Não existe mãe mais bonita

NOVA YORK, domingo, 4 de setembro de 2011 (ZENIT.org) – Uma importante renovação está acontecendo do outro lado do Atlântico. Na Praça de São Pedro, a fachada eclesiástica mais famosa do mundo, começou um projeto de restauração para limpar as estátuas, colunas e blocos de pedra, e devolver-lhes o aspecto com que foram inauguradas em 1667.

O projeto restaurará não só a colunata, que já vem sendo tratada ao longo dos últimos anos, mas também as fontes, tetos, pilares e lâmpadas. Com supervisão do governo da Cidade do Vaticano, esta imensa tarefa precisará de cerca de 30 meses, ou dois anos e meio.

Os Museus Vaticanos se encarregarão da restauração das obras de arte, como as 140 estátuas que rodeiam a praça: uma linha de santos que vão de Estêvão, o primeiro mártir, a Maria Madalena de Pazzi, canonizada em 1669.

Os quatro postes de bronze, presente moderno de Pio IX, serão limpos por especialistas da Fábrica da Basílica de São Pedro.

A primeira fase da limpeza revelou as cores originais da ala de Carlos Magno na parte esquerda da praça. Depois de séculos de cor amostardada, ela exibe agora um branco cremoso, que reflete a luz matinal do sol na fachada de São Pedro.

Um dos desafios mais importantes é o problema da limpeza do travertino. Por ser mais poroso que o mármore e mais sensível à contaminação atmosférica, pode desmoronar com um simples jorro de água. Algumas partes do travertino foram tiradas do Coliseu e, depois de servir para isolar o tráfego, encheram-se de irreparáveis manchas escuras.

A Via da Conciliação, rua que leva a São Pedro, foi aberta em 1930 e, apesar de haver muitas imagens de São Pedro sendo usada como estacionamento, o dano que a pedra sofreu foi menor que o do Coliseu.

As estátuas dos santos, constantemente expostas ao vento, danificaram-se ao ponto de serem difíceis de identificar.

A peça central da praça, o obelisco, trazido do Egito pelo imperador Calígula, em 37 d.C., é o único de Roma que nunca quebrou. É também o único de Roma se hieróglifos, o que torna muito difícil sua datação (supõe-se entre 1900 a.C. e 500 a.C).

No entanto, tem um lugar especial na história da cristandade. O obelisco foi testemunha do martírio de São Pedro e de outros 900 cristãos acusados injustamente por Nero de causar o grande incêndio de Roma, em 64 d.C.

Trasladado em 1586 pelo Papa Sixto V com a finalidade de ser farol para os peregrinos, agora serve para ajudar as pessoas a recordar o testemunho de São Pedro.

O custo desta renovação massiva deve ser surpreendente. Se bem que grande parte do trabalho será realizado pelos restauradores do Vaticano, que são excepcionais, duas companhias italianas, Italiana Costruzioni e Fratelli Navarra, foram contratadas para a dura tarefa de limpar as 284 colunas e as 88 pilastras que marcam a praça. Há muito trabalho por fazer.

Falando do custo do projeto ao L’Osservatore Romano, Pier Carlo Cuscianna, chefe dos Serviços Técnicos do Departamento do Governo do Estado da Cidade do Vaticano, explicou que o financiamento vem de “doadores privados e da Divina Providência”.

A fachada de São Pedro foi restaurada em 1999, em preparação ao Jubileu de 2000, graças a um grande esforço patrocinador dos Cavaleiros de Colombo.

Quatro séculos fuligem e sujeira foram retirados para revelar a importante fachada. Ainda que não se esperem este tipo de revelações na limpeza da praça de São Pedro, ela permitirá aos peregrinos e turistas reviver a glória deste espaço e restaurará o luminoso esplendor da Mãe Igreja.

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Por Elizabeth Lev

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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