Por que os papas rezam o ângelus em público aos domingos?

Tudo começou com Luigi Gedda, um médico católico italiano, ativista político e influente líder leigo. Em um ano mariano, Gedda, então presidente da associação Azione Cattolica (Ação Católica), convenceu seu amigo o papa Pio XII a recitar em público Ângelus do meio-dia da janela de seu gabinete.

Assim, em 15 de agosto de 1954, solenidade da Assunção de Maria, Pio XII dirigiu-se aos católicos em Roma e a todo o mundo pela Rádio Vaticano, convidando-os a se juntar a ele “na piedosa saudação à Mãe de Deus”.

Foi o início de um costume dos papas que se repete todos os domingos e nas solenidades marianas: o papa aparece na janela de sua biblioteca no Palácio Apostólico ao meio-dia para conduzir os fiéis reunidos na praça de São Pedro na oração do Ângelus em latim.

O Ângelus, propriamente dito, tem suas raízes em uma prática medieval de rezar a Ave Maria três vezes seguidas, por recomendação de santo Antônio de Pádua.

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Nos anos 1200, um grupo de franciscanos propôs que a prática fosse feita à noite, após a oração das Completas, como forma de meditar sobre o mistério da Encarnação de Cristo. Um sino seria tocado para lembrar aos frades e outros que era hora de rezar as Ave-Marias.

Ao longo dos séculos, as três Ave-Marias começaram a ser rezadas também pela manhã e ao meio-dia.

Hoje, a oração também inclui palavras da Anunciação, o anúncio do anjo Gabriel a Maria de que ela havia sido escolhida para ser a Mãe de Deus e uma oração de encerramento.

A versão moderna é encontrada já em 1500, em um livro chamado Pequeno Ofício da Bem-Aventurada Virgem Maria, impresso em Roma durante o pontificado do papa são Pio V, e em um manual para católicos publicado em Antuérpia em 1588.

No Vaticano, muitos escritórios têm o costume de interromper o trabalho todos os dias para rezar o Ângelus ao meio-dia.

Na época da Páscoa, o Angelus é substituído pela Regina Coeli (“O Rainha dos Céus”), uma antífona mariana rezada ou cantada durante a Páscoa.

Ao longo dos anos, os papas usaram o momento anterior à recitação da oração mariana para fazer uma breve catequese, mensagem ou apelo.

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O papa Francisco não visita a residência papal de verão de Castel Gandolfo, localizada fora de Roma, mas os papas que o fazem recitam o Ângelus do palácio durante o período de descanso.

Em alguns momentos durante a pandemia de covid-19, o papa Francisco fez a oração por eletrônico de dentro de seu gabinete.

O Angelus é transmitido ao vivo para todo o mundo e pela Internet. Os sinos da basílica de São Pedro sempre tocam ao meio-dia, pouco antes de o papa aparecer na janela do palácio para a oração à Santíssima Virgem Maria.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticias/por-que-os-papas-rezam-o-angelus-em-publico-aos-domingos-21117

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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