Palestra: “Perdoar, um ato da vontade”

Professor-Felipe-Aquino-nos-25-anos-da-TV-Cancao-NovaJesus mandou: “Amar o inimigo” (Mt 5,44). Morreu perdoando seus algozes. “Pai, perdoai-lhes, porque eles não sabem o que fazem…” (Lc 23,31).

Gandhi aprendeu com Cristo que “a força de um homem e de um povo está na não violência”. Ele dizia: “Procuro amassar completamente a ponta da espada do tirano: não oponho um aço mais afiado, e assim ludibrio sua esperança de ver-me oferecer uma resistência física. Encontrará em mim uma resistência de alma que escapa a seu cerco”. “Sede perfeitos como o Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48).

“Deste modo sereis os filhos de vosso Pai do céu, pois Ele faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e sobre os injustos.” (Mt 5,45). E insistiu na necessidade do perdão:

“Tendes ouvido o que foi dito: Amarás o teu próximo e poderás odiar teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelo que vos maltratam e perseguem” (Mt 5,43-44).

“Se amais somente os que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem assim os próprios publicamos ? Se saudais apenas vossos irmãos, que fazeis de extraordinário ? Não fazem isto também os pagãos?” (Mt 5,46-47).

“Tendes ouvido o que foi dito: “Olho por olho, dente por dente. Eu, porém, vos digo: Não resistais ao mau. Se alguém te ferir a face direita, oferece-lhe também a outra” (Mt 5,38-39).

A única exigência que Deus nos impõe para perdoar os nossos pecados é esta: “Porque se perdoardes aos homens as suas ofensas, vosso Pai celeste também vos perdoará. Mas, se não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai vos perdoará. (Mt 6,14-15)

“Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aos que nos ofenderam” (Mt 6,12).

“Se estás, portanto, para fazer a tua oferta diante do altar e te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa lá a tua oferta diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; só então, vem fazer a tua oferta” (Mt 5,23-24).

“Bem aventurados os misericordiosos porque alcançarão misericórdia” (Mt 5, 7).
“Assim vos tratará meu Pai celeste, se cada um de vós não perdoar a seu irmão, de todo coração” (Mt 18,35).

“Abençoai os que vos perseguem, abençoai-os e não os praguejeis… Não pagueis a ninguém o mal com o mal… Não vos vingueis uns aos outros, caríssimos, mas deixai agir a ira de Deus, porque está escrito: A mim a vingança; a mim exercer a justiça, diz o Senhor (Dt 32,35; Rm 12,14-19).

“Se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber. Procedendo assim, amontoarás carvões em brasa sobre a sua cabeça.” (Pr 25,21; Rm 12,20).

Vou contar-lhes e o caso de Dª Ana Maria, de Lorena, que saiu no “Fantástico”, no dia 13 de abril de 1985. Seu filho foi morto por um assassino, dentro de sua casa; pois bem, na missa de corpo presente de seu filho ela perdoou o assassino e, depois, frequentava a Penitenciária, em São Paulo, onde o rapaz foi preso, para falar de Jesus a ele e o convertê-lo. E conseguiu.

É preciso também ter mansidão com os outros. São Francisco de Sales dizia: “Não há nada que tanto edifique o próximo como a caridosa benignidade nos tratos”.

“Para os superiores, não há melhor meio de se fazer obedecer do que a mansidão.”

São Paulo recomendava aos pais não deixar os filhos com raiva: “Não exaspereis os vossos filhos. Pelo contrário, criai-os na educação e na doutrina do Senhor” (Ef 6,4)

Os santos nos ensinam a mansidão: “Uma resposta branda aplaca o furor, uma palavra dura excita a cólera” (Pr 15,1).

São Francisco de Sales disse: “Eu nunca me deixei conduzir pela ira sem que logo me tenha arrependido”.

Santo Afonso de Ligório: “irritar-se contra nós mesmos, após uma falta, não é humildade, mas refinada soberba, como se nós não fossemos fracos e miseráveis criaturas”.

Santa Teresa dizia: “A humildade que irrita não vem de Deus, mas do demônio”.

Santo Afonso: “Uma alma perturbada pouco conhece a Deus e aquilo que deve fazer”.

Santa Catarina de Gênova: “Senhor, estas são as ervas daninhas do meu jardim”. Precisamos também saber receber a correção necessária: “Aquele que odeia a correção segue os passos do pecador” (Eclo 21,7).

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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