O que Bento XVI pensa sobre a morte e o que dirá a Deus quando chegar a hora?

Segundo o ACI Digital (17/04/2017), o Papa Emérito Bento XVI refletiu sobre a morte, o julgamento de Deus, a “noite escura” da alma e a vida eterna.

Estas reflexões se encontram em um trecho do último livro entrevista de Peter Seewald “Últimas conversas” (2016), no qual o Pontífice afirma que “em certo sentido” teme a morte.

No texto divulgado por National Catholic Register em novembro de 2016, Joseph Ratzinger afirma que, “por um lado, há o medo de que alguém afete as pessoas devido a um longo período de incapacidade”. “Isso me parece muito angustiante. Meu pai também tinha medo da morte; isso perdurou comigo, mas em menor medida”.

“Outra coisa e que, apesar de toda a confiança que tenho de que o Deus amoroso não pode me abandonar, enquanto alguém se aproxime mais de seu rosto, mais intensamente sentirá o quanto fez mal. Sobre isso, a carga da culpa sempre pesa sobre alguém, mas a confiança básica sempre está aí”, disse.

Nesse sentido, o Papa Emérito assegurou que lhe pesa não ter “feito o suficiente para as pessoas” e “não tratá-las corretamente”.

“Oh, há tantos detalhes, coisas não muito significativas – graças a Deus –, mas que poderiam e deveriam ter sido feitas melhor”, revelou.

Ante a pergunta sobre o que dirá a Deus ao estar diante Dele, Bento XVI disse: “Rogarei que mostre indulgência para com minha miséria”.

Sobre ter experimentado “a noite escura” ou secura espiritual, indicou que nunca passou, pois considera que não é “o suficientemente santo para chegar tão profundo na escuridão”.

“Mas, quando as coisas se dão na esfera dos acontecimentos humanos, é quando se diz: ‘Como pode o Deus de amor permitir isso?’. As perguntas são certamente perguntas muito grandes. Então, deve se manter firma na fé, que Ele sabe melhor”, acrescentou.

Em outra parte da entrevista, o Papa emérito indicou que há várias dimensões para refletir sobre a vida eterna: “algumas são mais teológicas” e outra de uma “perspectiva inteiramente humana”.

“Santo Agostinho disse algo que é um grande pensamento e um grande consolo. Ele interpreta a passagem dos Salmos ‘busca seu rosto sempre’ dizendo: isto se aplica ‘para sempre’, a toda a eternidade. Deus é tão grande que nunca terminamos nossa busca. Ele é sempre novo. Com Deus há encontro perpétuo, interminável, com novas descobertas e nova alegria. Tais coisas são questões teológicas”.

Ao mesmo tempo, em uma perspectiva completamente humana, Bento XVI indicou que “espera ansioso” se reunir com seus pais, irmãos e amigos.

“Imagino que será tão belo como em nossa casa familiar”, concluiu.

Fonte: http://www.acidigital.com/noticias/o-que-bento-xvi-pensa-sobre-a-morte-e-o-que-dira-a-deus-quando-chegar-a-hora-83651/

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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