Síntese do
Informe 2010 elaborado por “Ajuda à Igreja que Sofre”
ROMA,
terça-feira, 30 de novembro de 2010 (ZENIT.org) – O “Informe 2010 sobre a liberdade
religiosa no mundo”, elaborado pela organização Ajuda à Igreja que Sofre e
apresentado em Roma no dia 24 de novembro, faz uma radiografia da situação em
194 países.
Neste
resumo, são apresentadas algumas particularidades do Informe, segundo as zonas
geográficas.
África
Dentro do
continente Africano, é preciso distinguir pelo menos três áreas. A zona
islâmica, que coincide em grande parte com os países ribeirinhos do
Mediterrâneo e se estende até o Oriente Próximo; a zona central; e a parte
meridional do continente. Estas áreas têm diferentes problemas, devido às
diversas convicções religiosas, políticas e étnicas existentes.
Norte de
África e Oriente Médio
Os países
com maioria muçulmana apresentam problemas para a unidade entre religião e
política, tanto na legislação da maioria deles como na mentalidade generalizada
na maioria dos habitantes. Como resultado, só são cidadãos de pleno direito os
que professam a religião dominante, enquanto as minorias religiosas são, na
melhor das hipóteses, toleradas, quando não consideradas um perigo para a
estabilidade social.
Mesmo os
regimes políticos com constituições leigas, como a Argélia, Tunísia, Líbia e
Síria, estão sob pressão de grupos islamitas que, às vezes, impulsionam as
legislações restritivas, que antes não existiam, como na Argélia, onde a
administração nega cada vez mais os vistos aos sacerdotes e grupos religiosos
que solicitam entrar no país, além de que se vai generalizando uma intolerância
social violenta.
A maioria
muçulmana do Egito é hostil e violenta com os cristãos coptos.
Em Israel,
as dificuldades surgem devido à situação especial este país atravessa. Os
cristãos são afetados pela desconfiança que as autoridades demonstram com
relação às suas comunidades, especialmente de origem árabe, e isso tem
consequências na política de concessão de vistos, causando problemas para os
religiosos estrangeiros que pretendam entrar no país, assim como dificuldades
impostas à liberdade de movimento, provocando uma separação de fato entre as
comunidades cristãs dos Territórios Ocupados e as que residem em Israel.
Por sua
vez, os problemas estão aumentando drasticamente, atingindo níveis de
perseguição explícita para os cristãos que vivem na Faixa de Gaza, controlada
pelo Hamas.
Bahrein,
Catar e Omã têm uma Constituição oficialmente islâmica, que não impede a
existência e as atividades das comunidades cristãs, que, embora estejam
sujeitas a restrições administrativas, gozam de alguma liberdade de ação.
O Kuwait e
os Emirados Árabes Unidos, países que têm relações diplomáticas com a Santa Sé
em qualidade de embaixada, podem ser tomados como exemplo de que a coexistência
é possível, respeitando a sua identidade cultural e religiosa. A Arábia Saudita
e o Iêmen são ainda os países do Golfo nos quais a legislação islâmica impede
qualquer manifestação ou prática religiosa não islâmica.
No Iraque,
a vida das comunidades cristãs está se tornando um verdadeiro drama, pois estão
sujeitas a ataques terroristas sistemáticos, dirigidos a eliminar a presença de
cristãos no país.
No Irã, o
Islã xiita, em sua versão mais radical, respaldado pelas autoridades
religiosas, continua sendo a religião do Estado. Isso leva à discriminação e à
violência contra as demais religiões e até mesmo contra o islamismo sunita.