O Evangelho deste domingo nos faz o mesmo convite que o Papa Francisco tem feito desde que assumiu o seu pontificado: a prática da humildade.
Devemos estar atentos às nossas ações, e lutar contra o pecado da soberba que vive a nos rondar. A soberba encabeça a lista dos pecados capitais; e, sem dúvida é o pior de todos. É o que levou os anjos maus a se rebelarem contra Deus, e levou Adão e Eva à desobediência mortal para toda a humanidade.
Alguém disse que o orgulho é tão enraizado em nós, por causa do pecado original, que “só morre meia hora depois do dono”.
Por outro lado, por ser o oposto da soberba, a humildade é grande virtude, a que mais caracterizou o próprio Jesus, “manso e humilde de coração” (Mt 11,29), e também marcou a vida de Maria, “a serva do Senhor” (Lc 1, 38), José, e todos os santos da Igreja.
São Vicente de Paulo ensinava seus filhos que o demônio não pode nada contra uma alma humilde, uma vez que sendo ele soberbo, não sabe se defender contra a humildade. Por isso, com esta arma ele foi vencido por Jesus, Maria, José, São Miguel e os santos.
A soberba consiste na pessoa sentir-se como se fosse a “fonte” dos seus próprios bens materiais e espirituais. Acha-se cheia de si mesma, pensa, tristemente, que é a própria autora daquilo que tem ou que faz de bom, e se esquece de que tudo vem de Deus e é dom do alto, como disse São Tiago:
“Toda dádiva boa e todo dom perfeito vêm de cima: descem do Pai das luzes” (Tg 1,17).
O soberbo se esquece que é uma simples criatura, que saiu do nada pelo amor e chamado de Deus, e que, portanto, Dele depende em tudo. Como disse Santa Catarina de Sena, ele “rouba a glória de Deus”, pois quer para si as homenagens e os aplausos que pertencem só a Deus, já que Ele é o autor de toda graça.
Mais uma vez os cristãos são chamados a deixarem a soberba de lado para “nadar contra a correnteza” do mundo, que prega que os melhores são aqueles que ocupam os cargos mais “nobres”, os que têm mais dinheiro, mais fama, mais influência; e ir ao encontro dos irmãos que parecem ser “esquecidos” pela sociedade, como os mais pobres, os enfermos, os idosos, os indefesos; amando e ajudando sem esperar nada em troca. Pois a nossa recompensa será o céu!
Não se esquecendo de que somos peregrinos nesta pátria, e que estamos a caminho da pátria celeste, devemos marchar rumo ao céu fazendo boas obras e ajudando na construção do Reino de Deus, que também é nosso.