VATICANO,
18 Nov. 10 / 01:49 pm (ACI).- O Diretor do Escritório de Imprensa da Santa Sé, Pe.
Federico Lombardi, assinalou que a ordenação episcopal do Pe. Joseph Guo Jincai
na China, programada para este sábado 20 de novembro, não conta com a autorização
do Papa. Deste modo considerou que o governo chinês ao obrigar outros bispos a comparecerem a
este evento está violentando a liberdade religiosa e de consciência.
Em declarações divulgadas pelo mencionado Escritório de Imprensa, o Pe.
Lombardi indicou que a Santa Sé “está preocupada com os relatórios
procedentes da China continental que afirmam que diversos bispos em comunhão
com o Papa foram obrigados por funcionários do governo a comparecer a uma
ordenação episcopal ilícita em Chengde, ao nordeste de Hebei, que estaria
programada por volta do dia 20 de novembro”.
O porta-voz vaticano advertiu que “se tais informes são certos, a Santa Sé
consideraria ações como estas uma grave violação da liberdade religiosa e da
liberdade de consciência”.
O sacerdote jesuíta disse que “também se consideraria essa ordenação como
ilícita e prejudicial para as relações construtivas que vieram se desenvolvendo
nos últimos tempos entre a República Popular da China e a Santa Sé”.
Finalmente o Pe. Lombardi precisou que “a Santa Sé confirma que o Pe.
Joseph Guo Jincai não recebeu a aprovação do Santo Padre para ser ordenado
bispo da Igreja Católica“.
A Santa Sé, concluiu, está “interessada em desenvolver relações positivas
com a China” e por isso “contatou as autoridades chinesas competentes
nesta matéria e deixou clara sua posição”.
China permite o culto católico unicamente à Associação Patriótica Católica da
China, subalterna do Partido Comunista da China, e rechaça a autoridade do
Vaticano. A Igreja
Católica, fiel ao Papa e clandestina na China, é perseguida permanentemente.
As relações diplomáticas entre a China e o Vaticano foram interrompidas em
1951, dois anos depois da chegada ao poder dos comunistas expulsaram os
clérigos estrangeiros.