Métodos da Meditação Cristã

Meditação e oração



Métodos da Meditação Cristã

À guisa de ilustração, publicamos a seguir alguns roteiros ou métodos de meditação cristã. Oriundos em épocas passadas, hoje conservam seu valor para muitas pessoas; a outras talvez pareçam complexos demais. Na realidade, a oração é algo de simples; é mais fácil vivê-la concretamente do que explicá-la ou analisá-la teoricamente. É preciso que o orante conserve a sua espontaneidade. Sirva-se dos métodos na medida em que estes o ajudem a evitar as distrações e concentrar-se; jamais, porém, se deixe sufocar pelos roteiros propostos.

1. Método Carmelita

A. Introdução

a) Preparação: pensar em Deus, amando-O com humildade e confiança.
b) Recordar-se da finalidade da oração: tornar-se um pouco mais amigo íntimo do Senhor, que se serve dessa amizade para derramar suas graças sobre o mundo.
c) Se necessário, fazer breve leitura, por exemplo, da Escritura Sagrada ou de máximas dos Santos.

B. Corpo da oração

a) Mediante um ato de fé, colocar-se na presença da humanidade de Jesus.
b) Reflexão sobre uma cena do Evangelho ou uma palavra de Cristo.
c) Colóquio afetivo ou contemplação em silêncio.

C. Conclusão

a) Agradecimento pelos benefícios gerais e pelos benefícios particulares.
b) Oferta de todas as forças do orante ao serviço de Deus.
c) Formular uma resolução e pedir a graça necessária para executá-la.

2. Método de S. Inácio

Supõe sempre a escolha do tema da meditação (trecho do Evangelho, geralmente) na véspera à noite, devendo a meditação realizar-se logo aos o despertar do dia seguinte.

A. Preparação

a) Colocação na presença de Deus e ato de adoração.
b) Purificação da intenção pratica-se a oração para melhor servir a Deus.
c) Prelúdios:
– histórico: reminiscência do fato a ser meditado;
– imaginativo ou composição do lugar (tentativa de imaginar vivamente como se tenha dado o fato;
– impetrativo: pedir desde então a graça que será o fruto da oração.

B. Corpo da meditação

a) Exercício da memória: avivar a recordação do tema e das suas circunstâncias.
b) Exercício da inteligência: aprofundar o tema meditado; prever as conclusões práticas a serem tiradas e os meios de afastar pos obstáculos;
c) Exercício da vontade:  exprimir os afetos que a reflexão tenha suscitado no orante; chegar a resoluções práticas atinentes a algum ponto particular (prática de uma virtude, emenda de algum defeito).

C. Conclusão

a) Colóquio diálogo íntimo com o Senhor.
b) Pedido de graça para o orante e para os outros homens.
c) Avaliação da meditação.

3. Método de S. Afonso de Ligório

A. Preparação

a) Ato de fé e de adoração.
b) Ato de humildade e de contrição.
c) Pedido de luzes interiores.

Revista: “PERGUNTE E RESPONDEREMOS”
D. Estevão Bettencourt, Osb
Nº 219, Ano 1978, p. 138

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
Adicionar a favoritos link permanente.