Roma, 24
Nov. 10 / 04:09 pm (ACI).- O autor do livro-entrevista “Luz do Mundo”
com o Papa Bento XVI,
Peter Seewald, considerou “ridículo” e “penoso” que grande
parte da imprensa mundial se concentrou no tema dos preservativos ao
abordar sua nova publicação.
Conforme informou a Rádio Vaticano, Seewald explicou na conferência de imprensa
de apresentação do livro que o Papa não censurou nenhuma de suas perguntas e se
mostrou como um verdadeiro homem de diálogo. O jornalista alemão assinala que
encontrou no Santo Padre “um homem brilhante e dotado de uma
extraordinária força intelectual, e cada vez mais espiritual, mais perto de
Deus”.
Sobre a polêmica em torno dos preservativos, o Arcebispo Rino Fisichella,
Presidente do Pontifício Conselho para a Nova Evangelização, assinalou que não
se pode descontextualizar a passagem do livro que foi tergiversado por boa
parte da imprensa, no qual ademais o Papa se expressa de forma coloquial e não
magistral.
O Papa expõe no livro como exceção para o uso da camisinha o caso dos varões
que se prostituem, como figura no texto original em alemão e na tradução ao
inglês, que difere da que foi publicada pelo L’Osservatore Romano que em
italiano usa o termo, no gênero feminino, “prostituta”. A confusão se
agravou quando diversos meios de comunicação difundiram este fragmento do livro
fora de contexto e o apresentaram como uma mudança nos ensinos da Igreja em matéria de
sexualidade.
O Arcebispo Fisichella disse sobre esta passagem do livro que o Papa responde
nele “à pergunta sobre a viagem à África e sobre como a viagem foi completamente
escurecida por uma única pergunta e uma só resposta sobre o uso do preservativo. Então,
o Papa desenvolve um raciocínio sobre o tema da sexualidade e da corporeidade;
e é dentro desta argumentação que se deve inserir o que o Papa afirma”,
indicou.