Os frutos da Eucaristia

eucharist-2Como a Sagrada Eucaristia nos põe em comunhão íntima e profunda com o Senhor, os seus frutos são abundantes quando ela é recebida com as “disposições necessárias”: estado de graça, desejo de santidade, fervor apostólico, ação de graças etc.

O Senhor diz: “Quem come a minha Carne e bebe meu Sangue permanece em mim e eu nele” (Jo 6,56). “Assim como o Pai, que vive, me enviou e eu vivo pelo Pai, também aquele que de mim se alimenta viverá por mim” (Jo 6,57).

O que o alimento produz em nossa vida corporal, a comunhão o realiza de maneira admirável em nossa vida espiritual. A comunhão da Carne de Cristo ressuscitado, “vivificado pelo Espírito Santo e vivificante” (PO 5), conserva, aumenta e renova a vida da graça recebida no Batismo. Este crescimento da vida cristã precisa ser alimentado pela comunhão eucarística, pão da nossa peregrinação, até o momento da morte, quando nos será dado como viático.

A comunhão livra-nos do pecado

O Corpo de Cristo que recebemos na comunhão é “entregue por nós”, e o Sangue que bebemos é “derramado por muitos para remissão dos pecados”. Por isso a Eucaristia purifica-nos ao mesmo tempo dos pecados cometidos e preserva-nos dos pecados futuros. Santo Ambrósio dizia:

“Se anunciamos a morte do Senhor, anunciamos a remissão dos pecados. Se, toda vez que o Sangue é derramado, o é para a remissão dos pecados, devo recebe-lo sempre, para que perdoe sempre os meus pecados. Eu que sempre peco, devo ter sempre um remédio” (Sacr. 4,28).

O Concílio de Trento ensinou que como o alimento corporal serve para restaurar a perda das forças, a Eucaristia fortalece a caridade que, na vida diária, tende a arrefecer; e esta caridade vivificada apaga os pecados veniais (DS 2638). Ao dar-se a nós, Cristo reativa o nosso amor e nos torna capazes de romper as amarras desordenadas com as criaturas e de enraizar-nos nele. É por isso que muitos vícios (bebida, jogo, cigarro, drogas, masturbação etc.) são deixados quando a pessoa comunga com frequência.

Acima de tudo a Eucaristia nos preserva dos pecados mortais futuros; isto é da perda da graça santificante e da amizade de Deus. Quanto mais participarmos da vida de Cristo e quanto mais progredirmos na sua amizade, tanto mais difícil dele separar-nos pelo pecado mortal.

A comunhão renova, fortalece e aprofunda a nossa incorporação à Igreja, realizada já pelo Batismo. No Batismo fomos chamados a construir um só Corpo (1 Cor 12,13). A Eucaristia realiza isto.

“O cálice de bênção que abençoamos não é comunhão com o Sangue de Cristo? Já que há um único pão, nós embora muitos, somos um só Corpo, visto que todos participamos deste único pão” (1 Cor 10,16-17).

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Como posso me preparar para receber a Sagrada Eucaristia?

A Presença Real de Cristo na Eucaristia

Somos santificados pela Eucaristia

Eucaristia, alimento e remédio

A Eucaristia compromete-se com os pobres

S. João Crisóstomo dizia: “Degustaste o Sangue do Senhor e não reconheces sequer o teu irmão. Desonras esta própria mesa, não julgando digno de compartilhar do teu alimento aquele que foi julgado digno de participar desta mesa. Deus te libertou de todos pecados e te convidou para esta mesa. E tu, nem mesmo assim, não te tornaste mais misericordioso” (Hom. In 1Cor 27,5).

Para receber, na verdade, o Corpo e o Sangue de Cristo entregues por nós, devemos reconhecer o Cristo nos mais pobres, seus irmãos; especialmente os famintos, nus, presos e enfermos (Mt 25,40). A madre Teresa de Calcutá ensinava às suas irmãs a adorarem o Cristo no Sacrário antes de o socorrerem nas ruas na presença do pobre necessitado.

Ensinamentos dos Santos sobre a Eucaristia

São João Crisóstomo: “Deu-se todo, não reservando nada para si”. “Não comungar seria o maior desprezo a Jesus que se sente doente de amor” (Ct 2,4-5).

São Boaventura: “Ainda que friamente aproxime-se [para comungar] confiando na misericórdia de Deus”.

