O papa reza diante da Imaculada Conceição pela paz e lembra que o mal não tem a última palavra

Segundo o ACI Digital (08/12/2023), embora ainda apresente alguns sintomas de uma gripe que provoca dificuldades respiratórias, o papa Francisco não faltou, apesar do frio, ao seu tradicional encontro com a Imaculada Conceição, em Roma.

Todo dia 8 de dezembro, desde o início da manhã, os bombeiros de Roma enfeitam com uma coroa de flores o monumento dedicado a Nossa Senhora da Imaculada Conceição na Praça da Espanha, que fica no topo de uma grande coluna de mármore que homenageia o dogma proclamado pelo papa Pio IX em 1854 com Ineffabilis Deus.

O papa Francisco chegou aos pés desta bela estátua situada em frente à Embaixada de Espanha junto da Santa Sé às 16h (hora de Roma), depois de ter dado a Rosa de Ouro à Virgem Populi Romani da Basílica Santa Maria Maior, pela qual o papa sente uma devoção especial.

O protagonista do ato de veneração da Imaculada Conceição foi, mais uma vez, o desejo de paz no mundo, pedido que o papa já fez a Nossa Senhora no ano passado, quando teve que interromper a sua oração porque chorou ao lembrar o sofrimento do povo ucraniano.

Este ano, a guerra na Ucrânia intensificou-se e um novo conflito está devastando a Terra Santa. Por isso, a oração do papa Francisco à Virgem Maria – com “o coração dividido entre a esperança e a angústia” – foi: que as armas sejam silenciadas e o fogo termine.

Na sua oração, lida em voz baixa, o papa Francisco agradeceu a Nossa Senhora por zelar e cuidar “em silêncio” de todos aqueles que dela necessitam.

O papa também disse que “o mal não tem a primeira nem a última palavra” e que “o nosso destino não é a morte, mas a vida”.

De modo especial pediu pelas mães que sofrem pelos seus filhos e também pelas mulheres vítimas de violência.

Ele também pediu à Imaculada Conceição que olhe para “o povo atormentado da Ucrânia, o povo palestino e o povo israelense, mergulhado novamente na espiral da violência”.

Após a oração, o papa Francisco foi cumprimentar os jornalistas, aos quais também encorajou a rezar pela paz.

Abaixo está a oração que o papa Francisco fez nesta Solenidade da Imaculada Conceição:

Virgem Imaculada!

Nós nos dirigimos a vós com nossos corações divididos entre a esperança e a angústia.

Precisamos de Vós, Mãe nossa.

Mas antes de tudo queremos vos dar graças

porque no silêncio, como é o vosso estilo, vigiais esta cidade

que hoje vos envolve em flores para expressar-vos o amor.

Em silêncio, dia e noite, velais por nós:

sobre as famílias, com as suas alegrias e preocupações- sabeis bem-;

sobre os lugares de estudo e de trabalho; sobre as instituições e os cargos públicos;

sobre os hospitais e os lares de idosos; sobre as prisões; sobre os que vivem na rua; nas paróquias e em todas as comunidades da Igreja de Roma.

Obrigado por vossa presença discreta e constante,

que nos dá consolo e esperança.

Precisamos de vós, Mãe,

porque sois a Imaculada Conceição.

A vossa pessoa, o próprio facto de existir,

recorda-nos que o mal não tem a primeira nem a última palavra;

que o nosso destino não é a morte, mas a vida,

não o ódio, mas a fraternidade, não o conflito, mas a harmonia

não é a guerra, mas a paz.

Olhando para vós, nos sentimos confirmados nesta fé

que os acontecimentos às vezes põem a prova.

Mãe, voltai vossos olhos de misericórdia

para todos os povos oprimidos pela injustiça e pela pobreza,

provados pela guerra; olhai para o atormentado povo ucraniano,

para o povo palestino e para o povo israelense,

mergulhados novamente na espiral da violência.

Mãe Santíssima, trazemos aqui, sob vosso olhar

tantas mães que, como vos ocorreu, estão sofrendo.

Mães que choram seus filhos mortos pela guerra e pelo terrorismo.

As mães que os veem partir para viagens de desesperada esperança.

E também as mães que tentam libertá-los das amarras do vício,

e aquelas que os assistem em uma doença longa e difícil.

Hoje, Maria, precisamos de vós como mulher,

para confiar-vos todas as mulheres que sofreram violência

e aquelas que ainda são vítimas dela,

nesta cidade, na Itália e em todas as partes do mundo.

Vós as conheceis uma a uma, conheceis seus rostos.

Enxugai, vos pedimos, suas lágrimas e as de seus entes queridos.

E ajudai-nos a trilhar um caminho de educação e purificação,

reconhecendo e combatendo a violência que se esconde

em nossos corações e em nossas mentes

e pedindo a Deus que nos livre dela.

Mostrai-nos novamente, ó Mãe, o caminho da conversão,

pois não há paz sem perdão

e não há perdão sem arrependimento

O mundo muda se os corações mudarem;

e cada um deve dizer: começando pelo meu.

Mas somente Deus pode mudar o coração humano

com sua graça: a graça na qual vós, Maria,

estais imersa desde o primeiro momento.

A graça de Jesus Cristo, nosso Senhor,

a quem gerastes na carne,

que morreu e ressuscitou por nós, e que sempre nos indicais

Ele é a salvação, para cada homem e para o mundo.

Vem, Senhor Jesus!

Venha a nós o vosso reino de amor, de justiça e de paz.

Amém

Fonte: https://www.acidigital.com/noticia/56889/o-papa-reza-diante-da-imaculada-conceicao-pela-paz-e-lembra-que-o-mal-nao-tem-a-ultima-palavra

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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