O Nazismo e a Igreja 1933 a 1939 – EB (Parte 1)

Revista: “PERGUNTE E
RESPONDEREMOS”

D. Estevão Bettencourt, osb

Nº 456, Ano 2000, p. 208

 Em síntese: O presente
artigo refere tópicos de perseguição movida pelo nacional-socialismo alemão
contra a Igreja Católica entre 1933 (ano da ascensão de Hitler ao poder) e 1939
(ano em que começou a Segunda guerra mundial e se acalmou um tanto a
perseguição). Os episódios narrados mostram o requinte de um plano que, na sua
fúria exterminadora, associou entre si cristãos e judeus por causa das raízes
semitas do Cristianismo. O Governo alemão era infenso  à Cúria Romana e ao Papa Pio XI, cujo
Secretário de Estado era o Cardeal Eugenio Pacelli; quando este foi à França em
1937, a
imprensa alemã o tachou de amigo dos judeus e dos comunistas – o que bem mostra
quão inverossímil é dizer que Pacelli (Papa Pio XII) era “o Papa de Hitler” ou
amigo do nacional-socialismo.

O debate sobre Pio XII e sua
atitude frente ao nacional-socialismo de Adolf Hitler continua, embora já tenha
sido repetidamente demonstrado que Pio XII não pactuou com o nazismo, mas, ao
contrário, opôs-se-lhe e defendeu os judeus contra a sanha anti-semita. Uma
nova abordagem da questão pode ser proposta, ao considerarmos a perseguição
movida por Hitler e seus seguidores contra a Igreja Católica: ver-se-á que Pio
XII soube agir, direta ou indiretamente, às investidas do nacional-socialismo,
ao qual ele não podia dar o seu aval. – Eis por que, nas páginas subseqüentes,
apresentaremos alguns tópicos de ação antieclesial do hitlerismo muito
significativos para se entender o contexto em que Pio XII viveu.¹

1933: o ano da ascensão de
Hitler

Aos 30 de janeiro de 1933, o
Presidente Hindenburg, da Alemanha, nomeou Chanceler do Reich Adolf Hitler,
chefe do Partido Nacional-Socialista. Ao subir ao poder, os hitleristas ainda
eram minoria dentro de uma frágil coalisão no país, mas concebiam o firme
propósito de galgar sempre mais os degraus da administração pública alemã.
Dizia Hitler: “Estou decidido a continuar a luta tão energicamente dentro do
governo como eu lutei fora do governo”.

O chanceler e seu gabinete,
tendo à frente Hermann Goering, viam um conjunto de milhões de adversários a
isolar e destruir para chegar ao total domínio da Alemanha. Eram eles: os
judeus, os comunistas, os social-democratas com seu forte eleitorado (o Partido
do Centro Católico) e a Igreja Católica. Todos eram inimigos, que era preciso
eliminar tão rapidamente quanto as circunstâncias o permitissem.

Embora Hitler sentisse que
havia particular urgência em combater judeus e comunistas e neutralizar os
Partidos de oposição, ele entrevia na Igreja Católica um opositor que lhe
parecia muito pernicioso e que era necessário controlar imediatamente e até
derrotar radicalmente a fim de poder estabelecer o seu Reich (reino) de mil
anos.

Para dissipar a influência
da Igreja Católica, o chanceler se voltou para Alfred Rosenberg, filósofo e
nazista convicto, que desprezava o Cristianismo. No seu livro “O Mito do Século
XX”, Rosenberg elaborou uma “teoria científica” que justificava o racismo. Para
ele, o valor humano supremo era o da raça: cada raça possuiria a sua alma
coletiva própria, “o místico  poder do
sangue e da terra”. Cada raça teria também seu impulso religioso (no caso dos
germano ários , tal seria o culto pagão de Wotan, rei dos deuses). Segundo
Rosenberg, o Cristianismo era o produto distorcido de tribos semitas que haviam
conseguido enganar os ários, fazendo-os renunciar às suas “verdades pagãs”. A
Igreja Católica, pioneira nesse embuste espiritual, era então visada como alvo
de veemente ataque, como sendo ela a promotora de “falsificações” prodigiosas
conscientes e inconscientes.

