O Papa: A unidade de cristãos é obtida com oração e conversão interior

VATICANO, 19 Jan. 12 / 08:11 am (ACI/EWTN
Noticias
) Em sua catequese da manhã de ontem o Papa Bento XVI
explicou que a oração e a
conversão são o caminho para obter a unidade dos cristãos, no marco da
celebração até o 25 de janeiro da Semana de Oração por esta intenção.

Diante de milhares de fiéis presentes no Sala Paulo VI no Vaticano, o Santo
Padre recordou que esta celebração é uma iniciativa que se realiza há mais de
um século, e na qual participam cristãos de todo o mundo para invocar “o
dom extraordinário pelo qual o próprio Senhor Jesus rezou durante o Última
Ceia: ‘Para que todos sejam um”.

A Semana de Oração foi introduzida em 1908 pelo Padre Paul Wattson, fundador de
uma comunidade religiosa anglicana que entrou depois na Igreja Católica. O Papa
afirmou que, nesta Semana, “o impulso dado pelo Concílio Vaticano II à
busca da plena comunhão entre todos os discípulos de Cristo encontra uma de
suas expressões mais eficazes”.

“Este encontro espiritual, que une cristãos de todas as tradições, aumenta
nossa consciência sobre o fato que a unidade que buscamos não poderá acontecer
somente por meio de nossos esforços, mas será sim um dom recebido do Alto, algo
a se invocar sempre.”.

Este ano, os textos para a Semana de Oração foram propostos por um grupo de
representantes da Igreja
Católica e do Conselho Ecumênico Polonês. Este último sugeriu o tema:
“Todos seremos transformados pela vitória de nosso Senhor Jesus
Cristo”.

A história da Polônia está marcada por invasões e derrotas, pela luta constante
contra a opressão e a favor da liberdade; isso induziu ao grupo ecumênico
polonês a refletir sobre o verdadeiro significado das palavras
“vitória” e “derrota”.

“A respeito da “vitória, que em alguns termos significa triunfar, Cristo nos
sugere uma estrada bem diferente, que não passa pelo poder e pela força. Ele,
de fato, afirma: “Se alguém quer ser o primeiro, seja o último de todos e servo
de todos” (Mc 9,35). Cristo fala de uma vitória por meio do amor sofredor, por
meio do serviço recíproco, da ajuda, da nova esperança e da concreta doação aos
últimos, aos esquecidos, aos excluídos”, afirmou.

“Para todos os cristãos, a mais alta expressão de tal humilde serviço é Jesus
Cristo próprio, a doação total que fez de Si mesmo, a vitória do Seu amor sobre
a morte, na cruz, que esplende na luz da manhã de Páscoa“,
disse também o Papa Bento.

O Santo Padre assinalou que “nós podemos fazer parte desta “vitória” nos
transformado e nos deixando transformar por Deus, somente se operamos uma
conversão de nossa vida
e a transformação de si só se realiza por meio da conversão”.

Do mesmo modo, “a unidade pela qual rezamos requer uma conversão interior,
comum e pessoal. Não se trata simplesmente de cordialidade ou cooperação, é
necessário, sobretudo, reforçar a nossa fé em Deus”.

É necessário, explicou o Papa, “entrar na nova vida em Cristo, que é a
nossa verdadeira e definitiva vitória; é necessário abrir-se uns aos outros,
acolhendo todos os elementos de unidade que Deus conservou por nós e sempre de
novo nos doa; é necessário sentir a urgência de testemunhar, ao homem do nosso
tempo, o Deus vivente, que se fez conhecer em Cristo”.

A tarefa ecumênica, tal como sublinham o Concílio Vaticano II e o beato João Paulo II,
“é uma responsabilidade de toda Igreja e de todos os batizados, que devem
fazer crescer a comunhão parcial já existente entre os cristãos até a plena
comunhão na verdade e na caridade.”.

Por essa razão, indicou Bento
XVI
, rezar pela unidade “deve se tornar parte integrante de nossas orações, da vida de oração de
todos os cristãos, em todos os lugares e em todos os tempos, sobretudo, quando
pessoas de diversas tradições se encontram e louvam juntas pela vitória, em
Cristo, sobre tudo aquilo que é pecado, mal, injustiça e violação à dignidade
do homem”.

O Papa destacou também que “a falta de unidade entre os cristãos impede o
anúncio mais eficaz do Evangelho, porque coloca em perigo a nossa
credibilidade”.
“Como podemos dar um testemunho convincente se estamos divididos?”,
questionou.

“Certamente, naquilo que resguarda as verdades fundamentais da fé, nos
unimos muito mais que nos dividimos. Mas as divisões restantes, e que
resguardam também várias questões particulares e éticas, suscitam confusões e
diferenças, enfraquecendo nossa capacidade de transmitira a Palavra salvadora
de Cristo.”.

“O caminho da Igreja, como aquele dos povos, está nas mãos de Cristo
ressuscitado, vitorioso sobre a morte e sobre a injustiça que Ele carregou e
sofreu em nome de todos. Ele nos faz participantes de sua vitória. Somente Ele
é capaz de nos transformar de fracos e indecisos para fortes e corajosos ao
operar o bem. Somente Ele pode nos salvar das conseqüências negativas das
nossas decisões”, concluiu o Papa.

Ao final da catequese Bento XVI saudou um grupo de peregrinos lusófonos
presentes no Vaticano: “Amados peregrinos de língua portuguesa, nomeadamente os
brasileiros vindos de São Paulo, Recife, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, sede
bem-vindos! A todos saúdo com grande afeto e alegria, exortando-vos a
perseverar na oração, nesta Semana pela Unidade, para que possa crescer entre
os cristãos o testemunho comum, a solidariedade e a colaboração! E que Deus vos
abençoe!”

 

 

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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