O Método de educar de Dom Bosco

“Basta que você seja jovem para que eu te ame” Dom Bosco

Educar é uma bela e nobre missão, pela qual vale a pena gastar o tempo, o dinheiro e a vida; afinal, estamos diante da maior preciosidade da vida: os nossos filhos. Tudo será pouco em vista da educação deles.

O Grande São João Bosco, fundador da Congregação dos padres, irmãs e cooperadores salesianos, um dos quais o nosso querido Monsenhor Jonas Abib, fundador da Canção Nova, foi Pai e Mestre da Juventude; viveu para os jovens a pedido de Nossa Senhora Auxiliadora, que lhe apareceu aos nove anos e pediu isso.

Toda a vida de Dom Bosco foi dedicada aos jovens; ele dizia: “basta que você seja jovem para que eu te ame”. E Dom Bosco tinha esperança em todos os jovens e não desistia de nenhum deles, por mais difícil que fosse.

Nesta sua vida ele elaborou um método pedagógico simples e eficaz para educá-los.

Educar é algo complexo, é como burilar um diamante bruto, que o pecado original obscureceu. A graça de Deus e a educação humana e religiosa fazem o diamante voltar a brilhar. É o que Dom Bosco fazia.

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O educador precisa saber, com carinho e pulso, corrigir os defeitos, estimular as qualidades, e levar os jovens a amar as virtudes que orientarão a vida e lhe darão a felicidade duradoura. Dom Bosco dizia que numa boa educação jamais poderia faltar a formação religiosa, porque sem o auxílio da graça de Deus o jovem não consegue vencer as paixões desordenadas da alma humana, especialmente hoje em que Deus é expulso da Terra e a moral cristã é pisoteada.

A juventude em todos os tempos tem sede de novidades e se afasta de Deus e da religião e se perde muitas vezes nas drogas, na violência na bebida, no sexo desvairado, etc. Mas este é um grande desafio que no seu tempo, um pouco diferente de hoje, Dom Bosco soube vencer. E muitos educadores do seu tempo queriam saber qual o “milagre” que Dom Bosco fazia para ganhar para Deus tantos jovens rebeldes. Entre outras coisas, Dom Bosco respondia: “Consigo de meus meninos tudo o que desejo, graças ao temor de Deus infundido em seus corações”.

Dom Bosco dizia que em primeiro lugar era necessário conquistar a confiança do jovem. Ele disse isso ao Cardeal Tosti, em Roma, em 1858., disse-lhe São João Bosco: “Veja, Eminência, é impossível educar bem a juventude se não se lhe conquista a confiança”.

Outro item básico do processo educativo de Dom Bosco era levar os jovens a evitar o pecado. Para isso ele usava com os jovens de uma grande vigilância e muita atenção e carinho, de maneira paterna. Por isso ele chamou seu método de “preventivo”, em substituição ao “repressivo”, com base em castigos. Seu olhar estava atento aos jovens nos recreios, para de imediato fazer a correção, eliminar as brigas, os maus costumes, as iras, etc. Mas para isso Dom Bosco entrava nas brincadeiras deles, disputava corridas com eles e praticava esportes em seu meio, e participava de seus jogos e diversões. Gostava de brincar com eles de “tudo o que o seu mestre fizer”. Ia a frente e os meninos tinham que repetir o que ele fazia.

Dom Bosco nunca dava castigos físicos porque dizia que isso só revoltava os jovens. Ele usava uma palavra adequada, um olhar triste de decepção, enfim, mostrava seu desagrado e decepção.

Um dia ele não conseguiu dar o “boa noite” aos meninos por causa da algazarra que faziam; então, ele os mandou dormir sem ouvir a sua palavra por causa do mau comportamento deles; nunca mais isso aconteceu.

Dom Bosco sabia ensinar os jovens a usar a liberdade que Deus nos deu, sem sufocá-la, mas também sem permitir que abusassem dela e caíssem na libertinagem; que é o uso da liberdade fora da verdade e da responsabilidade. Sabia para isso aplicar a boa disciplina.

Uma forma de conquistar os jovens era a alegria. Ele dizia que os jovens são como abelhas, atraídas por uma colher de mel. No convívio amoroso com os jovens ele aproveitava para contar histórias edificantes, dar bons conselhos e, desafiá-los a repetir as boas ações dos santos. Dom Bosco tinha aprendido com seu santo inspirador, São Francisco de Sales, que um cristão triste é um triste cristão. Para isso ele usava também a música e dizia que “uma casa sem música é como um corpo sem alma”.

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Dom Bosco sabia que o mais difícil com os jovens era a perseverança no bem; por isso dizia-lhes que sem os Sacramentos e a devoção a Nossa Senhora era impossível permanecer no bem. Por isso, gastava tempo com eles nas Confissões, onde perdoava e moldava cada jovem diamante que Deus lhe confiou. Ali ele era um pai que sabia compreender e corrigir. Com a Comunhão frequente Dom Bosco levava os jovens a fortalecerem contra as tentações do demônio. Ele queria que os jovens fizessem a Primeira Comunhão tão cedo quanto possível, desde que pudessem distinguir entre o pão comum e o Pão Eucarístico, e estivessem instruídos. Queria que logo “o Rei do Céu viesse reinar nessa alma”.

Penso que tudo isso que Dom Bosco viveu e ensinou seja necessário hoje mais do que nunca, neste tempo triste em que a infância e a juventude são empurradas, até pelo governo, para o mau caminho da imoralidade e dos maus costumes.

Prof. Felipe Aquino

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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