Santo Irineu é proclamado Doutor da Igreja

Segundo o ACI Digital (21/01/2022), o papa Francisco proclamou santo Irineu de Lyon Doutor da Igreja universal, informou a sala de imprensa da Santa Sé nesta sexta-feira, 21 de janeiro.

“Santo Irineu de Lyon, vindo do Oriente, exerceu seu ministério episcopal no Ocidente: foi uma ponte espiritual e teológica entre os cristãos orientais e ocidentais”, afirma o decreto do papa.

O decreto diz que “seu nome, Irineu, expressa essa paz que vem do Senhor e que reconcilia, reintegrando na unidade”. Irineu vem de eirenaíos, que significa “pacífico” em grego. “Por estes motivos, depois de ter recebido o consentimento da Congregação para as Causas dos Santos, com minha Autoridade Apostólica, declaro-o Doutor da Igreja com o título de Doctor unitatis” (Doutor da unidade).

“Que a doutrina de tão grande mestre possa encorajar cada vez mais o caminho de todos os discípulos do Senhor rumo à plena comunhão”, conclui o decreto.

“Doutor da Igreja” é um título que a Igreja Católica, através do papa ou de um concílio ecumênico, concede oficialmente a alguns santos, reconhecendo-os como eminentes mestres da fé para os fiéis católicos de todos os tempos.

Santo Irineu é o segundo Doutor da Igreja proclamado por Francisco. O primeiro foi são Gregório de Narek, em 2015.

O papa anunciou sua intenção de proclamar santo Irineu de Lyon como doutor da Igreja em outubro; e ontem, através de um comunicado, concretizou a decisão que finalmente foi anunciada hoje.

O papa Francisco recebeu a proposta da Congregação para as Causas dos Santos durante a audiência concedida ontem ao prefeito, cardeal Marcello Semeraro

Santo Irineu nasceu no ano 125 na Ásia Menor, provavelmente em Esmirna, atual Turquia.

De sólida formação acadêmica e religiosa, tinha amplo conhecimento das Sagradas Escrituras, literatura e filosofia, esteve em estreito contato com os discípulos dos apóstolos, como são Policarpo.

Como bispo de Lyon na Gália, atual França, destacou-se por combater heresias com argumentos que apresentou em cinco livros nos quais refutava as diferentes seitas, colocando-as diante da doutrina correta emanada dos ensinamentos dos Apóstolos e das Sagradas Escrituras.

Ele conseguiu refutar o gnosticismo, uma corrente herética que representava a principal ameaça à fé e à Igreja da época, que considerava que a salvação pode ser alcançada pelo conhecimento.

A Enciclopédia Católica explica que “Irineu escreveu em grego muitas obras que lhe garantiram um lugar excepcional na literatura cristã, porque apresentam, sobre assuntos religiosos controversos de vital importância, o testemunho de um contemporâneo da era heroica da Igreja, que escutou são Policarpo, o discípulo de são João, e que de certa forma, pertenceu à era apostólica”.

“Nenhum desses escritos chegou até nós no texto original, embora muitos grandes fragmentos deles existam como citações em escritores posteriores”, acrescenta.

Segundo a tradição, santo Irineu foi martirizado, mas os detalhes de sua morte são desconhecidos. Os restos mortais de santo Irineu foram sepultados em uma cripta, sob o altar da então chamada Igreja de São João, mas que depois passou a se chamar Igreja de Santo Irineu. Este túmulo ou santuário foi destruído pelos calvinistas em 1562 e os últimos vestígios de suas relíquias desapareceram.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticias/santo-irineu-e-proclamado-doutor-da-igreja-79815

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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