Mãe preferiu enfrentar o câncer em vez de abortar sua filha e hoje agradece por sua decisão

Segundo o ACI (30/04/2019), há mais de 10 anos, Sarah Wickline Hull foi diagnosticada com câncer durante a sua gravidez, embora os médicos tenham pressionado para que ela abortasse, preferiu arriscar a sua vida a perder sua filha pequena. Hoje, mais do que nunca, agradece por sua decisão.

Sarah, de 40 anos, não tem mais câncer e sua filha, de 10 anos, é uma menina feliz e saudável. Atualmente mora com o marido Patrick Hull e suas duas filhas em Louisiana (Estados Unidos).

Em entrevista concedida ao Grupo ACI, Sarah contou que teve um “linfoma anaplásico de grandes células”, um tipo de linfoma não Hodgkin pouco frequente e agressivo, que afeta os gânglios linfáticos e regiões extraganglionares como ossos, medula óssea, tecido subcutâneo, pulmões, baço e fígado.

“Eu estava grávida e não conseguia respirar. Achávamos que era bronquite ou pneumonia, mas acabou sendo um linfoma não Hodgkin. Eu não podia acreditar porque era meu primeiro filho. Eu estava muito assustada por mim e pelo bebê”, disse.

Sarah conta que é convertida ao catolicismo e que sua fé a ajudou a seguir em frente e encarar os momentos mais difíceis.

“Minha conversão foi em 2007 e eu fui diagnosticada com câncer em 2008. Se eu não tivesse fé, não sei como conseguiria passar por tudo isso, especialmente por causa dos ensinamentos da Igreja sobre o sofrimento: saber oferecê-lo pelos demais”, explicou.

Em janeiro de 2019, a mãe católica decidiu compartilhar sua história para o mundo através do Facebook, quando o debate sobre o aborto tardio estourou novamente nos Estados Unidos, precisamente, depois que o Senado de Nova York aprovou esta prática durante toda a gestação.

“As pessoas estão falando sobre a necessidade médica do aborto para salvar a vida da mãe. Eu era uma dessas mães”, escreveu.

Sarah lutou contra a infertilidade durante anos antes de engravidar de sua filha. Mas depois de conseguir, quando ela estava grávida de 20 semanas, foi diagnosticada com a doença.

“Nunca vou esquecer quando o primeiro médico, um oncologista, mencionou o aborto”, disse.

Imediatamente rejeitou a ideia de abortar e afirmou que “preferiria morrer e dar à luz”.

Um segundo médico também pediu que ela considerasse o aborto depois de listar uma série de problemas que seu bebê poderia ter.

“Eu permaneci firme e me neguei. Ele disse: ‘Tudo bem. O bebê provavelmente será abortado espontaneamente de qualquer maneira’”, recordou.

Mais tarde, depois de procurar uma terceira opinião médica, Sarah encontrou um médico que conhecia casos semelhantes e que tinha conhecimento do alto índice de bebês que sobrevivem a tratamentos de quimioterapia.

“Foi difícil conseguir um obstetra por causa da minha doença e da gravidez. Mas eu encontrei um que tinha visto um caso semelhante ao meu. Eu passei por diferentes desafios, mas Deus colocou as pessoas certas na hora certa”, disse Sarah ao Grupo ACI.

Com tudo isso, contou que sua recuperação levou cerca de um ano e que a sua pequena filha nasceu com 34 semanas de gestação (8 meses e meio) durante o tratamento de quimioterapia.

“Tinham que ter muito cuidado, porque alguns medicamentos eram viáveis e outros não. Cada vez que tinha uma quimio, rezava a Nossa Senhora de Guadalupe, diante de sua imagem. Pedia que pegasse meu bebê e o protegesse”.

Sarah narra que o seu marido a acompanhou em cada uma de suas quimioterapias e que sua mãe cuidava dela em período integral.

“Ainda continuo doente. Meu sistema imunológico não funciona corretamente e eu não posso sair muito, mas no final, o câncer foi uma bênção. Mudou minhas prioridades, meus pensamentos e agora sei que a coisa mais importante que posso dar aos meus filhos é a fé e sou grata por todo o tempo que tenho para cumprir isso”, acrescenta.

Sarah espera que, no futuro, os médicos sejam mais preparados para casos como o seu.

“Se mais médicos estivessem preparados para saber que é possível que um bebê esteja bem, mesmo em doenças terríveis como o câncer, mais pessoas tentariam. Há muitas mulheres com quem tenho tido contato e há uma organização sem fins lucrativos maravilhosa chamada Hope for Two”, conclui.

Hope for Two oferece suporte gratuito para mulheres diagnosticadas com câncer durante a gravidez. Conecta mães grávidas que têm câncer com outras mulheres que tiveram um diagnóstico semelhante e fornece informações, apoio e esperança.

Em 2012, uma coleção de estudos e dados médicos do ‘The Lancet’, uma importante revista médica britânica, apontou que as mulheres grávidas não precisam de um aborto para receber tratamento para o câncer.

Segundo esta fonte, o tratamento com quimioterapia não prejudica o feto e as mães podem ser tratadas sem se preocuparem com os efeitos.

Da mesma forma, um estudo de 2015 publicado por ‘New England Journal of Medicine’ descobriu que a quimioterapia não pode afetar o desenvolvimento geral do feto.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticias/mae-preferiu-enfrentar-o-cancer-em-vez-de-abortar-sua-filha-e-hoje-agradece-por-sua-decisao-68943

Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
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