Qual a vontade de Deus para minha vida?

“Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e sua justiça, e tudo o mais vos será dado por acréscimo” (Mt 6,33).

Muitas pessoas fazem essa pergunta: o que Deus quer que eu faça? Qual a vontade de Deus para a minha vida? Que profissão devo seguir? Qual a minha vocação? Todos nós passamos por esse momento de decisão.

Alguém disse que “a primeira vitória de um homem foi ter nascido”. De fato, esta é a maior graça; como disse São Paulo, “Deus nos desejou em Cristo antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante de seus olhos” (Ef 1,4). São Paulo exortava os efésios a que levassem “uma vida digna da vocação à qual fostes chamados” (Ef 4,1).

Portanto, qualquer que seja a nossa atividade ou estado de vida, o mais importante é valorizar a vida, dom precioso de Deus.

O nosso Catecismo diz que “o homem é, por natureza e por vocação, um ser religioso” (§44) e o Papa João Paulo II disse certa vez: “Não tenhais medo da santidade, porque nela consiste a plena realização de toda a autêntica aspiração do coração humano” (L’Osservatore Romano, 7/4/96).

“A santidade é a plenitude da vida” (LR, N.20,18/5/96).

Mas, a busca da santidade não está desatrelada da vida cotidiana, muito ao contrário, é inserida nela que se realiza. É no mundo do trabalho, da família, da ciência, da política, etc., que a vocação à santidade deve se realizar. Jesus pediu ao Pai: “Pai, não peço que os tire do mundo, mas que os livre do mal…” (Jo 17,15).

Já vimos que o “o trabalho não é uma penalidade, mas sim a colaboração do homem e da mulher com Deus no aperfeiçoamento da criação visível” (§378).

Portanto, é necessário que cada um, com os talentos que Deus lhe deu, escolha e viva bem a sua profissão, e realize a sua vocação. Sabemos o quanto Jesus enfatizou a importância de não enterrar os talentos que Deus nos deu. Ele nos pedirá contas do que fizemos com eles.

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O mais importante é o amor

Qualquer que seja a profissão a se escolher, esta deve estar a serviço do amor a Deus e ao próximo. E a primeira maneira de amar bem é trabalhar bem, pois assim estaremos servindo bem os outros. O Papa Paulo VI disse que “o amor é a vocação fundamental do ser humano” (Persona humana, 7).

É preciso que cada um de nós encontre o seu lugar, tanto na sociedade quanto na Igreja, sem desperdiçar a vida, o tempo e os talentos, pois os outros precisam de nós. Acumula méritos diante de Deus quem “faz o bem sem olhar a quem”. Ninguém pode se sentir inútil ou desnecessário neste mundo, pois para todos Deus tem uma missão, seja solteiro ou casado. “Quem não vive para servir não serve para viver”, diz um ditado. Amar é servir; e é isso que nos faz felizes e santos. Fazer o bem faz bem. Dom Bosco disse que “Deus nos colocou neste mundo para os outros”. Charlie Chaplin disse que “O homem não morre quando deixa de viver, morre quando deixa de amar”.

No amor está a força da vida. Amar é dar-se; de maneira espontânea, voluntária e desinteressada; muito mais do que dar coisas aos outros, é dar-se a si mesmo; sua dedicação, seu tempo, seu coração.

Só o amor constrói o homem e o mundo. Ele nunca morre ou acaba, mesmo que seja pregado numa Cruz. A razão da frustração do homem pós-moderno é que ele dominou o mundo e as estrelas, mas não aprendeu a amar o irmão que está a seu lado. Só uma vitória do amor pode dar paz e felicidade ao mundo.

Há muitas pessoas que ainda são más porque ainda não fizeram a experiência do amor; nunca foram suficientemente amadas. “O amor é a asa que Deus deu à alma, para que possa subir até ele”, disse Michelangelo. A falta de amor desintegra o homem e a humanidade.

Sabemos que a árvore que retiver os seus frutos perece. É preciso ser como a árvore, saber dar os seus frutos a qualquer um que se achega. Deus se dá aos que doam. Ninguém é pobre e infeliz quando ama. Nos enriquecemos pelo que damos, muito mais do que pelo que temos. O verdadeiro amor começa onde não espera nada em troca.

Mas para que você possa se dar, é preciso que você se possua. Ninguém dá o que não tem; ninguém dá aquilo que não possui; se você não se possui, não se domina, não têm o controle sobre as suas paixões, então, será difícil se doar aos outros. Esta é uma razão clara porque muitos são egoístas.

Alguém disse: Procurei a mim não me encontrei, procurei a Deus e não o encontrei, procurei o meu irmão e achei os três.

Amar é uma decisão consciente de ir ao encontro dos outros e dar-se a eles. Isto faz você feliz. Tudo aquilo que você encontra em seu caminho deve ser olhado como uma oportunidade de amar. O verdadeiro amor torna-nos livres porque nos liberta das coisas e de nós próprios.

Amar não é uma opção de momento, mas uma opção de cada momento. Não é um ato sentimental, é uma decisão. Jesus mandou que nos amássemos como Ele nos amou. E como Ele nos amou? Numa cruz. Não há nada de romântico e sensual numa cruz; mas há uma decisão.

O único “Império” que sobreviveu dois mil anos foi o que Jesus Cristo fundou sobre o amor, e até hoje milhões morreriam por ele. Só dura para sempre o que é feito por amor. O amor regozija-se com a felicidade do outro e dela faz a sua própria felicidade.

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Duas coisas são necessárias para transformar uma vida: amor no coração e sorriso nos lábios. Sabemos que não falta pão no mundo para todos se alimentarem; há muito mais do que o necessário, mas falta amor e os homens acabam carentes de pão.

Disse Madre Tereza de Calcutá que: “Um coração alegre é o resultado normal de um coração inundado de amor”.

Para amar é preciso estar disponível. Se alguém o procura com frio, é porque sabe que você tem o cobertor. Se alguém o procura com lágrimas, é porque sabe que você tem palavras de conforto. Se alguém o procura com dor, é porque sabe que você tem o remédio. Se alguém o procura com fome, é porque sabe que você tem alimento. Se alguém o procura com dúvidas, é porque acredita que você tem a orientação que ela precisa. Se alguém o procura com desânimo, é porque acredita que você tem fé. Ninguém chega por acaso a você!

Prof. Felipe Aquino

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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