No n.50 da Sua Encíclica sobre a ecologia – “Louvado seja” – o Papa Francisco retoma o que a Igreja ensina sobre o controle equivocado da natalidade. Diz o Papa:
“Em vez de resolver os problemas dos pobres e pensar num mundo diferente, alguns limitam-se a propor uma redução da natalidade. Não faltam pressões internacionais sobre os países em vias de desenvolvimento, que condicionam as ajudas econômicas a determinadas políticas de «saúde reprodutiva».
Mas, «se é verdade que a desigual distribuição da população e dos recursos disponíveis cria obstáculos ao desenvolvimento e ao uso sustentável do ambiente, deve-se reconhecer que o crescimento demográfico é plenamente compatível com um desenvolvimento integral e solidário» [cf. Gaudium et spes, 36].
Culpar o incremento demográfico em vez do consumismo exacerbado e seletivo de alguns é uma forma de não enfrentar os problemas. Pretende-se, assim, legitimar o modelo distributivo atual, no qual uma minoria se julga com o direito de consumir numa proporção que seria impossível generalizar, porque o planeta não poderia sequer conter os resíduos de tal consumo. Além disso, sabemos que se desperdiça aproximadamente um terço dos alimentos produzidos, e «a comida que se desperdiça é como se fosse roubada da mesa do pobre».
Massimo Introvigne (il Domenicale. Settimanale di Cultura, anno 5, n. 44, 4 novembre 2006), escreveu que: “O declínio da população europeia parece irreversível. Dentro de cinquenta anos, viveremos na feliz Eurábia. Com as taxas de natalidade atuais, as populações da Itália, França, Espanha, Holanda e Alemanha serão reduzidas à metade no curso de uma geração. Os “bárbaros” sequer terão de combater.”
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A Europa experimenta um inverno demográfico; mas o nosso Brasil em breve começará ter a sua população diminuída, pois estamos com a taxa de 1,7 filhos/ casal, sendo que é necessário 2,1 para se manter a população. Isto é gravíssimo para o Brasil. Hoje temos 22 milhões de pessoas acima e 60 anos, em 2050 serão 45 milhões. A Previdência Social não consegue mais se manter; hoje temos um déficit no INSS de cerca de 50 bilhões de reais/ ano.
Enquanto o Japão tem 330 pessoas/km2 – e faz campanha para aumentar a natalidade – o Brasil tem 20 pessoas por km2 – um país vazio – acolhe um drástico controle da natalidade. Seremos em breve um país de cabelos brancos. Que tristeza! É bom que os casais se lembrem do pedido do Papa João Paulo II, no ano 2000: “Não tenham medo da vida!”
Prof. Felipe Aquino