Segundo o ACI Digital (04/08/2022), o papa Francisco disse que o tradicionalismo é “a vida morta” dos crentes, na conversa com os jesuítas do Canadá em 29 de julho, como parte de sua viagem ao país norte-americano.
Em todas as suas viagens, o papa, que é jesuíta, se reúne com os jesuítas locais em eventos fechados. O que ele diz não é divulgado pela Santa Sé. A revista jesuíta Civiltá Cattolica, é que publica o que foi dito.
A Civiltà Cattolica publicou hoje (4) o texto completo do diálogo entre 15 jesuítas e o papa Francisco que aconteceu na sede da arquidiocese de Quebec.
Francisco disse que “é errada a visão da doutrina da Igreja como um monólito que deve ser defendido sem nuances. Por isso é importante respeitar a tradição, a tradição autêntica. Alguém disse uma vez que a tradição é a memória viva dos crentes”.
“O tradicionalismo, ao contrário, é a vida morta dos crentes. Tradição é a vida daqueles que nos antecederam e isso continua. O tradicionalismo é sua memória morta. Da raiz ao fruto, definitivamente: esse é o caminho”.
O papa disse então que é necessário “tomar a origem como referência, não uma experiência histórica concreta tomada como modelo perpétuo, como se tivéssemos que parar nela”.
“‘Ontem foi feito assim’ torna-se ‘sempre foi feito assim’. Mas isso é paganismo de pensamento! E o que eu disse também se aplica a questões jurídicas, à lei”, disse Francisco.
Falando sobre as modificações nas normas da Igreja para responder ao abuso sexual, Francisco disse que “comprovou-se que tinha que fazer mudanças, e elas foram feitas. O direito não pode ser mantido em uma geladeira, ele acompanha a vida e a vida segue adiante: assim como a moral, se vai aperfeiçoando”.
Antes, ele lembrou, “a escravidão era legal, agora não é. A Igreja hoje diz que inclusive a posse de armas atômicas é imoral, não apenas seu uso”.
Fonte: https://www.acidigital.com/noticias/o-tradicionalismo-e-a-vida-morta-dos-crentes-diz-francisco-49104