Penitenciaria Apostólica explicada por Dom Manuel Monteiro de Castro

Cidade do Vaticano (13-02-2012 – Gaudium Press) – Dom Manuel Monteiro de Castro, responsável máximo pela Penitenciaria Apostólica, será criado cardeal no próximo consistório, dia 18 deste mês. Em entrevista à agência Ecclesia, o futuro cardeal falou um pouco sobre o significado dessa nova missão e a importância do trabalho que ele exerce na Santa Sé.

“Os cardeais são sacerdotes que estão ao serviço do Santo Padre, não importa para o que seja. Somos os seus primeiros colaboradores, com campos definidos”, explica o novo purpurado.

O Colégio Cardinalício participa de reuniões plenárias, na qual os chefes de dicastérios da Cúria Romana se encontram. Ali “cada um diz o que pensa sobre o que se passa no mundo, sobre como se pode melhorar a situação, tratam-se os temas a nível geral”.

Sobre o seu trabalho como penitenciário-mor, o prelado explica que a Penitenciaria Apostólica existe desde o século XIII, sendo o dicastério mais antigo da Cúria Romana. “É um tribunal ao qual o Santo Padre entrega tudo quanto se refere ao foro interno. Poderemos chamar-lhe quase um tribunal de misericórdia, porque as pessoas que têm algum problema podem dirigir-se a nós”, acrescenta.

Esse dicastério também auxilia na formação de confessores, no mundo inteiro, particularmente em Roma, no qual possui 58 penitenciários menores distribuídos pelas Basílicas Papais de São Pedro, Santa Maria Maior, São Paulo Fora dos Muros e São João de Latrão.

Os confessores levam os casos que não podem absolver, devido a gravidade do pecado, à Penitenciaria Apostólica, sem romper o sigilo de confissão, que apresenta uma resposta a estes em 24 horas. “O padre pode dirigir-se ao nosso dicastério, dizer do que se trata, sem mencionar o nome da pessoa, e esta é absolvida. Nós, daqui, enviamos uma penitência.”

Em casos mais complicados, o dicastério se reúne com um teólogo jesuíta, um especialista em direito e outros três com preparação neste campo. Ali é dado um parecer por escrito, depois disso o penitenciário-mor decidirá o assunto. Caso subsista alguma dificuldade, é pedida uma audiência com o Papa.

Ainda falando sobre a importância da Penitenciaria Apostólica, Dom Manuel afirma que “todos os casos que os bispos e os padres não podem resolver, resolvemo-los aqui”

Dados biográficos

Nascido em Santa Eufémia de Prazins, em Guimarães, Portugal, Dom Manuel Monteiro de Castro foi ordenado sacerdote em 1961. Em 1985 foi ordenado Bispo. E já exerceu seu ministério em diversos países, sendo representante da Santa Sé no Panamá, Guatemala, Vietnã, Austrália, México, Bélgica, Trindade e Tobago, África do Sul e Espanha.

Desde julho de 2009 está na Cúria Romana, ali assumindo o cargo de Secretário da Congregação para os Bispos, sendo posteriormente nomeado pelo Papa Bento XVI como consultor da Congregação para a Doutrina da Fé e Secretário do Colégio Cardinalício. Atualmente é o responsável máximo por um dos três tribunais da Cúria Romana, a Penitenciaria Apostólica.

Em 6 de janeiro deste ano Bento XVI anunciou publicamente sua criação como cardeal. (EPC)

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Com informações da Agência Ecclesia

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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