir a tentação de não transmitir nada, não nos lamentemos pelos resultados, mas se a ambição é transmitir muito, o resultado nos surpreenderá”.

O presidente da França ressaltou logo que “a Cristandade nos deixou uma magnífica herança de civilização e de cultura: os presidentes de uma república laica. Posso dizer isto, porque é a verdade. Não faço proselitismo, mas simplesmente observo a história do nosso país”.
Assim o Presidente francês resgata a verdadeira honra da França ao reconhecer que sem a Igreja Católica esta grande nação não seria o que é hoje.

Prof. Dr. Felipe Aquino

Para ler o discurso completo (em francês) visite:
http://www.elysee.fr/president/les-actualites/discours/2011/discours-du-president-da-republique-au.10788.html

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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