São Bartolomeu dos Mártires poderia ser declarado doutor da Igreja?

São Bartolomeu dos Mártires é o mais novo santo português, canonizado no último domingo, 10 de novembro, o qual também poderia ser declarado doutor da Igreja devido à sua “profundidade doutrinal”, segundo indicam alguns Prelados.

Nascido em Lisboa a 3 de maio de 1514, recebeu o hábito dominicano em 11 de novembro de 1528 e realizou seus estudos filosóficos e teológicos no mosteiro de Lisboa.

Depois de ensinar em diferentes conventos de Lisboa, foi confirmado pelo Papa Paulo IV, em 1559, como Arcebispo de Braga, quando a Arquidiocese incluía os territórios das dioceses de Braga, Bragança, Vila Real e Viana do Castelo.

Entre 1561 e 1563, participou do Concílio de Trento, tendo se afirmado como uma de suas vozes de referência. Também ficou conhecido por sua preocupação com a estruturação da Igreja Católica local e pelo seu empenho nas causas sociais, de modo particular junto dos mais pobres e doentes.

Em 23 de fevereiro de 1582, renunciou ao cargo de Arcebispo de Braga e retirou-se no convento dominicano de Santa Cruz de Viana do Castelo, onde morreu em 16 de julho de 1590.

Por seus escritos e sua “profundidade doutrinal”, o Arcebispo de Braga, Dom Jorge Ortiga, e o Bispo da Diocese de Viana do Castelo, Dom Anacleto Oliveira, consideram que o novo santo poderia ser declarado doutor da Igreja.

Em declarações à Agência Ecclesia, do episcopado português, Dom Ortiga assinalou que, “pelos seus escritos que foram estudados merecem que seja declarado doutor da igreja”. O Prelado garantiu: “Da minha parte, irei fazer tudo para que possa acontecer efetivamente”.

Segundo ele, os escritos de São Bartolomeu dos Mártires “não são ocasionais nem de circunstâncias, são escritos com uma profundidade doutrinal e não apenas doutrinal, mas com uma atualidade impressionante, escritos para ontem, mas também para hoje e para sempre”.

Para Dom Anacleto Oliveira, o novo santo português “teve sempre a preocupação de ter uma linguagem aberta às necessidades do povo em concreto”. Nesse sentido, “que ele deixou uma obra que, a nosso ver, merece ser declarado doutor da igreja, isso não tenho dúvidas”.

Por sua vez, o professor da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa, cônego José Paulo Abreu, concordou sobre a possibilidade de se declarar São Bartolomeu dos Mártires doutor da Igreja e classificou as obras do santo como “obras de excelência”.

“Falamos em três obras dele, mas ele tem mais 13 obras impressas e 14 manuscritas, um total de 30 obras, falamos de um grande sábio”, indicou.

De acordo com ele, “os Livros de Teologia e os Escritos Teológicos e o Comentário aos Salmos” de Bartolomeu dos Mártires “são obras de excelência, por isso não me admira que em breve tereis, embora se complemente a isto, a proclamação de São Bartolomeu dos Mártires como doutor da igreja”.

São Bartolomeu dos Mártires foi declarado venerável em 23 de março de 1845, pelo Papa Gregório XVI, e beatificado em 4 de novembro de 2001, pelo Papa João Paulo II. Em 6 de julho deste ano, foi feito o anúncio de que o Papa Francisco havia aprovado sua canonização equipolente (dispensando o milagre requerido após a beatificação).

A Igreja em Portugal já conta com um santo declarado doutor, trata-se de Santo Antônio de Lisboa (ou Santo Antônio de Pádua), o qual recebeu este título do Papa Pio XII, em 1946, ficando conhecido como o “Doutor do Evangelho”.

 

Fontehttps://www.acidigital.com/noticias/sao-bartolomeu-dos-martires-poderia-ser-declarado-doutor-da-igreja-23795

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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