O Papa João Paulo II e a Virgem de Fátima

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As mãos maternais de Nossa Senhora de Fátima e o trabalho de São João Paulo II mudaram a história do mundo

No dia 13 de maio de 1980, o Papa São João Paulo II foi baleado na Praça de São Pedro, pelo turco Ali Agca, a mandado da KGB, polícia secreta russa, segundo o inquérito da polícia italiana: “Esta Comissão acredita, indubitavelmente, que a liderança da União Soviética tomou a decisão de eliminar o papa João Paulo II”, diz o Relatório. (http://noticias.uol.com.br/ultnot/ – ROMA (Reuters).

No mesmo dia, do ano seguinte, o Papa foi a Fátima e levou a bala que o tinha atingido para ser colocada na coroa de Nossa Senhora de Fátima, como agradecimento por Ela lhe ter salvado a sua vida.

O atentado ao Papa foi a “queima roupa”, uma das balas atingiu o seu abdome, e por milagre de Nossa Senhora ele não morreu. Ele disse depois que “uma mão puxou o gatilho, mas outra Mão dirigiu a bala”, de modo que esta não o matasse. O Papa se referia à proteção que Nossa Senhora de Fátima lhe dera.

Essa bala foi colocada na Coroa de Nossa Senhora, que as mulheres portuguesas mandaram confeccionar para agradecer a Virgem de Fátima por ter livrado Portugal de participar da Segunda Guerra Mundial, e não ver seus filhos morrerem em campos de batalhas.

Quando os especialistas foram colocar a bala na Coroa da Virgem, não sabiam onde iriam encaixá-la sem comprometer a bela arte; mas eis que notaram que havia um orifício bem na frente da Coroa; e não sabiam por que o deixaram ali. Então os especialistas ali colocaram a bala que se ajustou perfeitamente no orifício; uma enorme surpresa. Quem poderia ter deixado ali aquele orifício?

O Papa foi eleito em 16 de Outubro de 1978, no auge do comunismo ateu e materialista que ele tanto condenou e trabalhou para extingui-lo. Consagrou seu pontificado a Nossa Senhora; no seu brasão colocou a frase: “Totus tuus”.

Juan Lara, vaticanista, disse que João Paulo II passaria para a história como o Pontífice que contribuiu decisivamente para a queda do comunismo, que nele viveu durante mais de três décadas. Fortemente ligado à Polônia, impulsionado pelo sindicato livre “Solidariedade”, e com o forte apoio da Igreja começou o trabalho de libertação do seu povo do jugo comunista.

O golpe definitivo viria em janeiro de 1989, quando Solidariedade foi legalizado definitivamente e, em agosto desse mesmo ano, quando o católico Tadeusz Mazowiecki, que foi assessor do sindicato, chegou ao poder, derrotando os comunistas.

A Polônia foi a primeira ficha do “efeito dominó”. Sua queda arrastou a Hungria, que abriu suas fronteiras e seus cidadãos fugiram para a Áustria; depois a Alemanha Oriental, cujos cidadãos também fugiram propiciando em 9 de novembro de 1989, a queda do Muro de Berlim.

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Terceiro Segredo de Fátima, será que não foi todo revelado?

Consagrar as Famílias a Nossa Senhora

Em 1º de dezembro de 1989, o Premiê russo Mikhail Gorbachov cruzou a praça de São Pedro do Vaticano para o encontro histórico com o Papa. Depois caíram os regimes da Bulgária, Tchecoslováquia, Romênia e já em agosto de 1991, o da URSS.

Foi um fato impressionante a queda retumbante do comunismo no Leste Europeu em 1989, sem derramamento de sangue, como queria João Paulo II. De fato, isso não pode ser explicado sem considerarmos a ação de Deus e de Nossa Senhora através do Papa. Nas aparições de Fátima, em 1917 a Virgem tinha prometido que se a Rússia fosse consagrada a Seu Coração, seu Coração triunfaria no país comunista. E isto aconteceu. Ela tinha dito às crianças que haveria uma Segunda Guerra e que a Rússia espalharia seus terríveis erros (o comunismo) por muitos países, como de fato ocorreu.

O mundo vivia a “guerra fria” entre a União Soviética e os países ocidentais. O medo imperava com a possibilidade real de uma Terceira Guerra mundial, e nuclear, que pulverizaria o planeta. De repente, o bloco comunista se dissolve como um castelo de areia, da noite para o dia. Como explicar isso?

João Paulo II viveu e sofreu sob este terrível regime na Polônia; cabendo a ele, por vontade de Deus, ser o principal artífice de sua queda, depois de ter por mais de 70 anos escravizado muitas nações da Europa e as ter confinado sob o chamado Muro de Berlim ou “Muro da Vergonha”. Milhões de pessoas foram vítimas deste terrível flagelo. O “Livro negro do comunismo” (Stephan Courtois, Ed. Bertrand Roussel, 2005) fala em cem milhões de mortos na Rússia, China, Hungria, Tchecoslováquia, Iugoslávia, Romênia, Bulgária, Polônia, Cuba, Vietnam, Laos, Cambodja, etc. Milhões viveram sob este pesadelo. Lamentavelmente ainda vivem sob este cativeiro a ilha de Cuba, a Coréia do Norte e a China.

O jornalista Bernard Lecomte, especializado em assuntos da União Soviética e dos países do Leste Europeu, depois de investigar os arquivos do Leste europeu e de Paris, escreveu, em 1991, um livro sobre a história da queda do comunismo, mostrando ao mundo que foi fundamental a ação do Papa João Paulo II para que isto acontecesse.

Quando o comunismo caiu, os autores Bernstein e Politi escreveram que: “boa parte do mundo passou a saudar Wojtyla como o vencedor de uma guerra que começara em 1978” (Revista PR, nº 420/1997).

Quando da revelação do Terceiro Segredo de Fátima, o Cardeal Ratzinger, disse que: “Com relação ao “Bispo vestido de branco” (o Papa) que é ferido de morte e cai por terra, a Irmã Lúcia concordou plenamente com a afirmação do Papa João Paulo II: “Foi uma mão materna que guiou a trajetória da bala e o Santo Padre deteve-se no limiar da morte” (Meditação com os Bispos italianos na Policlínica Gemelli, 13 de maio de 1994)”.

O Cardeal fez questão de recordar o que a Irmã Lúcia disse ao Papa em 12 de maio de 1982, um ano após o atentado que ele sofreu: “A terceira parte do segredo se refere às palavras de Nossa Senhora: Senão [a Rússia] espalhará os seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja. Os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas”.

Pelas mãos maternas de Nossa Senhora de Fátima, e o trabalho de São João Paulo II, o Leste Europeu ficou livre do comunismo ateu, materialista e sanguinário. Demos graças a Deus! Mudou a história do mundo.

Prof. Felipe Aquino

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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