São Longuinho e a tradição dos 3 pulinhos

Conheça o motivo pelo qual o santo costuma ser invocado por quem precisa encontrar objetos perdidos

Existe sensação pior do que não encontrar alguma coisa quando você está saindo de casa atrasado para aquele compromisso importante? É incrível como, nessas horas, a chave do carro ou a carteira teimam em desaparecer. E você, no momento do desespero, vê-se quase obrigado a seguir o conselho de sua mãe, tia ou avó, repetindo: “São Longuinho, São Longuinho, se eu achar tal coisa dou três pulinhos”.

Ok! Talvez existam formas menos estranhas de agradecer a um santo por um favor obtido (apenas uma bela oração, por exemplo). Mas isso já virou tradição em muitas famílias, principalmente no Brasil e na Espanha, onde a festa de São Longuinho acontece no dia 15 de março.

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Mas quem foi esse tal santo que nos ajuda a encontrar as coisas perdidas?

Sabe–se que Longuinho – cujo nome deriva da expressão grega que designa “uma lança” – viveu nos primeiros séculos e foi o centurião que, por ordens de Pilatos, permaneceu aos pés da cruz de Jesus com outros soldados. Também foi Longuinho que perfurou o lado do corpo de Jesus com uma lança, ao invés de quebrar as pernas dele, como acontecia com outros crucificados. A passagem está narrada no Evangelho de São João:

“Como o vissem já morto, não lhe quebraram as pernas, mas um dos soldados abriu-lhe o lado com uma lança e, imediatamente, saiu sangue e água” (Jo 19,33-34).

Há também uma tradição que diz que ele tinha sérios problemas de visão e estava ficando cego. Entretanto, após perfurar o Senhor, uma gota de sangue caiu nos seus olhos e ele passou a enxergar perfeitamente. Esta e outras manifestações da natureza que aconteceram depois da crucificação o fizeram reconhecer: “Verdadeiramente, este Homem [Jesus] era Filho de Deus”.

Depois disso, ele converteu-se e abandonou o exército. Refugiou-se na Capadócia, onde se tornou monge. Porém, sua identidade foi descoberta e ele foi perseguido. Como não quis abandonar sua fé cristã, foi torturado até a morte, tendo a língua e os olhos arrancados.

Mil anos depois, em 999, Longuinho foi canonizado pelo Papa Silvestre II.

A tradição dos três pulinhos

Até hoje, São Longuinho é invocado por quem precisa encontrar algum objeto perdido. Diz-se que ele era um homem baixinho e que, servindo na corte de Roma, vivia nas festas. Nesses ambientes, por sua pequena estatura, conseguia ver o que se passava por baixo das mesas e sempre encontrava pertences de pessoas. Os objetos achados eram devolvidos aos seus donos. Assim, teria surgido o costume de pedir-lhe ajuda para encontrar o que se perdeu. Em agradecimento, segundo a tradição, são oferecidos três pulinhos e uma oração.

Diz-se também que essa forma de agradecimento seria pelo fato de o soldado ser manco. Outra explicação afirma que os pulinhos remetem à Santíssima Trindade.

Fonte: https://pt.aleteia.org/2018/03/15/sao-longuinho-e-a-tradicao-dos-3-pulinhos/

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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