Sacerdote decapitado pelo Estado Islâmico cada vez mais perto dos altares

Segundo o ACI (13/03/2019), a Arquidiocese de Rouen, na França, encerrou a fase diocesana do processo de beatificação de Padre Jacques Hamel, um sacerdote idoso que, em julho de 2016, foi assassinado por dois terroristas do Estado Islâmico, enquanto celebrava a Missa em sua paróquia.

A cerimônia foi realizada no sábado, 9 de março, quando foram apresentados o arquivo e duas cópias do mesmo que serão levados para a Congregação para as Causas dos Santos, no Vaticano, onde o processo continuará.

De acordo com a Arquidiocese de Rouen, nesta primeira fase do processo foram realizadas 66 audiências com a participação de 5 testemunhas dos fatos do dia 26 de julho de 2016 e 51 testemunhas apresentadas pelo postulador, entre as quais estavam os parentes de Pe. Hamel, amigos e paroquianos de várias igrejas onde serviu.

Dois teólogos examinaram alguns escritos e cerca de 650 homilias do sacerdote que também foi investigado pelo “modo de viver as virtudes cristãs”, bem como pela “sua reputação de santidade e as graças atribuídas à sua intercessão”.

Embora isso faça parte da fase diocesana do processo de beatificação, para que chegue aos altares, no caso de Pe. Hamel “não se trata tanto de sua vida e suas virtudes cristãs, mas de sua morte em martírio no dia 26 de julho”.

O arquivo tem 12.500 páginas com depoimentos das testemunhas, suas homilias transcritas em 5 mil folhas, a documentação de sua reputação como mártir, entre outros.

Roseline Hamel, irmã do sacerdote, disse aos jornalistas que o assassinato de Pe. Hamel “me gerou uma dor muito forte, mas me sinto realmente feliz pela honra conferida a meu irmão após o sacrifício de sua vida”.

Por sua parte, o Arcebispo de Rouen, Dom Dominique Lebrun, disse que o assassinato do sacerdote idoso “é para nós um sinal de que coisas terríveis e violentas acontecem no mundo. No entanto, isso pode se converter em algo que abra caminhos de concórdia, diálogo e paz”.

O assassinato de Pe. Hamel

Em 26 de julho de 2016, dois jovens terroristas do Estado Islâmico invadiram a igreja de Saint Etienne du Rouvray, em Rouen, na França, e assassinaram impiedosamente Pe. Jacques Hamel durante a celebração da Missa.

Aos gritos de “Allahu akbar” (“Deus é grande”, em árabe), os dois jihadistas entraram na igreja e começaram a destruir as imagens religiosas.

O sacerdote tentou evitar a tragédia, mas seus pedidos não adiantaram. Os terroristas queriam obrigar o sacerdote a se colocar de joelhos diante deles, mas ele se negou.

Diante da resistência do sacerdote idoso de 86 anos, um dos jihadistas o esfaqueou. Mortalmente ferido, gritou: “Afasta-te, Satanás! Afasta-te, Satanás!”. Estas foram as suas últimas palavras e, imediatamente depois, foi decapitado.

Este assassinato ocorreu quando estava sendo realizada a Jornada Mundial da Juventude em Cracóvia (Polônia) e causou um grande impacto entre os cristãos.

Durante a homilia da Missa celebrada na Casa Santa Marta, em 14 de setembro de 2016, o Papa Francisco assegurou que Pe. Hamel “é um mártir e os mártires são beatos. Devemos rezar a ele”.

Em 20 de maio de 2017, foi oficialmente iniciado o processo de beatificação, cujo postulador é Pe. Paul Vigoroux.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticias/sacerdote-decapitado-pelo-estado-islamico-cada-vez-mais-perto-dos-altares-89095

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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