São Francisco de Sales: “Duas espécies de pessoas devem comungar com frequência: os perfeitos para se conservarem perfeitos, e os imperfeitos para chegarem à perfeição”.

Santa Teresa de Ávila: “Não há meio melhor para se chegar à perfeição”. “Não percamos tão grande oportunidade para negociar com Deus. Ele [Jesus] não costuma pagar mau a hospedagem se o recebermos bem”.

“Devemos estar na presença de Jesus Sacramentado, como os Santos no céu, diante da Essência Divina”.

São Bernardo: “A comunhão reprime as nossas paixões: ira e sensualidade principalmente”. “Quando Jesus está presente corporalmente em nós, ao redor de nós, montam guarda de amor os anjos”.

Santo Ambrósio: “Eu que sempre peco, preciso sempre do remédio ao meu alcance”.

São Gregório Nazianzeno: “Este pão do céu requer que se tenha fome. Ele quer ser desejado”. “O Santíssimo Sacramento é fogo que nos inflama de modo que, retirando-no do altar, espargimos tais chamas de amor que nos tornam terríveis ao inferno”.

São Tomás de Aquino: “A comunhão destrói a tentação do demônio”.

Santo Afonso de Ligório: “Ficai certos de que todos os instantes da vossa vida, o tempo que passardes diante do Divino Sacramento será o que vos dará mais força durante a vida, mais consolação na hora da morte e durante a eternidade”.

São Pio X: “A devoção à Eucaristia é a mais nobre de todas as devoções, porque tem o próprio Deus por objeto; é a mais salutar porque nos dá o próprio autor da graça; é a mais suave, pois suave é o Senhor”.

“Se os anjos pudessem sentir inveja, nos invejariam porque podemos comungar”.

Santo Agostinho: “Não somos nós que transformamos Jesus Cristo em nós, como fazemos com os outros alimentos que tomamos, mas é Jesus Cristo que nos transforma nele”.

“Sendo Deus onipotente, não pode dar mais; sendo sapientíssimo, não soube dar mais; e sendo riquíssimo, não teve mais o que dar”.

“A Eucaristia é o pão de cada dia que se toma como remédio para a nossa fraqueza de cada dia”.

“Na Eucaristia Maria perpetua e estende a sua maternidade”.

São Gregório de Nissa: “Nosso corpo, unido ao Corpo de Cristo, adquire um princípio de imortalidade, porque se une ao Imortal”.

São João Maria Vianney: “Cada hóstia consagrada é feita para se consumir de amor em um coração humano”.

Santa Teresinha: “Não é para ficar numa âmbula de ouro, que Jesus desce cada dia do céu, mas para encontrar um outro céu, o da nossa alma, onde Ele encontra as suas delícias”.

“Quando o demônio não pode entrar com o pecado no santuário de uma alma, quer pelo menos que ela fique vazia, sem dono e afastada da comunhão”.

Santa Margarida Maia Alacoque: “Nós não saberíamos dar maior alegria ao nosso inimigo, o demônio, do que afastando-nos de Jesus, o qual lhe tira o poder que ele tem sobre nós”.

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A misericórdia na Eucaristia

São Felipe Néri: “A devoção ao Santíssimo Sacramento e a devoção à Santíssima Virgem são, não o melhor, mas o único meio para se conservar a pureza. Somente a comunhão é capaz de conservar um coração puro aos 20 anos. Não pode haver castidade sem a Eucaristia”.

Santa Catarina de Gênova: “O tempo passado diante do Sacrário é o tempo mais bem empregado da minha vida”.

São João Bosco: “Não omitais nunca a visita a cada dia ao Santíssimo Sacramento, ainda que seja muito breve, mas contanto que seja constante”.

“Quereis que o Senhor vos dê muitas graças? Visitai-o muitas vezes. Quereis que Ele vos dê poucas graças? Visita-o poucas vezes. Quereis que o demônio vos assalte? Visitai raramente a Jesus Sacramentado. Quereis que o demônio fuja de vós? Visitai a Jesus muitas vezes. Querei vencer ao demônio? Refugiai-vos sempre aos pés de Jesus. Quereis ser vencidos? Deixai de visitar Jesus…”

Retirado do livro: “Eucaristia – Coleção Sacramentos”. Ed. Canção Nova.

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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