 Durante toda a década de 1930 Rosenberg lançou
escárnio contra a Igreja. O clero, a hierarquia e o Vaticano foram injuriados
como envenenadores do sangue alemão, mercadores de morticínio e causa de caos
da raça, obscurantistas ou “homens das trevas” feiticeiros de Roma e, com
referência às raízes semitas do Cristianismo, advogados de pervertido
orientalismo. Jesus Cristo foi tido como inconsciente instrumento nas mãos de
conspiradores judeus internacionais que estão em atividade desde o século I da
nossa era. Ou, diziam outros, Jesus em absoluto não foi judeu, mas um ário
prototípico, filho de um soldado romano lotado na Palestina. Durante toda a sua
carreira até a forca em Nüremberg, Rosenberg propagou suas idéias mediantes
panfletos, discursos e seminários de treinamento para dirigentes nazistas, aos
quais apregoava a “perfeita raça nórdica”.

Sem demora começaram as
escaramuças entre nazistas e católicos. Em fevereiro de 1933 houve em Berlim um
conflito entre comunistas e nazistas. Conflito no qual morreu um policial
católico, o sargento Zuritz. Os seus funerais realizaram-se em sua cidade natal
na Silésia, ocasião em que o sacerdote celebrante deplorou os numerosos e
violentos homicídios dos últimos tempos e citou como algo de terrível a máxima
formulada por Hitler: “Se eles nos desobedecerem, as suas cabeças rolarão”.
Esta era uma clara alusão a um discurso de Hitler. Os muitos policiais de
choque presentes ao ato começaram então a tossir para abafar as palavras do
padre. Destemido, este exclamou: “Vocês todos podem tossir como lhes agrada,
mas a mim não farão tossir para que eu não diga a verdade”.

No mesmo mês de fevereiro, o
Ministro Goering proibiu a circulação de todos os periódicos católicos de
Colônia. Levantaram-se protestos, aos quais ele respondeu negando que isso
fosse parte de um plano dirigido contra a Igreja Católica; dizia ele que “o
governo estaria lavrando  a sua própria
ruína, caso seguisse tal política”. A proibição foi posteriormente revogada,
mas deixou a população atemorizada por toda a região da Renânia: de resto, o
fato aconteceu pouco antes que a imprensa católica fosse encampada na Alemanha
pelos nazistas.

Ainda aos 22 de fevereiro de
1933 outro notável incidente ocorreu. As tropas de SA nazistas desbarataram
encontros de sindicatos cristãos com o Partido do Centro Católico. Um eminente
político, Adam Stegerwald, foi atacado em público numa plataforma de Krefeld e
vários sacerdotes foram feridos.

Uma breve pausa nos
conflitos verificou-se quando Hitler se dispôs a fortalecer a unidade nacional
para poder enfrentar inimigos de dentro e de fora do país. Dirigiu então um
apelo à Igreja Católica para que aceitasse entrar em negociação. Ao
mesmo tempo circulavam fortes rumores que ameaçavam a Igreja Católica, caso não
fosse logo concluído um acordo. Isto provocou debates. Finalmente o Papa Pio XI
e seu Secretário de Estado, o Cardeal Eugenio Pacelli, apesar de muitas
apreensões, averiguaram que não podiam recusar conversações com um governo
legitimamente instaurado. Se recusassem, Hitler faria público o seu aparente
propósito de paz e acusaria os católicos de o solapar. O Cardeal Pacelli
argumentava que um acordo lavrado por escrito seria melhor base de coexistência
tranqüila do que nenhum pacto jurídico. Os luteranos também aceitaram negociar
com o governo. Naquele momento da história, fim de junho de 1933, já havia
campos de concentração e ocorriam encarceramentos em massa, atingindo centenas
de membros do Partido Católico. – O representante do governo nas negociações,
Ministro Franz von Papen, católico, embora estivesse ciente dos problemas
registrados atrás, declarou aos jornalistas que as relações entre o Vaticano e
o Reich eram tão amigas que em oito dias apenas a Concordata fora acertada até
em seus mínimos pormenores. Por conseguinte, em julho de 1933 foi assinado um
Acordo que assegurava que certas atividades da Igreja Católica no plano
educacional, no da juventude e no de Encontros e Congressos ficavam garantidas
por lei do Reich. Em troca, devia cessar o apoio da Igreja ao Partido Católico
e aos Partidos do povo bávaro. De resto, já antes de ser assinada a Concordata,
o próprio Partido do Centro Católico, pressionado pelo nazismo, havia decidido
dissolver-se, fato este que Pacelli lamentou, porque o deixara sem respaldo
durante as negociações.

