Programa Escola da Fé: ANO DA FÉ – Parte 4

Tema: DOGMAS DA FÉ
“Porque meu povo se perde por falta de conhecimento.” (Os 4,6)

“Os fiéis, lembrando-se da palavra de Cristo a seus apóstolos: “Quem vos ouve a mim ouve” (Lc 10,16), recebem com docilidade os ensinamentos e as diretrizes que seus Pastores lhes dão sob diferentes formas”. (§87)

Agostinho, escrevendo a um discípulo:
“Deus te livre de supor que Ele odeia em nós precisamente aquela virtude pela qual nos elevou acima dos seres. Não agrada a  Deus que a fé nos impeça de procurar e de encontrar as causas. Com toda  a tua alma, esforça-te por compreender” (Rops, vol II, pg.41).

“O Magistério da Igreja empenha plenamente a autoridade que recebeu de Cristo quando define dogmas, isto é, quando, utilizando uma forma que obriga o povo cristão a uma adesão irrevogável de fé, propõe verdades contidas na Revelação divina ou verdades que com estas têm uma conexão necessária”. (§88)

“Há uma conexão orgânica entre nossa vida espiritual e os dogmas. Os dogmas são luzes no caminho de nossa fé que o iluminam e tornam seguro. Na verdade, se nossa vida for reta, nossa inteligência e nosso coração estarão abertos para acolher a luz dos dogmas da fé”. (§89)

PAPA  BENTO XVI:
“Numa visão subjetiva da teologia, o dogma é muitas vezes considerado como uma camisa-de-força intolerável, um atentado à liberdade do estudioso, individualmente considerado. Perdeu-se de vista o fato de que a definição dogmática é , ao contrário, um serviço à verdade, um dom oferecido aos crentes pela autoridade querida por Deus. Os dogmas, disse alguém, não são muralhas que nos impedem a visão, mas ao contrário, janelas abertas que dão para o infinito.”
(“A Fé em Crise?  J. Ratzinger/ V. Messori; Ed. Pedagógica e Universitária LTDA; E.P.U.; 1985, pg. 49/50)

PAPA SÃO GREGÓRIO VII (1073-1085), NO “DICTATUS PAPAE”
“A Igreja romana nunca errou, e segundo o testemunho das Escrituras nunca cairá no erro.” (n.22)
“Ninguém deve ser considerado católico se não estiver de pleno acordo com a Igreja Católica.” (n.26)

(Registrum Gregorii VII,MGH, Ep.Sel. II, n. 55ª; (História da Igreja, Roland Frohlich)

João Paulo II – ” A Igreja não precisa de reformadores, mas de santos”.

PE. LEONEL FRANÇA – (1893-1948), Fundador e reitor da primeira Universidade Católica do Brasil; PUC-RJ):
“…Quem não tem um conceito exato, uma percepção viva da infinita, absoluta e inefável majestade de Deus, na inviolabilidade soberana dos seus direitos, não pode entender a intransigência dogmática da Igreja Católica. A Igreja não é autora de um sistema humano, filosófico ou religioso, é depositária autêntica de uma revelação divina. Cristo ensinou-nos uma doutrina celeste: “A doutrina que eu vos ensinei é d’Aquele que me enviou”. ” (São João, 7,16; 12,49)

“A Igreja Católica tem, pois, promessa divina de imortalidade e infalibilidade. Não foi, não será nunca infiel à sublimidade da sua missão. Quando a sinagoga, alarmada com os prodígios que sancionavam o cristianismo nascente, prendeu os apóstolos e lhes impôs um silêncio criminoso, Pedro respondeu aos sinedritas um sublime “non possumus” (não podemos)”.

“Deus quer a salvação de todos pelo conhecimento da verdade. A salvação está na verdade” (§ 851).
“Deus quer que todos se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade” (1Tm 2,4).
 “A Igreja é a coluna e o fundamento da verdade” (1Tm 3,15).

