Para 72%
das pessoas, o governo de Dilma Rousseff não deveria propor nenhuma lei que
descriminalize o aborto.
SÃO PAULO,
07 Dez. 10 / 01:51 pm (ACI).- De acordo com pesquisa do Instituto Vox Populi –
encomendada pelo Portal iG – divulgada neste domingo, 5 de dezembro, 82% dos
entrevistados são contra mudanças na normativa jurídica que regula o tema. Do
total de 2.200 pessoas entrevistadas, 1.760 acreditam que a legislação deve
continuar da forma atual. Somente 14% dos entrevistados (308) são favoráveis à
descriminalização da prática e 4% (88) não possuem uma opinião formada sobre o
assunto ou não responderam.
Em declarações reunidas pelo portal Canção Nova Notícias, o Arcebispo de São
Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, assinala que o resultado corresponde aos
sentimentos dos brasileiros, não somente por causa da influência religiosa no
país, mas por suas convicções éticas e morais a respeito da vida.
“Este é um dado muito positivo”, destacou Dom Odilo.
“Mostra que muitas pessoas, mesmos as não religiosas, são sensíveis a este tema
e acreditam que o ser humano não é um objeto que se possa expor”, salienta o
cardeal.
Dom Odilo destacou ainda que a luta contra o aborto não é uma
questão apenas religiosa, mas diz respeito a preservação dos direitos humanos,
e a Igreja tem
cumprido bem seu papel nesta luta. “Esse resultado nos anima a continuar nossos
esforços para influênciar a cultura dos brasileiros em favor da vida e da
ética”, enfatizou.
Segundo a informação disponibilizada pelo portal Canção Nova Notícias, as
regiões Norte e Centro-Oeste concentram a maior taxa de pessoas que defendem a
manutenção da prática na lista de crimes do Código Penal brasileiro – 89% do
total. Já o Sudeste apresenta o menor índice, ainda assim elevado, onde 77% são
contra a interrupção da gravidez. A pesquisa também salientou que a defesa da
descriminalização do aborto é mais perceptível na opinião de moradores de
grandes cidades (19%) do que na de habitantes de pequenos municípios (9%).
O índice de rejeição à prática do aborto é maior entre eleitores com nível
superior e alcança seu cume entre eleitores que se dizem religiosos (86% dos
evangélicos são contrários). No entanto, não há mudanças substanciais nos
quesitos gênero, idade ou renda.
Os altos patamares de rejeição à prática do aborto são os mesmos entre
eleitores de Dilma e Serra (82%) e são constatados tanto entre eleitores
religiosos quanto entre os que dizem não ter religião (78%), indicativo de que
o tema não está necessariamente vinculado a sentimentos religiosos.
Para 72% das pessoas, o futuro governo da presidente Dilma Rousseff não deveria
sequer propor alguma lei que descriminalize o aborto – a posição é
compartilhada por católicos (73%), evangélicos (75%) e membros de outras
religiões (69%).
Outro dado importante da pesquisa é a posição dos brasileiros no tema das Uniões
homossexuais e o uso de drogas. O Vox Populi indicou que a união civil
entre homossexuais não deveria ser permitida no País na opinião de 60% da
população, contra 35% que defende esse direito. A rejeição não afeta
exclusivamente entrevistados que se declaram religiosos. 56% dos que afirmam
não ter religião também se dizem contra a união civil entre gays, apesar de o
maior índice ser constatado entre evangélicos: 78%.
A pesquisa também indicou que praticamente nove em cada dez brasileiros (87%)
são contra a descriminalização do uso de drogas. A posição é compartilhada por
pessoas pertencentes a diferentes religiões, idades, escolaridade e
preferências políticas, destacou Canção Nova Notícias.
Para ver a matéria da Canção Nova sobre a pesquisa, acesse:
http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=279234