Pacelli afirmava que de dois
males era preciso escolher o menor. Se não fora a Concordata, os católicos teriam
sido deixados à mercê das tropas de choque nazistas (AS, SS) e da Gestapo. A
concordata poderia servir-lhes de amparo para protestarem contra as injustiças.
Em julho de 1933, observava Pacelli frente a um oficial da Embaixada Britânica
que, embora os ataques aos católicos fossem perdurar, “dificilmente os nazistas
violariam todos os artigos da Concordata ao mesmo tempo.” Na verdade, apesar de
pretensas garantias, foram constantemente desrespeitados os termos do Acordo.

Em dezembro de 1933, um
Estatuto de Editores obrigava todos os editores a tornar-se membros da Câmara
Literária do Reich e a obedecer a todas as diretrizes que dela emanassem. Tal
lei proibia dar notícias minuciosas de peregrinações, imprimir calendários
litúrgicos e até anunciar Encontros de agremiações católicas. Ao definir o que
considerava propaganda contra o Estado, o Estatuto desferia um golpe um golpe
mortal na ampla e próspera imprensa católica.

A censura enrijeceu. Cada
tipografia ficou sujeita ao capricho das autoridades, e um véu cobriu
parcialmente o que ocorria dentro da própria Alemanha.

O Vaticano, desejoso de
saber exatamente o que acontecia, encontrou quem o ajudasse. Uma numerosa turma
de testemunhas desconhecidas acompanhava os agentes do Estado que estivessem
trabalhando às ocultas, passava para fora do país relatórios e documentos
secretos. Um dos heróis dessa intelligentzia católica foi o Dr. Joseph Mueller,
mensageiro-chefe. Era este um jurista antinazista de Munique, conhecido por ser
pessoa calma e de confiança. Oficial da Abwehr (Defesa Militar), podia
locomover-se livremente entre Munique, Berlim e Roma. Na sua sacola de
trabalho, isenta de alfândega e dos olhos da Gestapo, ele transportava maços de
documentos que proporcionavam minúcias da campanha contra os católicos da
Alemanha e da Áustria. Quando a Rádio Vaticana levava ao ar extratos dos
relatos trazidos por Mueller, a Gestapo reagia com fúria e pôs-se a procurar
acirradamente a respectiva fonte.

De 1934 a 1939

A documentação fornecida por
Mueller permitiu averiguar crescente progresso das medidas anticatólicas entre 1933 a 1939. O Estado queria
forçar os jovens católicos a entrar na Juventude Hitlerista; as escolas e os
sindicatos católicos foram desmantelados, o clero condenado à perseguição e ao
cárcere. Entre 1935 a
1938 os padres e os Religiosos foram humilhados cinicamente por motivo de
“divisas ilegais” e “imoralidade”. Com efeito, as leis do Estado regulamentavam
a importação e exportação de dinheiro; mandar qualquer quantia para fora do
país podia ser considerado “alta traição” e “sabotagem”. Por alegação de
infrações às leis vigentes, a campanha foi dura e resultou em encarceramentos
vários e pesadas multas. Tal foi o caso do Pe. Agner, redentorista, que foi
preso numa cidade e falsamente acusado.

