Segundo o site ACI Digital (14/02/2023), o arcebispo do Luxemburgo e relator geral do Sínodo sobre a Sinodalidade, cardeal Jean-Claude Hollerich, disse aos meios de comunicação diocesanos alemães no domingo (12) que a ordenação das mulheres na Igreja Católica não era o tema principal deste processo. No entanto, se “a sinodalidade se concretizar”, poderá haver “outras decisões a serem tomadas no futuro”.
Após a reunião da Assembleia Continental Europeia que aconteceu em Praga, República Tcheca, de 5 a 12 de fevereiro, Hollerich disse que se “esta sinodalidade for concretizada”, teremos “uma forma” de “tomar decisões na Igreja”, informou a CNA Deutsch, agência em alemão do grupo ACI.
O arcebispo do Luxemburgo e relator geral do Sínodo disse que este encontro mundial está orientado a tratar sobre a sinodalidade, e não é “um sínodo sobre a ordenação das mulheres, nem um sínodo sobre a homossexualidade”.
O secretário-geral do Sínodo, cardeal Mario Grech, fez comentários semelhantes em outra entrevista divulgada no domingo, disse a CNA Deutsch.
Ele disse ao site suíço kath.ch que a sinodalidade é “um dom do Espírito Santo para a Igreja de hoje” e que “não havia temas tabu”.
“Como Igreja, pensamos como podemos ser mais sinodais. Uma vez que sejamos mais sinodais, poderemos abordar melhor certos temas. E estou convencido: uma igreja sinodal dá melhores respostas a perguntas existenciais”, disse Grech.
O cardeal Hollerich disse a German Domradio no domingo (12): “Precisamos de tempo. O Espírito Santo pode agir muito rapidamente, mas acima de tudo precisamos de tempo para entender, compreender e perceber a ação do Espírito Santo nos nossos corações e no mundo”.
Sobre o encontro em Praga, Hollerich disse que “foi a primeira vez na Europa que pudemos falar tão livremente e que todos puderam apresentar o seu ponto de vista e ser ouvidos com respeito uns pelos outros”.
Sobre a participação alemã na assembleia continental, o cardeal disse que “a Igreja alemã (sic) tentou naturalmente apresentar o Caminho Sinodal. Alguns países descobriram pontos em comum, outros ficaram bastante chocados”.
Para Hollerich, “foi bom para a delegação alemã ver a diversidade de opiniões; que estamos nesta situação particular e que temos de ir juntos”. Ele acrescentou que “é preciso proceder com calma. E se algo vem do Espírito Santo, o Espírito Santo conduzirá a um grande avanço”.
O polêmico processo alemão, chamado Synodaler Weg em alemão e que pode ser traduzido como Caminho Sinodal, deve continuar como planejado pelos seus organizadores. A próxima (e até agora última) assembleia sinodal está agendada para março em Frankfurt, Alemanha.
