Papa Francisco: As prisões precisam ser sempre mais humanizadas

Segundo o ACI (07/02/2019), o Papa Francisco pediu nesta quinta-feira, 7 de fevereiro, uma maior humanização das prisões e que os agentes penitenciários trabalhem para que os presídios sejam lugar de reintegração.

Durante a audiência concedida no Vaticano aos funcionários da Penitenciária Romana Regina Coeli, o Santo Padre afirmou que “as prisões precisam ser sempre mais humanizadas”, pois é doloroso ouvir “que muitas vezes são consideradas lugares de violência e ilegalidade, onde se alastram as maldades humanas”.

Também pediu para não esquecer “que muitos presos são pobres, não têm referências, não têm segurança, não têm famílias e nem meios para defender os próprios direitos, além de estarem marginalizados e se sentirem abandonados ao próprio destino. Para a sociedade, os detentos são indivíduos inconvenientes, são um resto, um peso. É doloroso, mas o inconsciente coletivo nos leva a isso”.

No entanto, disse que “a experiência demonstra que a prisão, com a ajuda dos agentes penitenciários, pode se transformar realmente em um lugar de resgate, de ressureição e de mudança de vida; e tudo isso é possível através de percursos de fé, de trabalho e de formação profissional, mas, sobretudo, de proximidade espiritual e de compaixão, seguindo o exemplo do Bom Samaritano, que se inclinou para curar o irmão ferido”.

Francisco assegurou que “essa postura de proximidade, que tem raiz no amor de Cristo, pode favorecer, em muitos presos, a confiança, a consciência e a certeza de serem amados”.

Além disso, “a pena não pode ser fechada, mas sempre ter ‘a janela aberta’ para a esperança, tanto da parte da prisão como de cada pessoa, já que todos precisam pensar na reinserção. Pensemos naqueles condenados à prisão perpétua, eles também”.

A prisão “é um lugar de pena no duplo sentido de punição e sofrimento, e há muita necessidade de atenção e humanidade. É um lugar onde todos, a polícia carcerária, os capelães, os educadores e voluntários são chamados para a difícil tarefa de curar as feridas daqueles que, pelos erros cometidos, são privados de liberdade pessoal”.

Para o Pontífice, “já se sabe que uma boa colaboração entre os vários serviços na prisão precisa de uma ação de grande apoio para a reeducação dos detentos. Todavia, por causa da carência de pessoal e da superlotação crônica, o trabalho cansativo e delicado corre o risco de ser, em parte, perdido”.

Ele lamentou que “o estresse no trabalho causado por turnos apertados e, muitas vezes, a distância das famílias são fatores que pesam sobre um trabalho que já implica certa pressão psicológica”.

Por isso, o Papa disse aos agentes penitenciários: “Figuras profissionais como vocês precisam de equilíbrio pessoal e motivação válida constantemente renovada; na verdade, não estão chamados apenas para garantir a proteção, a ordem e a segurança da instituição, mas também, muitas vezes, para enfaixarem as feridas dos homens e mulheres que encontram diariamente em suas seções”.

O Papa Francisco concluiu seu discurso assegurando: “Estou muito próximo aos presos e às pessoas que trabalham na prisão. Meu afeto e minha oração para que contribuam com seu trabalho para fazer com que a prisão, lugar de pena e sofrimento, seja também laboratório de humanidade e de esperança”.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticias/papa-francisco-as-prisoes-precisam-ser-sempre-mais-humanizadas-32626

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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