AA confiscação de contas
bancárias era procedimento  habitual,
adotado pela polícia, que era muitas vezes brutas e agressiva. Em maio de 1935,
no convento de S. Carlos Borromeu em Trebnitz (Saxônia), duas Religiosas morreram
do choque do que exportavam  dinheiro
para um convento na Tchecoslováquia. As Irmãs responderam que era absurdo
pensar que elas possuíssem elevadas quantias, já que gastavam toda a sua vida
em obras de caridade. Em 22/07/1935 declarou um advogado em Münster: “Era
notório que até juízes e procuradores do Estado caíam em erro no tocante à
legislação econômico-financeira”.

Os processos por imoralidade
procuravam destruir a reputação dos Religiosos católicos. Sacerdotes, monges e
freiras foram acusados de “estilo de vida pervertido e imoral”. A polícia
secreta lhes preparou numerosas armadilhas: assim em maio de 1936 alguns padres
foram chamados para atender a pessoas doentes em quartos de hotel. Eram
aguardados nesses quartos por fotógrafos. Quando o padre entrava no quarto, a
pessoa “doente” revelava ser uma prostituta ali colocada pela Gestapo. As
fotografias assim tiradas eram levadas aos tribunais e ao público como
irrefutáveis provas de corrupção moral.

Em 1936 um famoso processo
atingiu os franciscanos da cidade de Waldreibach (Renânia). Foi amplamente
divulgado, a ponto que as famílias foram admoestadas por panfletos “santamente
redigidos” a que não matriculassem seus filhos em educandários católicos. As
próprias crianças foram estimuladas a ler os sinistros relatos. Em algumas cidades,
as bancas de jornais especialmente arrumadas, de modo que em prateleiras a
pouca altura as crianças pudessem ler estórias pornográficas acompanhadas de
caricaturas nas páginas de Der Sturm (o jornal controlado por Julius Streicher,
notoriamente anti-semita e anticatólico).

Os testemunhos das crianças
eram levados aos tribunais pela polícia secreta de tal forma que não era
permitido a alguém contradizer-lhes. Registraram-se ameaças, subornos, brutais
interrogatórios noturnos, colapsos nervosos…

Nos Estados Unidos comícios
e marchas de protesto começaram a Ter lugar logo que já chegaram as notícias
dos infamantes processos. Em junho de 1936, 48 clérigos assinaram um documento
que dizia: “Levantamos solene protesto contra a brutalidade dos ataques movidos
contra o clero católico pelo governo alemão, que o acusa imoralidade… O bom
nome do sacerdócio católico é assim difamado, na expectativa de que se possa
chegar ao extermínio das crenças judaica e cristã por parte do Estado
totalitário”. Os rabinos Samuel Abraham, de Boston, Philip Bernstein, de
Rochester, e Philip Bookstaber, de Harrisburg, dezoito  outros rabinos e vinte e um pastores
protestantes assinaram tal protesto.

Voltando à Alemanha,
observa-se que tais vozes ficaram sem resposta. Nos anos subseqüentes
continuaram os ataques aos clérigos nas ruas, nas casas paroquiais e nos postos
de fronteira. O culto divino nas Igrejas podia ser interrompido, as procissões
dissipadas, enquanto os fiéis católicos eram assaltados nas ruas.

Na Páscoa de 1935, peregrinos
alemães que voltavam de Roma após visitar o Papa Pio XI, foram punidos na
fronteira por agentes da Gestapo e da SS; receberam a ordem de deixar o trem em
que viajavam e de ficar esperando; isto durou sete horas debaixo de copiosa
chuva; enquanto a sua bagagem era toda minuciosamente inspecionada; foi-lhes
confiscado tudo o que fosse sinal de alguma organização ou associação:
bandeiras, estandartes, livros, barracas, até facas e garfos… Os peregrinos
foram insultados furiosamente: “Assim são os papistas, o povo que apunhalou a
Alemanha pelas costas em 1918! É preciso que eles sejam espancados e enviados
para um campo de concentração… A melhor coisa seria degolá-los!”. Diante dos
protestos dos injuriados a polícia local apenas respondeu que estavam
procurando uniformes ilegais.

