O casamento gay e o fim da civilização cristã

FRONT ROYAL, Virginia – (HLI.org/Notícias Pró-Família) – Na década de 1990, quando o Pe. Paul Marx, fundador de HLI, foi indagado acerca de sua opinião sobre as campanhas para legalizar “uniões de mesmo sexo” ele comentou em sua maneira franca e costumeira: “Quando fizerem isso”, disse ele, “é o fim”. Ele quis dizer “o fim” da civilização cristã cujos valores costumavam formar a base da vida comum americana. O Pe. Marx, num sentido profético, via de forma correta que uma sociedade não pode sobreviver às manipulações perversas da própria estrutura da realidade que o próprio Deus nos revelou, um elemento fundamental do qual é a instituição do casamento. Quando permitimos que essa instituição seja mudada, “é o fim”.

Em 2009, 52% da população eleitoral na Califórnia apoiou a Proposta 8 que ratificou a proteção constitucional do casamento entre um homem e uma mulher. Poderíamos argumentar que até mesmo 52% foi um número chocantemente baixo em algo tão importante, mas o povo ganhou essa batalha apesar da real guerra dos militantes homossexuais para afundar essa Proposta. Aliás, a decência cristã ganhou e a estrutura da realidade permaneceu intacta, pelo menos nesse aspecto da lei na Califórnia, até esta semana quando um único juiz simplesmente anulou 7 milhões de votos e a vontade do povo e removeu a “proibição” ao casamento gay. Houve alegria na moderna Sodoma (San Francisco), mas é muito triste para a nossa nação e até mesmo para o nosso mundo pobre e mal orientado que se enfraquecerá em sua oposição ao estilo de vida homossexual como consequência dessa decisão.
Então, por que, pergunta você, o casamento gay é errado? Permita-me enumerar os motivos.

O primeiro e principal é porque o casamento gay viola a Vontade revelada de Deus conforme a vemos nas Escrituras. Há poucas coisas tão claras na revelação de Deus quanto a instituição do casamento entre um homem e uma mulher. De Gênesis 1 (o casamento de Adão e Eva) a Apocalipse 21 (o casamento de Cristo o Cordeiro com Sua Noiva a Igreja) Deus tem tido um único modelo de casamento, e não é casamento gay. Até mesmo a poligamia e o divórcio foram abolidos na Igreja Cristã, conforme nosso Senhor lembrou a todos da essência do casamento como foi “no princípio”. Essa perspectiva do casamento se tornou a norma da sociedade ocidental e sua unidade social mais básica, sem dúvida nenhuma permitindo que o Ocidente prosperasse.

O segundo é que o casamento gay distorce o próprio conceito de criação de crianças por pai e mãe e distorce também o casamento. Ainda que não liguemos para o fato de que o casamento gay é por definição estéril, toda criança de um casamento gay tem de ser adotada ou tida por inseminação artificial, e isso em si é uma violação do conceito todo de família. Na década de 1980 o Vaticano realmente disse que a adoção de crianças por homossexuais “faz violência” à criança. Linguagem muito forte, mas apesar disso verdadeiro. Em seus termos mais simples, as crianças precisam de uma mãe e de um pai, e ficam com um estigma a vida inteira quando são crianças de um casamento gay. Crianças modelam suas vidas, seu conceito de família, seus valores morais e muitas vezes sua cosmovisão inteira nas atitudes e valores de seus pais. Essas crianças recebem uma visão totalmente distorcida de todos esses conceitos básicos.

Terceiro, mas de forma alguma não o último motivo, toda a sociedade sofre por causa do apoio público a um estilo de vida e prática intrinsecamente anormais. Sim, “anormais” é o que nossa Igreja chama tanto a orientação homossexual quanto o estilo de vida homossexual, e o casamento gay simplesmente ratifica essa desordem a nível social. Em debates recentes, o termo “direito humano” para descrever o casamento gay e a acusação de que qualquer um que se opõe é culpado de “discriminação” são exemplos dessas distorções fundamentais. O Pe. Marx estava certo: uma sociedade não pode sobreviver por muito tempo a esse tipo de violência cometido contra seus valores fundamentais, e a história certamente mostra muitas sociedades como a Grécia antiga, cujo rápido declínio foi precedido pela proliferação do estilo de vida gay e sua aceitação pública.

Embora respeitemos todas as pessoas como elas são, não temos de respeitar tal imensa agressão contra tudo o que é sagrado para nós e bom para nossa sociedade. Não, aliás, temos de lutar contra o casamento gay com nossas próprias vidas. A questão não é se ou não podemos ganhar essa batalha. A questão é se entraremos nela. Aceitaremos ou não o desafio de defender o que é sagrado? Somos chamados a ser fiéis e obedientes ao Plano de Deus para o nosso mundo, e dentro disso, Deus trará vitória à existência. Não há dúvida de que, se já não está aqui, o casamento gay estará chegando ao nosso estado logo. Se não lutarmos contra ele, nossas almas, nossas famílias e basicamente, nossa própria civilização se acharão em breve “no fim”, onde não mais poderão sobreviver.

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Pe. Thomas Euteneur

Presidente, Human Life International
13/08/10

Este comentário apareceu no boletim HLI Spirit & Life Message.

Traduzido por Julio Severo: http://www.juliosevero.com

Fonte: http://noticiasprofamilia.blogspot.com

Veja também este artigo original em inglês:
http://www.lifesite.net/ldn/viewonsite.html?articleid=10081312

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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