Programa Escola da Fé: ANO DA FÉ 6

O ALCANCE DA FÉ NO DEUS ÚNICO

§223. “Significa conhecer a grandeza e a majestade de Deus. “Deus, é grande demais para que o possamos conhecer” (Jó 36,26). 230.       Ao revelar-se, Deus permanece Mistério inefável: “Se o compreendesses, ele não seria Deus “. (Santo Agostinho)

§229. “A fé em Deus leva-nos a nos voltar só para Ele como nossa primeira origem e nosso fim último, e a nada preferir nem substitui-lo por nada”

§224. Significa viver em ação de graças. Se Deus é o Único, tudo o que somos e tudo o que possuímos vem dele: “Que é que possuis, que não tenhas recebido?” (1Cor 4,7). “Como retribuirei ao Senhor todo o bem que me fez?” (Sl 116,12).

§225. Significa conhecer a unidade e a verdadeira dignidade de todos os homens. Todos eles são feitos “à imagem e à semelhança de Deus” (Gn 1,27).

§226. Significa usar corretamente das coisas criadas. A fé no Deus único nos leva a usar de tudo o que não é Ele, na medida em que isso nos aproxima dele, e a desapegar-nos das coisas, na medida em que nos desviam dele:

“Meu Senhor e meu Deus, tirai-me tudo o que me afasta de vós.

Meu Senhor e meu Deus, dai-me tudo o que me aproxima de vós.

Meu Senhor e meu Deus, desprendei-me de mim mesmo pai doar-me por inteiro a vós. (São Nicolau de Flue)

§227. Significa confiar em Deus em qualquer circunstancia, mesmo na adversidade. Uma oração de Sta. Teresa de Jesus (Poes. 9) exprime-o de maneira admirável: “Nada te perturbe; Nada te assuste; Tudo passa; Deus não muda; A paciência tudo alcança; Quem a Deus tem Nada lhe falta. Só Deus basta”.

A SANTÍSSIMA TRINDADE

§261. “O mistério da Santíssima Trindade é o mistério central da fé e da vida cristã. Só Deus no-lo pode dar a conhecer, revelado-se como Pai, Filho e Espírito Santo”.

§262. “A Encarnação do Filho de Deus revela que Deus é o Pai eterno, e que o Filho é consubstancial ao Pai, isto é, que ele é no Pai e com o Pai o mesmo Deus único”.

§234. O mistério da Santíssima é a fonte de todos os outros mistérios da fé, é a luz que os ilumina. É o ensinamento mais fundamental e essencial na “hierarquia das verdades de fé”.

§237. A Trindade é um mistério de fé, um dos “mistérios escondidos em Deus que não podem ser conhecidos se não forem revelados do alto”.

“Ninguém conhece o Filho senão o Pai, e ninguém conhece O Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Mt 11,27).

Jesus é “o Verbo” que “no início estava junto de Deus” e que “é Deus” (Jo 1,1), “a imagem do Deus invisível” (Cl 1,15), “o resplendor de sua glória e a expressão do seu ser” (Hb 1,3).

O Concílio Ecumênico de Nicéia (325), confessou que o Filho é “consubstancial” ao Pai, isto é, um só Deus com Ele.

O Concílio Ecumênico de Constantinopla (381), conservou esta expressão em sua formulação do Credo de Nicéia e confessou “o Filho Único de Deus, gerado do Pai antes de todos os séculos, luz de luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial ao Pai”. Confessou que o Espírito Santo é Deus, “com o Pai e o Filho é igualmente adorado”. “Cremos no Espírito Santo, que é Senhor e que dá a vida; ele procede do Pai”.

Jesus promete e envia o Espírito Santo na despedida:

“E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Paráclito, para que fique eternamente convosco. É o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece, mas vós o conhecereis, porque permanecerá convosco e estará em vós”. (João 14,15)

“Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ensinar-vos-á todas as coisas e vos recordará tudo o que vos tenho dito” (João 14,25).

“Muitas coisas ainda tenho a dizer-vos, mas não as podeis suportar agora. Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á toda a verdade, porque não falará por si mesmo, mas dirá o que ouvir, e anunciar-vos-á as coisas que virão” (João 16,12-13).

§244. “O envio da Pessoa do Espírito após a glorificação de Jesus revela em plenitude o mistério da Santíssima Trindade”.

A tradição latina do Credo confessa que o Espírito “procede do Pai e do Filho (Filioque)”.

Concílio de Florença, em 1438a: “O Espírito Santo tem sua essência e seu ser subsistente ao mesmo tempo do Pai e do Filho e procede eternamente de Ambos como de um só Princípio e por uma única expiração “.

São Leão Magno (440-460) confessou dogmaticamente o Filioque em 447. A introdução do Filioque no Símbolo niceno-constantinopolitano é um ponto de discórdia com as Igrejas ortodoxas.

São Gregório Nazianzeno, “o Teólogo”, doutor da Igreja (330-379):

“Antes de todas as coisas, conservai-me este bom depósito, pelo qual vivo e combato, com o qual quero morrer, que me faz suportar todos os males e desprezar todos os prazeres: refiro-me à profissão de fé no Pai e no Filho e no Espírito Santo Eu vo-la confio hoje. É por ela que daqui a pouco vou mergulhar-vos na água e vos tirar dela. Eu vo-la dou como companheira e dona de toda a vossa vida. Dou-vos uma só Divindade e Poder, que existe Una nos Três, e que contém os Três de maneira distinta. Divindade sem diferença de substância ou de natureza, sem grau superior que eleve ou grau inferior que rebaixe… A infinita conaturalidade é de três infinitos. Cada um considerado em si mesmo é Deus todo inteiro… Deus os Três considerados juntos. Nem comecei a pensar na Unidade, e a Trindade me banha em seu esplendor. Nem comecei a pensar na Trindade, e a unidade toma conta de mim”.

§258. “Toda a economia divina é obra comum das três pessoas divinas. Pois da mesma forma que a Trindade não tem senão uma única e mesma natureza, assim também não tem senão uma única e mesma operação. Contudo cada pessoa divina cumpre a obra comum segundo sua propriedade pessoal. São sobretudo as missões divinas da Encarnação do Filho e do dom do Espírito Santo que manifestam as propriedades das pessoas divinas”.

Simbolo Quicunque (Santo Atanásio – 295-373):

“A fé católica é esta: que veneremos o único Deus na Trindade, e a Trindade na unidade, não confundindo as pessoas, nem separando a substância: pois uma é a pessoa do Pai, outra, a do Filho, outra, a do Espírito Santo; mas uma só é a divindade do Pai, do Filho e do Espírito Santo, igual a glória, co-eterna a majestade”.

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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