Com apenas 14 anos, defendeu sua fé até a morte, dizendo: “Viva Cristo Rei, Viva Nossa Senhora de Guadalupe!”
O Papa São João Paulo II disse que “estes dois mil anos depois do nascimento de Cristo estão marcados pelo persistente testemunho dos mártires. Também o século XX conheceu numerosíssimos mártires… Sofreram pela sua fé pessoas das diversas condições sociais, pagando com o sangue a sua adesão a Cristo e à Igreja ou enfrentando corajosamente infindáveis anos de prisão e de privações de todo gênero, para não cederem a uma ideologia que se transformou num regime de cruel ditadura” (Bula Incarnationis Mysterium, nº 13).
O México é um dos países mais católicos da América Latina, cerca de 90% de sua população é católica. No entanto, de 1926 a 1929 um governo ateu quis eliminar o catolicismo naquele país; o que obrigou os fiéis a se organizarem para defender a sua fé.
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Os mártires da Revolução Mexicana
Os mártires de ontem e de hoje
Em 1926, um governo anticatólico assumiu o poder no México, e quis acabar com a Igreja Católica. Proibiram a celebração das Missas, batizados, casamentos, etc. Muitos padres e leigos foram martirizados. Surgiu, então, uma reação católica chamada Guerra dos Cristeros, para defender a liberdade religiosa. Um General católico chefiou a tropa cristã que enfrentou um luta armada contra os infiéis perseguidores da Igreja. Muitos morreram mártires defendendo a fé.
Um de tantos relatos e testemunhos que cercam este acontecimento, é o caso impressionante do menino Sánchez del Río, de apenas 14 anos. Ele se apresentou ao general e perguntou se um menino poderia também ser mártir; e passou a defender a fé católica. Foi preso e obrigado a renegar Cristo. Não aceitou, e disse “Viva Cristo Rei e viva Nossa Senhora de Guadalupe!”.
Logo, cortaram-lhe as solas dos dois pés, mas isso não fez com que ele se entregasse. O garoto continuou a dizer: “Viva Cristo Rei, Viva Nossa Senhora de Guadalupe!”.
Então, amarraram-no a um cavalo. Ele foi puxado e arrastado pelos braços até ficar todo machucado e sangrando. No entanto, o valente garoto, continuou a dar vivas a Cristo Rei e a Virgem de Guadalupe. Os soldados, dessa forma, deram-lhe um tiro mortal no peito; e o jovem ali caiu sangrando; mas, antes de morrer, já sem forças para falar, Sánchez molhava o dedinho no próprio sangue e escrevia na terra: “Viva Cristo Rei, Viva Nossa Senhora de Guadalupe!”.
Encontramos informação sobre a chamada “Cristiada” em obras como as de P. Montezuma, Jean Meyer López e Lópes Beltrán. Inclusive, existe um filme com este título, que retrata parte do que foi este difícil tempo para os cristãos no México. A perseguição do governo à Igreja se caracterizou pela nacionalização dos bens eclesiásticos, a supressão das ordens religiosas, a secularização de cemitérios, hospitais e centros beneficentes, apoio a uma “igreja mexicana”, uma tentativa de criar, em torno de um pobre padre apóstata, Joaquim Perez (“antipapa mexicano”), uma Igreja cismática “nacional” como na China.
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Por que não se fala nada nas universidades, colégios e cursinhos sobre essa terrível “Inquisição mexicana” contra a Igreja e seus filhos? A história se repete. O século XX fez também com que os cristãos revivessem a era do martírio; não mais com anfiteatros e feras, mas em campos de concentração, masmorras solitárias e fuzilamentos.
Houve muitas “inquisições” no passado longínquo e no passado recente, esquecidas, mas só se fala daquela que envolveu a Igreja Católica na Idade Média. O Papa São João Paulo II, na encíclica Evangelho da Vida, disse que “nosso século ouviu os falsos profetas”.
É preciso e urgente que os católicos conheçam essa triste perseguição que se deu no México contra a Igreja e seus filhos, como se deu também na Espanha em 1930, com mais mártires ainda.