SÃO VICENTE DE LERINS (?450),  dizia que:
“O que todos em toda parte e sempre acreditaram, isso é verdadeira e propriamente católico”(Communitorium).

A PROCLAMAÇÃO DE UM DOGMA
1. É necessário que ele fale “ex-cathedra”, isto é, de maneira decisiva, como Pastor e Mestre dos cristãos, e não apenas de modo particular. Ele não é obrigado a consultar algum Concílio e alguém, embora possa fazê-lo, e quase sempre o faz.

2. A matéria a ser definida se refira apenas à fé e à moral; isto é, se relacione com a crença e o comportamento dos cristãos.

3. Que o Sumo Pontífice queira proferir uma sentença definitória e definitiva, irrevogável, imutável, sobre o assunto em questão.

Somente a sentença final é objeto da infalibilidade, e não os argumentos e as conclusões derivadas da sentença proclamada. E não há uma fórmula única de redação para a definição dogmática. Os termos normalmente usados pelos Papas são: “pronunciamos”, “definimos”, “decretamos”, “declaramos”, etc.

SÍMBOLOS DA FÉ – “A regra de doutrina” (Rm 6,17).
Símbolo dos Apóstolos
Credo Niceno- Constantinopolitano (325-381)
Símbolo “Quicumque”, de Santo Atanásio (?373)
“Fides Damasi” de São Dâmaso (366-384)
Profissão de Fé do Papa Paulo VI, O Credo do Povo de Deus (1967)
Profissões de fé de alguns Concílios (Toledo; Latrão; Lião; Trento)

São Cirilo de Jerusalém (315-386):
“Esta síntese da fé não foi elaborada segundo as opiniões humanas mas da Escritura inteira recolheu-se o que existe de mais importante, para dar, na sua totalidade, a única doutrina da fé. E assim com a semente de mostarda contém em um pequeníssimo grão um grande número de ramos, da mesma forma este resumo da fé encerra em algumas palavras todo o conhecimento da verdadeira piedade contida no Antigo e no Novo Testamento” (Cathecheses illuminandorum, 5,12; Cat. §286).

Santo Ambrósio (340-397)  disse do Credo:
 “Ele é o símbolo guardado pela Igreja Romana, aquela onde Pedro, o primeiro Apóstolo, teve sua Sé e para onde ele trouxe comum expressão de fé (sententia communis = opinião comum)” (Expl. Symb.,7 ; Cat. § 194)

“Nenhum dos símbolos das diferentes etapas da vida da Igreja pode ser considerado como ultrapassado e inútil. Eles nos ajudam a tocar e a aprofundar hoje a fé de sempre através dos diversos resumos que dela têm sido feitos.”(Cat.§ 193)

PAPA JOÃO PAULO II AOS BISPOS EM SANTO DOMINGO 12/10/92, durante o IV CELAM:
“…recentemente aprovei o Catecismo da Igreja Católica, o melhor dom que a Igreja pôde fazer aos seus Bispos e ao Povo de Deus. Trata-se de um valioso instrumento para a Nova Evangelização onde se compendia toda a doutrina que a Igreja deve ensinar” (DSD,9).

Papa Bento XVI falando de Teologia:
“Muita teologia parece ter esquecido que o sujeito que faz teologia não é o estudioso individual, mas a comunidade católica no seu conjunto, a Igreja inteira. Desse esquecimento do trabalho teológico como serviço eclesial deriva um pluralismo teológico que, na realidade, é frequentemente um subjetivismo, um individualismo que pouco tem a ver com as bases da tradição comum.
Cada teólogo parece agora querer ser ´criativo´. Mas a sua tarefa autêntica é aprofundar, ajudar a compreender e anunciar o depósito comum da fé, e não a de ´criar´. Caso contrário a fé se fraciona em uma série de escolas e correntes frequentemente contraditórias, com grave prejuízo para o desorientado povo de Deus.” (Messori, A fé em crise?, 1985, pg 49).

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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