Nossa Senhora sofreu as nossas dores

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A Igreja hoje, depois de exaltar a Santa Cruz, volta os olhos para as lágrimas e dores de Sua Mãe, especialmente aos pés da Cruz.

Santa Teresinha do Menino Jesus disse: “Não tenha receio de amar demasiadamente a Santa Virgem; tu nunca conseguirás amá-la como Ela merece e Jesus ficará muito contente com este amor, pois a Santa Virgem é Sua Mãe”.

A Igreja nos ensina a meditar as “Sete Dores da Virgem Maria”, os momentos cruciais, martirizantes, que ela viveu ao lado de Jesus. Ele sofreu a Paixão, ela sofreu a com-paixão. Por tudo o que ela sofreu por amor de Seu Filho amado e por nós, a Igreja a tem como a “Consoladora dos Aflitos” e “Auxilio dos cristãos”.

Ela é a “Mãe de misericórdia, vida doçura e esperança nossa”. É a ela que vamos “suspirando e gemendo nesse vale de lágrimas” que o pecado transformou esse mundo. Ela volve a nós pecadores os seus olhos misericordiosos e tem compaixão de nós. Assim como ela acompanhou Jesus no caminho do Calvário até o Gólgota, nos acompanha também em nossas lutas, tentações, aflições e sofrimentos de toda ordem.

O Papa João Paulo II disse que “ela foi aquela que mais cooperou com a obra da Redenção realizada por Jesus”. Ninguém esteve tão perto Dele; ninguém sofreu tanto como ela. Contemplar as suas dores, mirar as suas lágrimas, é haurir lições e graças preciosas, assim como contemplar a Via Sacra de Jesus.

Santa Brígida da Suécia diz em suas revelações que Nossa Senhora prometeu conceder sete graças a quem rezar, em cada dia, sete Ave-Marias em honra de suas dores e lágrimas. Eis as promessas:

1. Porei a paz em suas famílias.

2. Serão iluminados sobre os divinos mistérios.

3. Consolá-los-ei em suas penas e acompanhá-los em suas aflições.

4. Conceder-lhes-ei tudo o que me pedirem, contanto que não se oponha a adorável vontade de meu divino Filho e a santificação de suas almas.

5. Defendê-lo-ei nos combates espirituais contra o inimigo infernal e protegê-los-ei em todos os instantes da vida.

6. Assistir-lhes-ei visivelmente no momento da morte e verão o rosto de Sua Mãe Santíssima.

7. Obtive de meu Filho, para os que propagarem esta devoção às minhas lágrimas e dores, sejam transladados desta vida terrena à felicidade eterna, diretamente, pois ser-lhes-ão apagados todos seus pecados e meu Filho e eu seremos sua eterna consolação e alegria.

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A devoção a Nossa Senhora das Dores é das mais ricas. Por suas dores Ela nos ensina que se chega à perfeição cristã pelo sofrimento aceito com fé, paciência, e oferecido a Deus como “matéria-prima” de salvação e profunda comunhão com Deus. “Tudo concorre para o bem dos que amam a Deus” (Rm 8,28).

Venerar a Rainha dos Mártires é receber o dom da fortaleza para as lutas da vida. Meditar as dores de Maria nos faz crescer no amor para com Ela, assim como meditar a Paixão do Senhor nos faz amá-Lo mais. Contemplar as lágrimas de Maria nos consola.

Maria é a Rainha dos Confessores e dos Mártires, pois, mais do que todos eles, testemunhou Jesus até o fim. Já nos primeiros séculos, sob a terrível perseguição dos romanos, os cristãos se refugiavam sob a proteção da Mãe de Deus. A oração mais antiga dirigida a Ela, que se conhece, é aquela que os cristãos e mártires rezavam em Alexandria já no segundo século:

“Debaixo da Vossa Proteção nos refugiamos ó Santa Mãe de Deus. Não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-nos sempre dos perigos, Virgem gloriosa e bendita. Amém”.

Hoje, certamente, mais dores fazem sofrer o coração de Maria, além daquelas que ela sofreu aqui na terra, porque no céu continua sua missão materna e intercessora por cada um de seus filhos na terra. Em alguns lugares ela tem derramado lágrimas até de sangue. São dores dos seus filhos: a fome dos miseráveis, os milhares de aborto, a pornografia crescente, a destruição dos embriões, a prática da eutanásia, as guerras horríveis, as horríveis mortes dos refugiados, as drogas destruidoras, a sodomia legalizada, o mau comportamento de tantos leigos e sacerdotes, a imoralidade que campeia solta, o desprezo pela Igreja e pelo Papa, o abandono da fé católica e da Igreja, os que a desprezam como se fosse “uma mulher qualquer”, a profanação de suas imagens, os que negam a sua Maternidade divina, que negam a sua Virgindade perpétua, sua Imaculada Conceição e sua Assunção ao céu. Mesmo no céu o Coração de Maria é um coração transpassado de espinhos.

Em 10 de dezembro de 1925 Nossa Senhora pediu à Irmã Lúcia, em Ponte-Vedra, Espanha, que propagasse a devoção dos “cinco primeiros sábados” de cada mês. Disse-lhe então: “Olha, minha filha, o meu coração cercado de espinhos que os homens ingratos a todos os momentos me cravam com blasfêmias e ingratidões. Tu, ao menos, procura consolar-me e diz que prometo assistir na hora da morte, com todas as graças necessárias para a salvação, a todos os que, no primeiro sábado de cinco meses seguidos, se confessarem, receberem a Sagrada Comunhão, rezarem um Terço e me fizerem companhia durante quinze minutos, meditando nos 15 mistérios do Rosário [hoje 20], com o fim de me desagravar”.

E Nossa Senhora mostrou-lhe o seu coração rodeado de espinhos, que significam os nossos pecados. Pediu que fizéssemos atos de desagravo para os tirar, com devoção reparadora dos “cinco primeiros sábados”. Em recompensa prometeu-nos “todas as graças necessárias para a salvação”.

Jesus, nos dois anos seguintes, 15 de fevereiro de 1926 e 17 de dezembro de 1927, insistiu com a Ira. Lúcia para que se propagasse esta devoção. A Ira. Lucia escreveu: “Da prática da devoção dos primeiros sábados unida à consagração ao Imaculado Coração de Maria, depende a guerra ou a paz do mundo”.

E explicou à Irmã o porquê “cinco” sábados. São cinco os primeiros sábados, segundo revelou Jesus, por serem “cinco as espécies de ofensas e blasfêmias proferidas contra o Imaculado Coração de Maria”.

1. As blasfêmias contra a Imaculada Conceição;

2. Contra a sua Virgindade;

3. Contra a Maternidade Divina recusando ao mesmo tempo recebê-la como Mãe dos homens;

4. Os que procuram infundir nos corações das crianças a indiferença, o desprezo e até o ódio contra esta Imaculada Mãe;

5. Os que A ultrajam diretamente nas suas sagradas imagens.

Muitas sem dúvida são as dores do Coração dessa boa Mãe. Como ela não sofreria vendo o mundo na situação em que está? O Evangelho do Seu Filho é calcado aos pés.

“Nossa Senhora, terna Mãe de Deus e de todos os sacerdotes, medianeira de todas as graças, do fundo do meu coração eu vos imploro: agradeça a Jesus, fruto de vosso ventre, hoje, amanhã e sempre. Amém” (S. Padre Pio de Pietrelcina).

Nossa Senhora das Dores, rogai por nós que recorremos a vós!

Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, socorrei-nos em nossa perpétua miséria.

Prof. Felipe Aquino

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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