Pais de família: saibam como agir
Como ser misericordiosos, mas mantendo nossos valores humanos e convicções religiosas? Qual é o ponto de equilíbrio para que nenhuma das verdades que defendemos esmague o amor que queremos manifestar àqueles que o Senhor coloca ao nosso lado? Isso não é fácil, mas tampouco impossível.
Em um mundo considerado “evoluído”, no qual as mudanças culturais e sociais são cada vez mais aceleradas e superficiais, é preciso enfrentar, como pais de família, as questões de filhos que são produto de uma subcultura e que, com uma mentalidade modernista, veem com aprovação o sexo antes do casamento, considerando-o como um meio de conhecimento prévio da outra pessoa.
Não satisfeitos com isso, pedem autorização aos seus pais para que sua namorada(o) possa passar a noite em casa de vez em quando, compartilhando o quarto. O que dizer a um filho ou filha que faz tal pedido?
Aqui é onde as convicções são colocadas à prova, diante da atitude compreensiva com um filho a quem se ama de verdade.
Para alguns, com mentalidade permissiva, a resposta será fácil e sem complicação alguma; para outros, no entanto, valorizar a sexualidade como um dom de Deus e incentivar a necessidade de saber esperar o momento oportuno pode ser verdadeiramente um desafio diante de quem lhe pede aprovação e apoio para viver a vida sexual desde o namoro.
O que você faria nesta situação? Esta não é uma pergunta boba, pois é uma situação cada vez mais comum. Os filhos costumam fazer propostas ousadas aos pais.
Leia também: Namoro e Sexo
Os cuidados para viver a castidade no namoro
Como dialogar com meu filho adolescente?
Meu filho está namorando. O que fazer?
A orientação sexual na adolescência
Alguns preferem autorizar que durmam em casa, antes de imaginar sua filha enfiada em algum lugar inadequado. Outros, no entanto, ficarão bravos.
Talvez a imagem da palmeira diante de um furacão possa nos ajudar. Por que a palmeira, sendo tão alta, não se parte ou não é arrancada do chão quando chega o vendaval? Por sua capacidade de dobrar-se, mas sem arrancar suas raízes, em meio à fúria do vento.
Da mesma maneira, um pai ou mãe de família pode assumir a atitude de saber sobrar-se até onde lhe for permitido, mas sem desarraigar-se das suas convicções – mais ainda quando elas estão baseadas no Evangelho.
Uma coisa é amar, e outra, bem diferente, é a permissividade em nome desse amor. Os jovens devem entender que o verdadeiro amor humano tem capacidade de espera, sabe ter paciência e educa a sexualidade para a vida, e não a vida para a sexualidade.
A autêntica misericórdia com os filhos sabe dizer um “não” firme, mas amoroso, produto da racionalidade e da argumentação, e não simplesmente partindo da proibição de uma ação “porque é pecado”.
Cada um desses jovens precisa compreender que a genitalidade é um dom de Deus e será compartilhada a partir de um plano divino – e não simplesmente como um instrumento de prazer ou diversão para os momentos de ócio.
O autêntico amor dos pais não é aquele que, por uma mal-entendida misericórdia, transige com condutas que podem ser profundamente nocivas segundo a convicção cristã. Os filhos não podem pular os princípios que regem a vida dos seus pais nem pretender que sejam pisoteados somente para dar renda solta aos seus desejos.
O amor e a misericórdia sempre têm um duplo caminho: dos pais com os filhos, mas também dos filhos com os pais.
Ouça também: O que é viver um namoro cristão?
Por que os filhos devem obedecer seus pais?
É desejável que os progenitores acompanhem o namoro dos filhos, deem abertura para que os filhos possam levar seus namorados à casa dos pais, mas da maneira mais apropriada.
Ajude seus filhos a analisar cada comportamento, mas não somente pensando nas consequências imediatas, e sim também naquelas que, a médio e longo prazo, podem ser geradas.
A misericórdia faz entender, estende a mão e se torna um apoio na dificuldade, mas ela não cede diante do pecado nem da fraqueza, senão que ajuda aquele que cai a levantar.
Não é fácil educar os filhos, não há manuais para isso, mas, no amor verdadeiro, a comunicação não apenas se faz entender no que se quer, e sim também no que se sente.
Fonte: https://pt.aleteia.org/2015/02/13/meu-filho-quer-dormir-com-a-namorada-aqui-em-casa-o-que-faco/