Respeitar sempre e em todo lugar a liberdade religiosa, exorta o Papa Bento XVI

VATICANO, 17 Dez. 10 (ACI) .- Ao receber esta manhã as cartas credenciais do novo Embaixador da Itália perante a Santa Sé, Francesco Maria Grego, o Papa Bento XVI expressou sua esperança de que em todo lugar e sempre se respeite o direito fundamental à liberdade religiosa sem a qual não é possível o desenvolvimento humano integral.

Este discurso é feito um dia depois da publicação da mensagem do Papa Bento XVI para a 44ª Jornada Mundial da Paz que será celebrada no próximo 1 de janeiro de 2011, titulado precisamente “A liberdade religiosa, caminho para a paz” na qual o Santo Padre solicita o respeito e a promoção deste direito humano fundamental.

Em seu discurso de hoje o Santo Padre recordou os preparativos para a celebração do 150º aniversário da unificação da Itália, um processo que começou em 1861 e afirmou que “um dos aspectos mais importantes desse longo e, às vezes, exaustivo e difícil caminho, que levou a atual fisionomia do Estado italiano, foi a busca de uma correta distinção e da justa forma de colaboração entre a comunidade civil e a religiosa”.

Esta exigência, disse é “muito sentida em um país como a Itália, cuja história e cultura estão profundamente marcadas pela Igreja Católica e em cuja capital tem sua Sede episcopal a Cabeça visível dessa comunidade, difundida em todo mundo”.

“Estas características, que há séculos formam parte do patrimônio histórico e cultural da Itália não podem ser negadas, esquecidas ou marginadas: a experiência destes 150 anos nos ensina que, quando se tentou fazê-lo, causaram-se perigosos desequilíbrios e fraturas dolorosas na vida social do país”.

Neste sentido, o Papa ressaltou a importância dos Pactos Lateranenses e do Acordo de Vila Madama, que “estabelecem as coordenadas de um justo equilíbrio das relações, proveitosas tanto para a Sé Apostólica, como para o Estado e a Igreja na Itália”.

“Esses acordos internacionais não são expressão de uma vontade da Igreja ou da Santa Sé de obter poder, privilégios ou posições de vantagem econômica e social, nem têm a intenção de ir além do âmbito que é próprio da missão atribuída pelo divino Fundador à sua comunidade na terra”.

Pelo contrário, explicou o Papa, “estes acordos encontram seu fundamento na justa vontade por parte do Estado de garantir aos indivíduos e à Igreja o pleno exercício da liberdade religiosa, um direito que não tem só uma dimensão pessoal”.

A liberdade religiosa, precisou, “é um direito, não só do indivíduo, mas também da família, dos grupos religiosos e da Igreja, e o Estado está chamado a tutelar não só os direitos dos fiéis à liberdade de consciência e de religião, mas também a função legítima da religião e das comunidades religiosas na esfera pública”.

“O exercício adequado e o correspondente reconhecimento deste direito permitem que a sociedade aproveite os recursos morais e a atividade generosa dos fiéis. Por isso, não se pode pensar em conseguir o verdadeiro progresso social percorrendo o caminho da marginalização ou inclusive do rechaço explícito do fator religioso, como em nosso tempo se tende a fazer de diversas maneiras”.

Uma delas, advertiu o Papa, “é, por exemplo, o intento de eliminar dos lugares públicos os símbolos religiosos, em primeiro lugar o Crucifixo, que é certamente o símbolo por excelência da fé cristã, mas que, ao mesmo tempo, fala com todas as pessoas de boa vontade e, como tal, não é um fator que discrimina”.

Bento XVI agradeceu ao governo italiano neste tema por ter atuado com “uma correta visão da laicidade e à luz de sua história, cultura e tradição, encontrando ademais o respaldo de outras nações européias”.

Seguidamente assinalou que “enquanto em algumas sociedades há tentativas de marginar a dimensão religiosa, as notícias recentes testemunham também que em nossos dias existam abertas violações da liberdade religiosa. Frente a esta dolorosa realidade, a sociedade italiana e seus dirigentes demonstraram uma especial sensibilidade pela sorte das minorias cristãs, que, por causa de sua fé, são objeto de violência, de discriminação ou se vêem obrigadas a uma migração forçada de sua pátria”.

Finalmente o Santo Padre expressou sua esperança em que “cada vez se tome mais consciência desta problemática e, em conseqüência, intensifiquem-se os esforços para que se respeite plenamente, em todos os lugares e por parte de todos, a liberdade religiosa. Estou seguro de que ao compromisso nesse sentido da Santa Sé

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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