Pecado e Salvação

O Catecismo da Igreja diz que: “Aos olhos da fé, nenhum mal é mais grave do que o pecado, e nada tem consequências piores para os próprios pecadores, para a Igreja e para o mundo inteiro” (§ 1488).

O primeiro pecado foi o pecado original, um ato de grave desobediência a Deus. Esse pecado (que não é de culpa, mas de herança) passou para toda a humanidade, e só pode ser cancelado pelo Batismo. No Batismo nós morremos com Cristo e ressuscitamos com Ele. São Paulo disse que: “O salário do pecado é a morte” (Rom 6,23a) e que “o pecado entrou no mundo, e pelo pecado, a morte, assim a morte passou a todos os homens” (Rom 5,12).

O Batismo nos liberta: São Paulo explica aos romanos: “Ou ignorais que todos os que fomos batizados em Jesus Cristo, fomos batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele na sua morte pelo batismo para que, como Cristo ressurgiu dos mortos pela glória do Pai, assim nós também vivamos uma vida nova. Se fomos feitos o mesmo ser com ele por uma morte semelhante à sua, sê-lo-emos igualmente por uma comum ressurreição” (Rom 6,3-5).

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Cristo veio ao mundo para tirar o pecado do mundo, Ele é o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1,29). Ele foi imolado no Calvário como aquele cordeiro que todo dia era oferecido a Deus pelo Sumo Sacerdote judeu no Templo de Jerusalém, para tirar os pecados do povo.

São Pedro diz que: “não é por bens perecíveis, como a prata e o ouro, que tendes sido resgatados do vosso vão procedimento, mas pelo precioso Sangue de Cristo, o Cordeiro imaculado e sem defeito algum…” (1 Pedro 1, 18).

Só Jesus pode nos dar a salvação, porque só Ele pode tirar o pecado do mundo. Nenhum homem poderia oferecer à Justiça divina a reparação que o pecado da humanidade causa de ofensa à Majestade de Deus que é infinita. Só Deus (Jesus Cristo) poderia reparar essa ofensa Infinita a Deus, porque só Ele poderia oferecer a Deus um Sacrifício de valor Infinito. Por isso São Pedro disse aos judeus que: “Em nenhum outro há salvação, porque debaixo do Céu nenhum outro Nome foi dado aos homens pelo qual devamos ser salvos” (Atos 4,12).

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Nunca desanimar na luta contra o pecado: sempre é tempo de conversão!

Quais são as raízes do pecado?

Jesus Cristo, o único Salvador!

Pecado, a doença da alma

O pecado é ofensa a Deus: “Pequei contra ti somente; pratiquei o que é mau aos teus olhos” (Salmo 51,6). Santo Agostinho dizia que o pecado é uma revolta contra Deus, é o “amor a si mesmo até ao desprezo de Deus”.

Para anular a obediência de Adão e Eva Jesus obedeceu o Pai até a morte, e morte de Cruz como disse São Paulo em (Filipenses 2,6-9).

A raiz de todos os pecados está no coração do homem. Jesus disse que é do coração do homem que saem todas as impurezas.

É olhando para o Cristo na Cruz, massacrado, coroado de espinhos, flagelado até o sangue, que a gente vê o horror que é o pecado; o que Cristo teve de passar para nos conquistar o perdão.

A variedade dos pecados é grande. As Escrituras nos fornecem várias listas. A Carta aos Gálatas opõe as obras da carne ao fruto do Espírito: “As obras da carne são manifestas: fornicação, impureza, libertinagem, idolatria, feitiçaria, ódio, rixas, ciúmes, ira, discussões, discórdia, divisões, invejas, bebedeiras, orgias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos previno, como já vos preveni: os que tais coisas praticam não herdarão o Reino de Deus” (Gl 5,19-21; Rm 1,28-32; 1Cor 6,9-10; Ef 5,3-5; Cl 3,5-9; 1Tm 1,9-10; 2Tm 3,2-5).

Para que um pecado seja mortal é preciso que seja algo grave e cometido com plena consciência e livremente. É preciso se Confessar com o padre para poder Comungar.

Algo grave é algo contra os Dez mandamentos, segundo a resposta de Jesus ao jovem rico: “Não mates, não cometas adultério, não roubes, não levantes falso testemunho, não defraudes ninguém, honra teu pai e tua mãe” (Mc 10,19).

O pecado contra o Espírito Santo, assim explica o Catecismo (n. 1864) – “Aquele que blasfemar contra o Espírito Santo não terá remissão para sempre. Pelo contrário, é culpado de um pecado eterno” (Mc 3,29). A misericórdia de Deus não tem limites, mas quem se recusa livremente acolher a misericórdia de Deus pelo arrependimento, rejeita o perdão de seus pecados e a salvação oferecida pelo Espírito Santo. Semelhante endurecimento pode levar à impenitência final e à perdição eterna.

Deus nos chama a viver na santidade, deixando o pecado e buscando a salvação: “A exemplo da santidade Daquele que vos chamou, sede também vós santos em todas as vossas ações, pois está escrito: Sede santos porque Eu sou santo” (1 Pedro 1,15).

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Querigma: A salvação em Cristo

Jesus disse que o espírito é forte, mas que a carne é fraca; para vencer o pecado e viver salvo é preciso:

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1. Se Confessar sempre que pecar. É bom se Confessar uma vez ao mês mais ou menos, porque a Confissão nos fortalece na luta contra as tentações.

2. Sempre participar da Missa e Comungar o Corpo de Cristo, é que remédio e sustento para a nossa vida.

3. Meditar sempre a Palavra de Deus e bons livros.

4. Rezar sempre. “Orai sem cessar” (1 Tes 5,16). O Terço, as novenas, no grupo de oração, na adoração do Santíssimo, etc.

5. Viver uma fé na caridade, ajudando os irmãos que sofrem.

6. O jejum nos ajuda a vencer as paixões desordenadas.

Não há luta mais necessária que a luta contra o pecado. Ele mata a vida da alma e nos separa de Deus. Não pode haver desgraça maior para o ser humano. Fomos criados por Deus e para Deus; só Nele podemos ser de fato felizes. Santa Teresa dizia que “Só Deus basta”.

Prof. Felipe Aquino

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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