O pão e o vinho têm significados particulares?

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O pão e o vinho têm, certamente, significados especiais. De fato:

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O pão e o vinho são alimento, comida, sustento: isto nos faz compreender que, assim como a nossa vida física tem necessidades de ser constantemente alimentada, assim a nossa vida espiritual tem necessidade de ser nutrida com o alimento que Jesus no dá: o seu Corpo e o seu Sangue.

Além disso, o pão e o vinho são, como diz o sacerdote durante o Ofertório da Santa Missa, fruto da terra e do trabalho humano. Portanto é toda a criação que está presente, sintetizada no pão e no vinho, e que participa deste mistério da transubstanciação no Corpo e no Sangue de Cristo.

O pão, formando por muitos grãos de trigo, e o vinho, feito com muitos bagos de uva, encerram também um sentido de união: tornam-se pão os grãos moídos, tornam-se vinho os bagos esmagados graças à união, unificação. Tudo isto indica que também nós, que participamos do Banquete Eucarístico, por mias numerosos que sejamos, devemos nos tornar um só pão, um só vinho, quer dizer, devemos formar, unidos em Cristo, um só corpo, como nos diz São Paulo: <<Uma vez que há um só pão, nós embora sendo muitos, formamos um só corpo, porque todos nós comungamos do mesmo pão>> (1 Cor 10, 17). A Doutrina dos Doze Apóstolos (“Didaqué”), um livro composto por volta do ano 100, traz em uma de suas orações esta afirmação: <<Como este pão repartido estava espalhado pelas colinas e colhido tornou-se uma só coisa, assim a tua Igreja desde os confins da terra seja reunida no teu Reino>> (IX, 4).

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Símbolos Litúrgicos ligados à Natureza

<<No pão feito de grãos triturados esconde-se também o mistério da Paixão de Cristo. A farinha, o trigo moído, supõe o morrer e o ressuscitar o grão. O próprio Jesus expressou este fato quando disse; “Em verdade eu vos digo, se o grão de trigo caído na terra, não morrer, permanece só, mas se morrer dará muito fruto” (Jo 12, 24). O trigo, ao ser triturado e cozido, carrega em si, mais uma vez, o mistério da Paixão. Somente através do morrer vem o ressurgir, vem o fruto e a vida nova, Mas também o vinho fala da Paixão: a videira deve ser podada repetidas vezes para ser purificada; a uva deve ser esmagada: somente através desta paixão amadurece um vinho precioso>> (Bento XVI, Homilia do Corpus Domini, 15-6-06).

E mais, o pão e vinho indicam a fadiga humana, o trabalho quotidiano de quem cultiva a terra, colhe as espigas e os cachos de uva e os transforma em pão e vinho. Estes alimentos simbolizam todos os vários trabalhos que os homens realizam para satisfazer suas exigências pessoais, familiares, sociais. Todo o trabalho humano é santificado deste modo.

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Deus realiza o seu mistério de comunhão com os himens escondendo-se sob as espécies consagradas do pão e do vinho, que, sendo frutos da terra e do trabalho do homem, evidenciam a colaboração harmoniosa do homem com a Criação e, ao mesmo tempo, antecipam os Novos Céus e a Nova Terra que Deus, em Cristo realizará no fim do mundo. Desse modo a Criação demonstra que aspira, para além de si mesma, a algo maior…

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Por que usam pão e vinho no Banquete Eucarístico?

Usam-se pão e vinho porque assim o fez Jesus na Última Ceia, na Quinta Feira Santa, e a Igreja não pode mudar esta decisão de Cristo. Respeita-a desde há dois mil anos e a respeitará até o fim do mundo.

Retirado do livro: “A Eucaristia, Pão de Vida Eterna”. Raffaello Martinelli. Ed. Cléofas e Cultor de Livros.

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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