Oito crises humanitárias que precisam ser atendidas em 2022

Segundo o ACI Digital (31/12/2021), a agência católica de ajuda humanitária Catholic Relief Services (CRS) apresentou um resumo das principais crises humanitárias que existem no mundo e que devem ser atendidas com urgência em 2022.

“À medida que a covid-19 se espalha, também crescem as pandemias causadas pela fome e pela desnutrição. Muitas outras crises, por causa da covid-19, mudanças climáticas, agitações políticas ou conflitos prolongados, requerem nossa atenção imediata”, disse Caroline Brennan, diretora de comunicações de CRS para resposta a emergências.

Segundo um relatório anual das Nações Unidas, 274 milhões de pessoas precisam de ajuda humanitária, 17% mais do que em 2020. A CRS diz que os doadores internacionais forneceram menos da metade dos fundos necessários.

“Mesmo com o apoio e o compromisso inabalável de nossos doadores, não há atenção e recursos suficientes para as crises urgentes”, disse Brennan.

A lista a seguir compreende as oito crises humanitárias.

1. Afeganistão

CRS disse que, depois que o Talibã retomou o poder em agosto, a economia do Afeganistão sofreu uma queda livre, agravada por uma seca prolongada que deixou 23 milhões de afegãos em risco de morrer de fome.

A situação é especialmente alarmante com a chegada do inverno e a falta de alimentos, que já obriga as famílias a vender bens.

A CRS está fornecendo dinheiro para milhares de famílias de agricultores rurais em algumas das áreas mais afetadas, e mantém um programa de educação primária para 17,5 mil crianças.

2. Etiópia

Mais de oito milhões de pessoas na Etiópia são afetadas pelo conflito nas regiões de Amara, Afares e Tigré. Este número inclui 2,1 milhões de deslocados de suas casas. Milhões de pessoas precisam urgentemente de alimentos e outras ajudas para salvar vidas.

Desde o início do conflito, CRS forneceu alimentos para três milhões de pessoas, na esperança de chegar a 6,5 ​​milhões de pessoas assim que for permitido o acesso às áreas mais afetadas.

3. Madagascar

CRS informou que o sul de Madagascar está passando por “sua pior seca em mais de 40 anos, o que agravou a crise da fome”.

Meses consecutivos de chuvas abaixo da média dizimaram as safras e minaram a capacidade dos agricultores de pôr comida na mesa. O preço do arroz, do milho e do óleo de cozinha, disparou. Quase meio milhão de crianças com menos de cinco anos estão desnutridas.

Nesse caso, a CRS fornece uma variedade de assistência em todo o país, incluindo alimentos, água potável, dinheiro e sementes para os agricultores.

4. Iêmen

A agência católica lembra que a guerra de cinco anos no Iêmen entre os rebeldes huti e as forças do governo, apoiados por uma coalizão liderada pela Arábia Saudita, causou uma crise humanitária de “proporções épicas”.

Com o bloqueio e a insegurança que limitam o acesso das pessoas aos alimentos e à renda, 80% da população precisa urgentemente de ajuda, incluindo dois milhões de crianças com desnutrição aguda. Os sistemas de saúde entraram em colapso, assim como o acesso a água potável e saneamento, levando a surtos mortais de cólera.

Para lidar com a propagação de doenças, a CRS e seus parceiros apoiam os sistemas de saúde em todo o país.

5. Venezuela

CRS relata que, desde 2015, quase 90% da população da Venezuela foi empurrada para baixo da linha da pobreza, em meio à atual turbulência social e econômica. Desde então, mais de 5,6 milhões de venezuelanos deixaram o país, esgotando os recursos dos países vizinhos.

CRS está apoiando o trabalho da Caritas Venezuela, que inclui uma variedade de serviços sociais.

6. América Central

Além de lutar contra a pobreza crônica, dezenas de milhares de famílias em Honduras, Guatemala e El Salvador vivem em constante medo da violência de gangues, observa CRS.

Além disso, a falta de oportunidades de trabalho, juntamente com as sucessivas colheitas fracassadas devido às mudanças climáticas, “tornaram a situação ainda mais sombria”, acrescenta.

Segundo o Panorama Regional de Segurança Alimentar e Nutricional 2021, a disseminação da covid-19 contribuiu para piorar as perspectivas de segurança alimentar na região. Como resultado, milhares de famílias continuam fugindo para o norte para escapar das condições difíceis na região.

CRS diz que a Igreja Católica desempenhou um “papel fundamental” no apoio aos migrantes, desde proporcionar-lhes locais para tomar banho e comer, até cuidados médicos e outros serviços.

Nesta parte do mundo, a agência humanitária apoia mais de trinta organizações parceiras de linha de frente no México e na Guatemala. Além disso, presta assistência aos migrantes que retornam a Honduras.

7. Haiti

O Haiti continua em situação crítica após o terremoto de 7,2 graus que sofreu em agosto de 2021, que causou o desabamento de edifícios e a morte de mais de 2 mil pessoas. Além disso, o país sofre com a contínua agitação econômica e política que tem prejudicado as atividades humanitárias e de desenvolvimento, deixando cerca de 4,9 milhões de pessoas necessitadas de ajuda.

CRS está chegando a centenas de milhares de pessoas com apoio de emergência, incluindo reabilitação de abrigos, assistência em dinheiro e melhor acesso à água potável.

8. O Sahel Central

CRS diz que em Mali, Burkina Faso e Níger, o radicalismo islâmico “tirou mais de dois milhões de pessoas de suas casas, criando uma das crises de deslocamento que mais cresce no mundo”.

O alto desemprego, a corrupção, a falta de serviços sociais e o acesso desigual ao capital paralisaram as economias e deixaram os jovens especialmente vulneráveis ​​a maus atores que buscam tirar proveito de sua relativa pobreza, acrescenta.

Em 2019, a Igreja Católica na África Ocidental, com o apoio da CRS, lançou a Iniciativa de Paz do Sahel para aumentar a conscientização sobre a crise, defender a mudança e mobilizar apoio humanitário e de desenvolvimento.

Sobre CRS

Como agência oficial de ajuda internacional da Igreja Católica nos EUA, a CRS opera em mais de 110 países. O trabalho de ajuda da CRS consiste em programas de resposta emergencial ao HIV, saúde, agricultura, água, educação, microfinanças, construção da paz e associação.

Mais informações sobre como ajudar AQUI.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticias/oito-crises-humanitarias-que-precisam-ser-atendidas-em-2022-36467

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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