Terça-feira da Semana Santa é a “Terça-feira da Controvérsia”

Hoje (26), a Igreja celebra a Terça-feira Santa, conhecida como “Terça-feira da Controvérsia”. É um dia especial no caminho da Semana Santa. Nela os fiéis intensificam a preparação para viver o Tríduo Pascal, que são os três dias que vão da Quinta-feira Santa ao Domingo de Páscoa, em que se comemora a Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor Jesus.

Portanto, é preciso levar este dia muito a sério, com reverência e espírito humilde. Recomenda-se dedicar algum tempo à oração e pedir a Deus a graça de poder acolher adequadamente os grandes mistérios da fé. Na medida do possível, é importante fazer silêncio.

Terça-feira da controvérsia

A Terça-feira Santa recebeu o nome de “Terça-feira da Controvérsia” porque é um momento para lembrar que Jesus teve que enfrentar seus acusadores e aqueles que tinham o poder de condená-lo.

O Senhor comparece diante dos líderes religiosos e políticos da época – uma verdadeira atrocidade – sendo que nunca houve homem mais inocente. Sua dor deve ter sido grande ao saber que havia sido traído por um dos seus, que escolheu fechar os olhos e o converteu no alvo de sua desconfiança, no motivo da controvérsia.

Toda a vida de Cristo, as suas palavras e as suas obras, cairiam sob a sombra da suspeita, das dúvidas de próprios e dos estranhos. Deus feito Homem, portanto, teria que se submeter aos poderes deste mundo, da mesma forma que quando se submete ao nosso julgamento, à nossa desconfiança, cada vez que questionamos a grandeza do seu amor.

A Terça-Feira Santa é um dia para viver a reconciliação

É altamente recomendável refletir hoje sobre o caminho da Cruz (a via-sacra) e meditar no sacrifício e nas dores de Cristo. Como o Senhor sofreu por causa dos pecados do homem, é importante estar na graça com Ele e se aproximar do sacramento da Reconciliação, através da confissão com um padre. Antes da confissão, é importante fazer um bom exame de consciência.

A Terça-Feira Santa é um dia para viver reconciliados com o Pai e com os irmãos, tal como Cristo quer. A Semana Santa é um momento favorável para voltar a Deus.

Sobre o Evangelho de hoje

A leitura do Evangelho de hoje é extraída de são João 13,21-33.36-38, que narra um dos momentos cruciais anteriores à Paixão: Jesus anuncia que será traído.

O Senhor estava sentado à mesa com os seus discípulos e de repente diz algo que abala aqueles que o acompanham: “Em verdade, em verdade vos digo, um de vós me entregará” (Jo 13,21). Os discípulos olharam uns para os outros e se perguntaram quem poderia ser o traidor. Pedro pede a João – o discípulo amado – que pergunte ao Mestre. João, o autor da história, dá conta do seu gesto de amor e preocupação por Jesus: “Então, o discípulo, reclinando-se sobre o peito de Jesus, perguntou-lhe: ‘Senhor, quem é?’. Jesus respondeu: ‘É aquele a quem eu der o pedaço de pão passado no molho’. Então Jesus molhou um pedaço de pão e deu-o a Judas, filho de Simão Iscariotes” (Jo 13,26).

Jesus anunciou que será traído e morrerá em breve. Assim como denunciará Judas na sua traição, também mostrará Pedro na sua fraqueza, pelas negações que iria cometer.

Abaixo, o evangelho de hoje:

Jo 13,21-33.36-38

Naquele tempo, estando à mesa com seus discípulos, 21 Jesus ficou profundamente comovido e testemunhou: “Em verdade, em verdade vos digo, um de vós me entregará”. 22 Desconcertados, os discípulos olhavam uns para os outros, pois não sabiam de quem Jesus estava falando.

23 Um deles, a quem Jesus amava, estava recostado ao lado de Jesus. 24 Simão Pedro fez-lhe um sinal para que ele procurasse saber de quem Jesus estava falando. 25 Então, o discípulo, reclinando-se sobre o peito de Jesus, perguntou-lhe: “Senhor, quem é?”

26 Jesus respondeu: “É aquele a quem eu der o pedaço de pão passado no molho”. Então Jesus molhou um pedaço de pão e deu-o a Judas, filho de Simão Iscariotes. 27 Depois do pedaço de pão, Satanás entrou em Judas. Então Jesus lhe disse: “O que tens a fazer, executa-o depressa”.

28 Nenhum dos presentes compreendeu por que Jesus lhe disse isso. 29 Como Judas guardava a bolsa, alguns pensavam que Jesus lhe queria dizer: ‘Compra o que precisamos para a festa’, ou que desse alguma coisa aos pobres. 30 Depois de receber o pedaço de pão, Judas saiu imediatamente. Era noite.

31 Depois que Judas saiu, disse Jesus: “Agora foi glorificado o Filho do Homem, e Deus foi glorificado nele. 32 Se Deus foi glorificado nele, também Deus o glorificará em si mesmo, e o glorificará logo. 33 Filhinhos, por pouco tempo estou ainda convosco. Vós me procurareis, e agora vos digo, como eu disse também aos judeus: ‘Para onde eu vou, vós não podeis ir’”.

36 Simão Pedro perguntou: “Senhor, para onde vais?” Jesus respondeu-lhe: “Para onde eu vou, tu não me podes seguir agora, mas seguirás mais tarde”. 37 Pedro disse: “Senhor, por que não posso seguir-te agora? Eu darei a minha vida por ti!” 38 Respondeu Jesus: “Darás a tua vida por mim? Em verdade, em verdade te digo: o galo não cantará antes que me tenhas negado três vezes”.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticia/57680/terca-feira-da-semana-santa-e-a-terca-feira-da-controversia

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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