No dia das eleições para o
Reichstag em 1938, sacerdotes e Bispos foram atacados depois que a votação se
encerrou. Em Fellbach, perto de Stuttgart, o Pe. Sturm, pároco, foi cercado por
uma turma de 25 SS e AS (guardas nazistas), que lhe perguntaram em que ele
votara. Após Ter saqueado a casa paroquial, obrigaram-no a passar entre duas
fileiras de homens munidos de açoites, que cuspiram nele, zombando: “Este é o
traidor, Pe. Sturm!”. Depois de duas horas de abuso, foi levado ao chefe, que
lhe deu uma lição acerca da doutrina de Hitler e lhe manifestou como ele
(chefe) concebia os deveres de um pároco na nova Alemanha. À meia-noite, o Pe.
Sturm foi posto em liberdade.

Embora os SS e a Juventude
Hitlerista tivessem sido instruídos para não fazer mártires, era muito
freqüente encontrar sacerdotes ameaçados. Muitos foram tratados com aspereza,
sendo que um, atirado janela abaixo, teve as duas pernas quebradas. O Cardeal
Faulhaber, de Munique, foi alvo de um tiro; o Cardeal Innitzer teve sua
residência saqueada em Viena no mês de abril de 1938. Neste mesmo mês deu-se um
incidente notável, quando o Bispo Mons. Sproll, de Rottenburg, foi maltratado.
Posteriormente ele recebeu uma carta anônima de um agente AS, que foi obrigado
a tomar parte na agressão e que dizia: “Sempre fui ufano do meu país, mas nesse
Sábado eu me senti, pela primeira vez, envergonhado de ser um alemão”.

Nessa mesma década de 1930,
canções, filmes, discursos de membros do Partido, cartazes e peças de teatro
satirizaram o clero. O produtor Anderl Kern redigiu a peça anticlerical
intitulada “O Último Camponês”, que circulou por toda a Alemanha, provocando
sérios debates. Foram então apresentados ao público um pároco com um filho
ilegítimo, um olho no sexo oposto e dinheiro fácil; um jovem seminarista volta
para a casa dos pais, anunciando que perdeu a vocação; uma senhora mãe tenta
matar uma jovem empregada doméstica com o rosário numa mão e o punhal na outra.
No fim da peça aparece o ex-seminarista como “o autêntico herói alemão”, tendo
renunciado ao sacerdócio e prometido ao pai uma numerosa família “para a
segurança futura da raça ariana”.

 

A estratégia nazista
consistia, essencialmente, em destruir o Catolicismo, eliminando todas as
organizações patrocinadas pela Igreja desde as escolas infantis até os
sindicatos. Em 1939, as escolas e os sindicatos católicos estavam praticamente
extintos. Em troca havia as escolas nacional-socialistas, a Frente de Trabalho
Nazista e a Juventude Hitlerista com seu ramo feminino, que era a Liga das
Moças Alemãs.

Em 1937 os pais de família
eram obrigados a escolher a escola de seus filhos perante duas testemunhas,
geralmente homens da tropa de choque rigorosamente uniformizados; essas
testemunhas os advertiam a respeito de perda de emprego e outras sanções. As
próprias crianças nas escolas católicas sofriam represálias; não havia para
elas prêmios pelos estudos primários, pois estes só podiam ser concedidos pelas
escolas oficiais; aos pais que optassem por uma escola católica, era dito que
seus filhos teriam que ir freqüentá-la nos subúrbios, a algumas milhas de
distância. Em Speyer, cidade da Renânia, um operário narrou ao seu Bispo
pormenores de como sua opção de escola foi obtida: “Disseram-me que fosse à
Secretaria da paróquia; lá chegando, declarei que escolhia a escola católica, e
preparavam-me para ir embora, quando um agente nazista me segurou pelas costas
e escreveu um ofício à minha firma de trabalho declarando que, por causa da
minha opção, eu merecia ser demitido. Então disse-me um policial que, se eu não
mudasse de alvitre, eu jamais poderia conseguir emprego”.

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
Adicionar a favoritos link permanente.